Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia

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31 de Dezembro de 2005.
     Já são 20 horas. Daqui a pouco Dora entra por aquela porta e terei que tomar aquele coquetel de remédios novamente. São tantos! Até quando isso vai durar? Fico aqui  nesse quarto em companhia dos meus pensamentos, das lembranças que me atormentam, que me fazem sofrer tanto. Como gostaria de está lá fora, sentindo aquele ar puro, caminhando naquele jardim tão lindo cheio de flores, pássaros, crianças, gente feliz, sentindo a liberdade que um dia optei por não ter. Entretanto, aqui estou trancada num quarto sombrio que me destrói, ainda mais condenada a morte, pagando pela minha imaturidade. Ah, Deus se eu pudesse voltar atrás faria as coisas de outra maneira, com certeza minha vida seria bem diferente: teria me casado com o Lucas, meu namorado, e teríamos hoje nossa casa é uma vida tranquila. Mas não, quis "viver mais" e olha no que deu no que me transformei: uma parasita esperando pela morte, e se ao menos essa chegasse logo! A cada dia estou pior, e não sei quando isso vai terminar. Que agonia! Se naquela tarde eu tivesse obedecido minha mãe......

Sem luz ao amanhecer     O livro da Stéfany Where stories live. Discover now