Lucena andava de um lado para o outro, estava cada dia pior aguentar aquela situação, sem dinheiro e com os pequenos irmãos passando fome. Isso partia seu coração, não quisera parar de estudar, sabia ela que aquilo era seu único jeito de fugir de um futuro amargo. Ela então, resolveu ir em busca de um emprego, mas quem em sã consciência daria um emprego a uma pobre qualquer, sem experiência?
Seus pais haviam os abandonado, diziam que não faziam parte daquilo, e que tudo era culpa dela, Lucena.
Aos poucos, ela ia largando currículos em lugares que não exigiam experiência, lanchonetes, bares e algumas lojas baratas.Seu telefone tocava de minuto em minuto, era sempre seus irmãos, preocupados com o bem estar da irmã mais velha. Ela atendeu, mas dessa vez não era as crianças, era uma voz feminina, terrivelmente fina e chata, chegava a dar ânsia escutar algo assim, mas era importante.
Em plena Times Square ela parou, quando recebeu a notícia que seria contratada por um bar, que acabara de inaugurar. Lucena não sabia se chorava ou se sorria. Em muito tempo não sabia o que era se sentir bem. Ela vivia para aquelas crianças, vivia para cuidá-los, dar o que comer e vestir.
Ao chegar em casa Lucena viu uma cena que fazia com que ela lutasse cada vez mais por eles, seus irmãos George e Dominic estavam dormindo no sofá, enquanto as meninas estavam no tapete, junto das gêmeas Julia e Juliane, estava a caçula de dois anos, Any, agarrada em seu ursinho rosa. Como alguém pudera abandonar seis crianças? Há quase dois anos, logo após o nascimento da pequena Any, seus pais fugiram, deixaram-lhes apenas um bilhete, e alguns trocados.
Com apenas 20 anos, Lucena cuidará de seus irmãos, com muita dificuldade, mas um grande amor.
Lucena acordou cedo na manhã seguinte, seria seu primeiro dia de trabalho, estava mais do que ansiosa.
Arrumou as crianças e deixou-os na creche, por sorte, Nova Iorque disponibilizava esses locais gratuitamente. Lucena ao chegar no bar, qual fora contratada, notará que ali era um estabelecimento luxuoso.
Como ela foi contratada? Será por sua beleza? Lucena não se achava bonita, quem iria querer uma simples mulher, magra e pequena? Olhos claros, de pele levemente morena e cabelos encaracolados? Ninguém nunca se interessava por ela, e quando acontecia, ela nunca queria mais do que transas, afinal, ela também tem suas necessidades.
O dia passava-se rápido, alguns homens a encaravam, até pediram seu celular, qual ela não tinha. No final do expediente, a porta abriu, e um homem muito bonito entrou, com ele adentrou dois outros homens, grandes, sarados e vestidos como seguranças, lá ia-se ela, com seu jeito tímido, mas que não deixava se abalar, pois era apenas outro cliente.
- Posso ajudá-lo?
- Um café e um bolo de chocolate.
O rapaz apenas disse isso, por um lado Lucena agradeceu, por outro nem reparou nada. Só queria chegar em casa e abraçar seus filhos. Ela olhava de minuto em minuto no relógio, queria estar em casa. Mas não poderia, era seu primeiro dia de trabalho.
Quando chegou em casa, deparou-se, com os armários lotados e a casa toda limpa. Quem fez isso? Perguntava pra si mesma.
As crianças não sabiam responder, diziam apenas qe quando chegaram já estava assim. Lucena preocupou-se, mas logo deixou de lado, devia ter sido algum vizinho, pensará ela.Seu segundo dia de trabalho, Lucena estava mais do que feliz com ele, era importante demais para ela poder trabalhar, poder sustentar seus irmãos, os quais chamava de filhos.
O mesmo homem foi ao bar, e novamente pediu um café e um bolo de chocolate, Lucena acho estranho, mas logo foi atender o pedido do cliente, quando voltará com as guloseimas, notará que ele olhará para ela, seus olhos pareciam arder, sentiu seu corpo todo arrepiar, e uma sensação estranha passar por seu corpo, ela sabia o que era, era desejo.
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Contos De Uma Cidade Que Nunca Dorme
Short StoryA cidade que nunca dorme pode guardar muitos segredos, conter várias histórias e esconder mistérios surpreendentes. Os contos que se passam nela, podem nos mostrar lados que poucos conhecem, lados obscuros e atrativos. Nela presenciaremos paixões d...