Contos De Uma Cidade Que Nunca Dorme

Minha Ambição Fatal

⁠⁠⁠Vivo uma vida infeliz sem nada e sem ninguém, sou pobre e odeio a vida que levo. Meu desejo sempre foi ser rica, mas para isso eu teria que fazer muitas coisas para alcançar meus objetivos.

Hoje é meu primeiro dia como empregada em uma mansão. Assim que cheguei fui recebida pela patroa que é muito linda por sinal, ela foi muito gentil comigo, a mesma está grávida e parece estar muito feliz com a vida que leva, mas isso não durará por muito tempo.

- Por que a senhorita está me mostrando a casa? - Pergunto curiosa, pois ela estava me mostrando cada cômodo da casa e nunca havia visto uma patroa de classe tão alta como a dela recepcionar tão bem seus empregados.
- Eu gosto e também estava entediada de não fazer nada, meu marido não quer deixa eu fazer esforços, mas sempre digo que estou grávida e não doente, mas ele nunca me escuta, então aproveitei que ele foi para a empresa e vim fazer algo - Diz em um tom educado.

Continuamos a andar pela casa e logo após comecei meu serviço.
Bom a minha intenção não é ser uma empregadinha para sempre, eu até mataria sem escrúpulos nenhum se fosse necessário para conseguir o que queria. Posso até parecer uma doente falando desta forma, mas o que eu poderia fazer se a minha ambição fala mais alto que a razão!?

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Já se passou dois meses que estava trabalhando na mesma mansão e já tinha todo meu plano em mente. Iria tirar Marianna de meu caminho por bem ou por mal para ficar com Pedro. Os mesmos são meus patrões, eles se dão muito bem, mas isso não é problema para mim, pois vou usar a minha sensualidade para seduzir Pedro, porque sei que homem nenhum consegue ser fiel. Mas se caso não dê certo eu vou ter que eliminar Marianna da pior maneira, apesar dela estar grávida não sinto pena.

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Hoje Pedro saiu para jantar em um restaurante a um encontro de acionistas para falarem de negócios, Marianna não quis ir pois se sentiu indisposta. Aproveitei que a sorte estava ao meu lado e preparei tudo.

Hoje em Nova York está nevando, mas não me importo com o frio que está fazendo. Vou para o meu quarto que possuo nos fundos da mansão, tomo meu banho e logo que acabo coloco uma lingerie muito sexy para provocar Pedro. Fiquei a sua espera em seu escritório que fica no andar de cima da mansão, ele como de costume sempre que chega de algum lugar vem direto para seu escritório para resolver alguns assuntos pendentes, então estou aqui a sua espera.

Percebo a maçaneta da porta do escritório sendo girada e logo a mesma sendo aberta revelando Pedro que fala ao telefone, o mesmo ainda não percebeu minha presença, ele está de costas para mim fechando a porta que acabara de abrir, não perco tempo e vou em sua direção o abraçando pelas costas, ele então desliga seu celular e se vira para mim.
- O que a senhorita está fazendo aqui em meu escritório!? - diz assustado se livrando dos meus braços indo para o outro lado da mesa.
- Vim fazer uma surpresinha, amor - Falo melosa e subo na mesa indo em direção de Pedro.
- Saia daqui agora, Paloma, ou vou ser obrigado a retirá-la a força - Fala sério, mas não me importo, eu o queria nem que fosse por uma noite e assim poderia aplicar o famoso golpe da barriga, mas para meu azar a porta é aberta revelando Marianna.
- Amor eu ouv.... - Ela para de falar quando me vê praticamente nua em cima da mesa - Que merda é essa? - Pergunta com os olhos cheios de lágrimas.
- Só faltava essa - Digo saindo de cima da mesa - Queridinha seu marido vai ser meu por bem ou por mal - Ando em sua direção com raiva dessa vadia ter aparecido aqui, mas não deixo por isso mesmo, decido tomar uma atitude drástica.
Marianna ainda está na porta e vou com tudo para cima dela a empurrando, ela bate as costas na madeira que tem na beirada do andar de cima, ela quase cai para trás, mas consegue se equilibrar recompondo se do susto e vem para cima de mim me agredindo e logo começamos uma briga serrada, mesmo Marianna estando com uma criança no ventre isso não a impediu de se defender. Pedro veio em nossa direção gritando para sua esposa parar, mas ela não parou até chutar minha barriga com força me fazendo virar para trás, fico pendurada apenas com uma mão no lustre que tem no centro da casa.
- Me ajudem - Peço com medo de cair, Pedro tentou alcançar minha mão, mas foi em vão o lustre não aguentou meu peso e o mesmo se solta do teto. Meu corpo se choca contra o chão frio e logo o lustre cai em cima de mim me acertando em cheio.
- Paloomaaaa - Ouço Marianna gritar desesperada.

Sinto dores por todo meu corpo, esse é meu fim, é uma pena que só agora a beira da morte eu consigo perceber que nada disso vale a pena. Peço desculpas quase em um sussurro que ninguém escuta e lágrimas escorrem em meus olhos, não consigo manter os mesmos abertos, eles estão ficando cada vez mais pesados, então os fecho e sou levada para a escuridão sem fim.

Jane Medeiros
(janee16)
Laranja da terra Es, 08 abril de 2016.