Psicose - Minha Suzan

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Quando você sentir meu calor

Olhe nos meus olhos

É onde meus demônios se escondem

É onde meus demônios se escondem

Não se aproxime muito

É escuro aqui dentro

(Demons — Imagine Dragons) Tradução

E ali estava ela novamente com aqueles seus cabelos longos e vermelhos que me lembravam sangue, sua pele branca me fascinava, pois se parecia com um corpo sem vida. Todos os dias eu me sentava debaixo de uma árvore para observá-la melhor, ela era encantadora, às vezes eu achava que eu estava apaixonado, quando eu ia dormir uma sombra negra se sentava em minha cama e dizia que ela queria apenas me seduzir para matar-me.

Lembro-me muito bem de quando vim para aqui, eu estava cansando de tudo e de todos, à voz sempre me dominava, eu era casado e tinha um filho, um dia a voz me pediu para matá-los, mas eu neguei, eu amava a minha família apesar das dificuldades que nós passávamos.

"Andrew ela trai você, Lucca não é o seu filho" — A voz sempre me dizia isso.

Alguns dias depois comecei a sentir vontade ver o sangue de minha esposa, ela era linda. Eu já não tinha controle de meu corpo, em uma noite resolvi fazer o jantar olhei o pequeno vidro de veneno e o coloquei por toda a comida. Esperei eles começarem a comer logo o ar de seus pulmões começaram a faltar e eles caíram ao chão. Peguei uma faca e passei pelos seus pescoços, eu precisava ver o sangue deles.

Depois que eu os assassinei fui encaminhado para esta clínica, não me arrependo de ter os matados, mas também não me alegro, eu simplesmente não sinto nada.

Suzan era minha médica, sempre doce e carinhosa, quando começava a chover pedras de fogo ela sempre me abraçava e dizia para eu fechar os meus olhos. Às vezes o reflexo do espelho conversava comigo e mandava-me matá-la, mas eu não conseguia.

Hoje eu não tinha consulta com ela, mas amanhã eu teria, como já estava anoitecendo caminhei para o meu quarto e me deitei, senti a sombra se sentar em minha cama como ela fazia todas as noites, porem ela não disse nada, apenas ficou me observando.

No dia seguinte quando acordei caminhei para o pequeno banheiro que ficava dentro de meu quarto, liguei o chuveiro e fechei os meus olhos, quando os abri vi que sangue saia do lugar de onde a água deveria estar saindo, meu corpo estava banhado em sangue, sai correndo do banheiro assustado e gritando, logo alguns enfermeiros aplicaram em mim um remédio que me fez acalmar, senti minhas pálpebras pesarem e adormeci, mas antes de me render ao sono, ouvi algo que me fez estremecer, "Você precisa matá-la, ou ela destruirá você".

Acordo sentindo um enfermeiro me balançar, ele me da alguns remédios e me leva até a sala da minha Suzan.

— Olá Andrew, sente-se. — Seu sorriso, me deu vontade de arrancar todos os seus dentes, eles eram perfeitos. — Como está se sentindo hoje? — Minhas mãos estavam formigando para ver o sangue de sua gengiva escorrer pelo seu queixo, o que estava acontecendo comigo?

— Estou ótimo Suzan. "Mate-a" Ouço alguém falar em meu ouvido. — Me deixe em paz! — Coloquei as mãos em minha cabeça me jogando ao chão.

— Andrew? Ouça-me, olhe para mim. — Suzan pedia ao meu lado.

— Pede para ele parar. — Senti lágrimas escorrerem pelo o meu rosto. — Peça. — Implorei.

Contos De Uma Cidade Que Nunca DormeOnde histórias criam vida. Descubra agora