A Troca

Capítulo quatorze

– O que foi que acabou de acontecer? – perguntou Kate, atordoada. Ana está ao seu lado no banco traseiro e Mia na frente com Sawyer. O clima está tenso. Eles saíram do shopping e seguiam em rumo ao Escala. Sawyer olhou para Ana pelo retrovisor e o mesmo encontrou seus olhos apreensivos. Ela não sabia exatamente o que tinha acontecido. Apenas que um homem invasivo e muito esquisito tinha invadido seu espaço lhe tirando de sua bolha confortável de um jeito assustador. Causando-lhe calafrios. A forma como Lynn Thompson lhe abordou pode parecer normal aos olhos de qualquer outra pessoa, mas não à dela e muito menos a de Sawyer. A postura arrogante e os olhares perigosos não se encaixavam em um momento casual e muito menos inofensivo. Poderia ser um paparazzi? - Pensou Ana. Afinal, ela estava casada com Christian Grey, um homem cuja vida era de interesse publico e apesar do assédio dos paparazzis terem reduzido um pouco não significava que não existia sempre um a espreita. Mas a postura daquele homem não se parecia em nada com alguém que trabalha para tabloides ou qualquer coisa do gênero. Seus sinais de alerta estavam ligados fazendo a palavra “perigo” piscar em sua mente como um pisca-pisca de árvore de Natal e tudo o que Anastásia queria era sair de perto dele o mais rápido possível.

– Quem era aquele homem, Ana?

– Eu não sei Mia. Eu estava mexendo no celular para ver se Christian retornou minhas ligações, quando ele apareceu.

– Ele era muito estranho... Ele te olhava de um jeito... – Mia deixou a frase no ar ao sentir um calafrio involuntário na espinha.

– Eu só preciso saber se Christian está bem. – uma onda de nervosismo tomou conta de Anastásia. – Sawyer, você falou com Taylor hoje? – pergunta ela para o segurança, que a olha pelo retrovisor.

– Sim, Sra. Grey. Antes de ir busca-la na faculdade falei com ele e eles iam entrar em reunião. Não tive mais noticias. – diz Sawyer em tom de desculpas.

– Droga! Por que ele não atende? – Ana esmagava os botões do seu celular em nervosismo. Anastásia estava à beira do desespero e tudo se remetia ao fato de estar tão assustada e preocupada com Christian. – Será que aconteceu alguma coisa com ele? – divaga ela, tentando novamente o celular e mais uma vez cai na caixa postal. – Ah, meu Deus! Droga Christian!

– Anastásia você precisa se acalmar! – pediu Kate ao ver o estado desesperado da amiga.

– Você não entende Kate, e se aconteceu algo com ele? – A gravidez provocava em Ana um conflito de sentimentos dos qual ela não conseguia controlar. Ela estava feliz com o dia divertido com as amigas na compra do enxoval do bebê, assustada pela o que tinha acontecido quando aquele homem apareceu e, sobretudo, preocupada com Christian.

– Eu sei amiga, eu entendo, mas pensa no bebê. Okay?! – ela assentiu, tentando se acalmar.

Respirou fundo, tentando acalmar as batidas de seu coração. Encostou a cabeça no vidro da janela do carro e levou suas mãos a sua barriga, afagando-a gentilmente.

Lembrou-se do momento em que Christian e ela descobriram sobre o sexo do bebê.

Flash Back On:

Anastásia completou três meses de gravidez e hoje seria sua consulta para descobrir o sexo do bebê. Assim como ela, Christian estava eufórico.

– Será que vamos conseguir ver o sexo do bebê? – perguntou ela para Christian. Eles estavam no carro indo à consulta com a Dra. Greene.

– Espero que sim. Quero muito saber o que vai ser. – ele sorriu carinhosamente.

Taylor estaciona o carro em frente ao hospital. Christian sai do carro e anda até o outro lado e abre a porta para Anastásia sair. Ana não se surpreende quando ele entrelaça seus dedos nos dela. Faz duas semanas que eles estavam casados e tudo estava correndo bem entre eles. E Ana sentia como se nada fosse errado, que tudo que eles estavam vivendo não era baseado em uma mentira e que um contrato estava por trás disso e sim que estava formando uma família como qualquer outra pessoa estivesse fazendo. Esse acordo não fazia bem a Ana, sempre que lembrava uma onda de culpa lhe invadia por isso Ana afastou o pensamento imediatamente.