Uma dor aguda tomava conta de seu peito. Era como se uma mão de aço estivesse apertando seu coração. Doía tanto que a deixava sem ar. Ela já havia sentido essa dor antes. O desespero a engolfou como se ela estivesse se afogando em alto mar, desejou com todas as suas forças que não estivesse passando por isso novamente. Que um bote salva vidas fosse jogado em sua direção para que ela pudesse se manter segura. Nada disso poderia estar acontecendo. De novo, não. Ela não suportaria. Anastásia não aguentaria outro baque desses, perder alguém que ama... Passar novamente pela dor do luto, suportar a dor que a cada dia a fazia entrar em desespero por não saber lidar com ela, por não saber se um dia ela deixaria de existir, ou se passaria quando ela morresse de tristeza. Luto, revolta, depressão... Sentimentos dos quais a levou para um abismo escuro quando perdeu seus pais e Bryan. E agora estava à um passo de experimentar pela terceira vez o gosto amargo.
Christian havia sofrido um acidente.
Foi a pior coisa que Gail poderia ter dito a ela. A notícia a desestabilizou. Quando Ana deu por si, tinha caído de joelhos no chão chorando copiosamente e gritado com todas as suas forças. Isso não podia estar acontecendo. Não podia ser real. Christian tinha que estar bem! Ela não sabia do estado dele, Gail tinha acabado de receber a noticia por Grace que pedirá que ela não contasse a Anastásia por enquanto, para não preocupa-la, mas ao ver o estado que a moça se encontrava, ela não pôde resistir, Ana precisava saber, ela era forte e saberia lidar com isso. Mas Gail não conhecia a dor que Ana carregou por tantos lutos que havia sofrido. E mesmo Christian estando vivo, sabia que a ideia de que ele poderia morrer passava pela cabeça de Anastásia, ela não podia controlar, era o seu medo. O seu pior pesadelo. E isso a fazia pensar de forma desenfreada no pior.
Sawyer movimentava o carro pelas ruas de Seattle em alta velocidade apesar de saber que seu patrão e colega de trabalho haviam sofrido um acidente de transito. Anastásia no banco de trás chorava e rezava pedindo à Deus que seu amor estivesse bem. Assim que se acalmou do golpe que recebeu da noticia, pediu para que Gail cuidasse de Theddy e pediu para Sawyer leva-la para o hospital o mais rápido possível. Não esperaria nem mais um segundo. Ciente de tudo isso, ela se deu conta de que o aperto no peito que sentiu mais cedo era um pressentimento de que algo ruim iria acontecer. Mas jamais imaginou que seria isso. Seria sua culpa? Christian não queria ir, queria ficar, e ela tentou fazer o certo, o que era racional. Não o deixou ficar perto dela e do filho para que cumprisse com suas obrigações.
O carro mal parou e Anastásia já tinha descido, alucinada. Sawyer foi atrás, preocupado com o estado da jovem moça que não parava de soluçar. À sua frente, Ana só conseguia enxergar as pessoas de forma embaçada pelas lágrimas. Foi direto para a sala de espera e lá viu toda a família reunida. Ela parou de supetão, no vão da porta. Todos olharam para ela. Os olhares eram de tristeza. E toda aquela comoção a fez desmoronar. Não tinha voz, não tinha nada... Apenas as lágrimas que caiam em abundância de seus olhos. Seus soluços e o choro desesperado quase a fez cair de joelhos se não fosse por Elliot que a amparou. Grace estava ao lado dela, mexendo em seus cabelos enquanto as mãos de Ana cobriam o próprio rosto para abafar o choro que saía cada vez mais alto.
- Calma. Ana, por favor. - pediu Elliot conduzindo-a para sentar-se em uma das cadeiras.
Anastásia não conseguia parar de chorar.- Ana, querida. Olha pra mim. - pediu Grace, com um tom suave e embargado. Anastásia balançou a cabeça em negativa. Grace se ajoelhou para ficar de frente a ela. Tocou suas mãos com delicadeza para que as retirasse do rosto. O rosto de Ana estava vermelho, assim como os olhos que estavam inchados. Banhado em lágrimas e coberto por uma expressão agoniada. - Filha... Aclame-se, ok? Elliot pega um pouco de água para ela.
- Onde...? - ela não conseguiu terminar a frase, o choro ainda entalado na garganta. Elliot voltou com um copo descartável cheia de água. Grace fez Anastásia beber tudo antes de responder:
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A Troca
FanfictionDuas pessoas que tiveram seus destinos há muito tempo separados pelas circunstâncias, se reencontram em um momento complicado e decidem selar um acordo imprudente que talvez seja a salvação de ambos. P.S: Está estória é postada no Nyah, também.