Capítulo Vinte e seis

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Demorei, mas cheguei!!

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Dois meses haviam se passado.

Dois meses de pura satisfação, do choro quase incessante de Theodore, do cansaço eminente, e do assédio inconveniente da imprensa.

Cuidar de uma criança de dois meses não era nada fácil, Christian chegará a essa conclusão. Principalmente quando Ana, às vezes, o fazia trocar as fraldas de Theodore. A pior parte, afinal. Questionou todas as vezes que o fez, como um serzinho daquele fazia um estrago tão grande nas fraldas? Era impossível não fazer uma careta. E mais impossível ainda era conter as gargalhadas quando Ana estava no seu lugar.

Pois é, essa não era exatamente a pior parte, afinal. A melhor ele podia dizer que era quando o bebê dormia, e assim tanto ele quanto Ana podiam fazer o mesmo depois de um dia longo e cansativo. Mas não, por mais satisfatório e bem apreciado sejam suas horas de sono tranquilo, Christian sabia que existiam motivos a serem considerados os melhores com relação a ser pai. Além do trabalho na Grey House, ele fazia questão de participar de cada atividade que envolvia a criança. Por mais cansado que pudesse estar, nada tiraria seu prazer de partilhar momentos ao lado de Ana e Theodore. Tudo ficava mais lindo e colorido ao seu redor quando os têm por perto. Mas nem sempre parecia tão colorido quando ele resolvia chorar por horas madrugada à dentro...

Christian tinha que admitir, no primeiro mês, achou que enlouqueceria. Achou que não daria conta de desenvolver o papel de pai. E, mais uma vez, se viu enganado sobre essa questão. Tudo tinha que ser feito com paciência.

Mas nem sempre dava para ter paciência quando se estava excitado. Com a quarentena de Ana, Christian se viu numa situação jamais vivida: sem sexo. Era difícil vê-la e não poder tocá-la da maneira como queria, como gostaria de fazer amor com ela de um jeito cada vez mais intenso, selvagem... Anastásia havia passado por mudanças em seu corpo que tornaram irresistíveis aos seus olhos mesmo que ela não achasse isso. Mulheres! Seu alívio à tensão sexual era por si só ou quando sua querida esposa traquina resolvia fazer o breve favor de substituir as mãos dele pela boca dela. Mas esse vulcão entrou em erupção assim que a médica deu sinal verde. A saudade dessa conexão entre eles foi demais. Cada momento com ela deixava claro, mais claro que a luz do sol, que o amor que sentiam um pelo outro é verdadeiro. Não havia duvidas quanto a isso. Todos os olhares, as promessas e os beijos falavam por si só. Qualquer um enxergaria o amor exalando deles a quilômetros de distância.

Agora eles estavam sentados, desfrutando de um delicioso café da manha, porém em uma discussão. A mesma de sempre: Ana querer procurar um emprego.

- Não consigo entender porque insiste nisso! - resmungou Christian.

- Isso é importante para mim.

- Nosso filho é mais importante! Você não precisa de um emprego, posso te dar tudo o que quiser.

- Meu Deus, você faz parecer que sou uma mãe horrível só porque cogitei a ideia ter um emprego quando Theddy completasse um ano. - seu tom foi de indignação. - Christian Theddy é a coisa mais preciosa que eu tenho, meu filho vêm sempre em primeiro lugar, mas não significa que eu não possa fazer as coisas que eu quero fazer. Trabalhar numa editora é meu sonho desde menina. Não estou dizendo que irei sair por aí desesperada por um emprego.

- Ainda assim não concordo.

- Mas essa decisão não parte de você. Sou uma mulher maior de idade e preciso da minha independência. Está mais que claro que você não vai deixar nos faltar nada, te amo por ser assim do jeito que é, mas também precisa aceitar que eu tomo minhas próprias decisões. - Ana nunca se sentiu tão determinada em sua vida. Era a sua decisão e ela não iria abrir mão disso. Houve um período em sua vida que ela ousou abrir mãos de muitas coisas, mas agora era diferente.

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