Atlanta
7:26p.mP.O.V Candice
Logo que cheguei em casa meu pai pediu para eu ir me arrumar rápido, pois tínhamos que ir para a casa da minha mãe.
Meu pai e minha mãe se separaram a três anos, eu tinha apenas quatorze mas entendia tudo muito bem, principalmente o fato de que eles não estavam mais dando como antes e não iria adiantar se manter no relacionamento pensando no bem da família para no final acabar piorando tudo.
- Vamos Candice! - Desço o último degrau lentamente como os outros e olho para para meu pai que estava de braços cruzados.
- Me desculpe pai, acabei me distraindo um pouco - É notável que o sorriso em meu rosto é falso, meu pai percebeu isso.
- Por que você sempre faz birra? Sua mãe te ama e ama quando você vai pra lá ficar com ela, além disso, é só hoje. E querida, lembre-se que ela mora perto da sua escola, não é longe! - Reviro meus olhos concordando com a cabeça como se ele estivesse com razão, não ia discutir agora.
Chegando lá, como sempre ela comprimenta meu pai com um enorme sorriso e por fim olha pra mim. Eu tenho certeza que minha mãe ainda é apaixonada pelo meu pai e não aceitou a separação por mais que ela tenha assinado o divórcio. Já meu pai diz que não, ele acha que eu não tenho o que fazer e fico inventando essas coisas.
O carro do meu pai sai e minha mãe tira os braços da volta do meu pescoço, agora todo aquele disfarce acabou. Ela entra em sua casa e eu entro em seguida já subindo para o quarto que eles dizem ser meu. Eu até que gosto desse quarto, pois nele eu sempre me pego pensando em coisas que eu me afasto a semana inteira. Eu não odeio minha mãe, odeio o que ela faz com ela e odeio quando ela não escuta ninguém.
Um barulho alto me tira do transe e eu olho pela janela da sacada do quarto vendo dois carros que aparentam serem muito caro passarem em alta velocidade, como se estivessem apostando uma corrida.
Após algumas horas meu pai vem me buscar e fica conversando por alguns minutos com a minha mãe sobre mim, de modo que eu não estivesse ali, mas eu estava.
Um tempo depois chegamos em casa. Eu entro em casa e subo as escadas correndo em direção a meu quarto e me jogando na cama, pego meu celular desbloqueando a tela e rapidamente um enorme sorriso se abre enquanto eu leio as mensagens de Lilly.
Lilly: Miga sua puta! Hoje tem festa e nós duas com certeza vamos.
Lilly: HOJE TEM FESTAAAAAAA, MORES.
Lilly: Vamos por favor, essa agente não pode perder.
Lilly: Agente junto porque separadas não da para ir na festa (emoji laughing)
Lilly: Mas é sério amiga, vamos. Sei que você vai dar seu jeitinho ai com seu pai, mas se precisar de ajuda, já sabe, me liga.
Bloqueio a tela do celular rindo e descanso meu corpo na cama. Ao criar coragem desço as escadas a procura do meu pai, o encontro na cozinha de costas para a porta. Ando até o mesmo e pulo em suas costas fazendo ele rir. Me solto dele e fico a sua frente tentando ter sua atenção para mim.
- Pai, posso ir na casa da Lilly fazer um trabalho de química? - Abro um enorme sorriso o olhando, tentando convence-lo.
- Só deixo depois que a mãe dela confirmar que é isso que vão fazer. - Engulo a seco e assinto com a cabeça, nós vamos até a sala e meu pai pega o telefone discando o número da casa da Lilly.
- Posso falar com ela? - Pergunto e ele revira os olhos me ignorando, era lógico que eu não ia conseguir enganar ele.
- Oi, como vai Sra. Steinfild? Lilly chamou Candice para fazer um trabalho de química, posso deixa-la nas suas mãos? - Meu pai conversava com a mãe de Lilly enquanto eu rezava pedindo milhares de vezes para Deus perdoar meus pecados e me ajudar nessa.
- Três minutos. - Papai passa por mim voltando para a cozinha, eu rapidamente subo as escadas indo para o meu quarto já sabendo do que se tratava. Pego a minha bolsa e vou até meu closet pegando meu melhor vestido escondendo o mesmo em baixo de vários livros. Já havia tomado banho então em relação a isso não tenho com o que me preocupar. Desço as escadas e vejo papai na sala, me esperando. Ele me olha e bufa saindo de casa, vou atrás dele e mordo meu lábio tentando conter o grande sorriso em meu rosto. Vou até seu carro e ele da partida para casa da Lilly.
- AMIGAAAAA! - Lilly me abraça do seu jeito quando me vê. A loira cumprimenta meu pai com um aceno de cabeça e sorri.
- Bom, até depois meninas. - Meu pai diz mas não damos muita atenção, Lilly me contava o seu "plano".
- Como assim você mentiu ser sua mãe no telefone? Você é louca! - Entro com ela em seu quarto e me jogo em sua cama enquanto ela vai até seu closet.
- O que acha desse vestido? - Ela aparece com um vestido preto decotado e apertado quase mostrando sua bunda.
- Quer ir bem piranha? - Pergunto a olhando.
- Sim. - Ela vai até o espelho para poder se olhar.
- Então vai com esse. - Gargalho e a mesma se vira para mim mostrando o dedo do meio, a olho fingindo estar espantada e jogo uma almofada em sua direção.
- Cadê seu vestido? - ela pergunta se virando para mim, aponto para a bolsa e ela vai até a mesma tirando ele de dentro. - Até que ele é bonito. - Ergue o mesmo observando cada detalhe. - Veste, quero ver como fica em você. - Ela joga o vestido em mim e vai para o banheiro.
Reviro os olhos e pego o vestido deixando ele em cima da cama, tiro minha roupa e ouço Lilly assobiar. Coloco o vestido e então ando até o espelho para ver como ficou.
- Wooow! - Lilly diz me olhando depois de ter saído do banheiro.
Olho para o espelho vendo minha figura e mordo o lábio me sentindo insegura.
- Eu sou muito gostosa! - Digo para Lilly me olhando pelo espelho e ela revira os olhos.
- Candice, está ótimo mas cala a boca. - Ela diz.
- Vaca. - Olho para ela e faço um coração, ela mostra o dedo outra vez e eu faço cara feia. - Preciso de ajuda com o sapato, cabelo e... acho que só. - Digo a ela guardando os livros dentro da minha bolsa, pois Lilly bagunçou tudo para apenas tirar o vestido.
- Pode deixar comigo. - Ela diz e quando eu me viro ela está com um par lindo de saltos em uma mão e na outra ela segura uma chapinha.