1x08 ♠ Em família

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Testando 1, 2, 3 ...


Natal: uma linda época do ano, exceto, é claro, para Logan Black, vulgo eu. O que diferencia meu natal do natal dos outros meros mortais viventes nesse planeta (além do fato de eu ser filho de Poseidon) é que eu vivo num antro de loucos. Você pode achar que eu estou exagerando, mas convenhamos: você conhece minha família, e por isso sabe muito bem do que eu estou falando. E se você acha que é o espírito natalino que se aflora neles nessa época, pare com isso: doce ilusão! O que aflora neles é essa doença não diagnosticada da qual todos sofrem. Prova disso é que Andrew está gritando pela casa. E agora abriu a porta do meu quarto. Agora está deitado entre mim e Jamie. E agora está chorando abraçado com a minha perna. Zeus, o que eu fiz para merecer?

— O que você está fazendo aqui? — perguntei a Andrew.

— Eu ouvi gritos! — contou olhando para a porta do quarto como se esperasse que o primeiro zumbi ou sei-lá-o-que passasse por ela e começasse a aniquilação — E vim correndo pra cá, porque você é o único homem na casa. Ou algo perto disso.

— E quanto a Dylan? — perguntei, semi-acordado.

— Qual é, Dylan? — Jamie bufou — Todos sabem que logo ele volta a ser a purpurina que sempre foi!

— Tem certeza que os gritos que escutou não eram Hanna e Dylan... Bem... Fornicando? Questionei.

— Tenho, era voz de mulher, logo, não era Dylan quem estava gritando. — Andrew ponderou, como se aquilo fizesse todo o sentido do mundo.

— E por que Dylan estaria gritando? — Jamie perguntou, ingenuamente.

— Já ouviu falar em fio-terra? — Andrew perguntou, arqueando uma sobrancelha — Não é como se nós acreditássemos que Dylan, de repente, vai começar a fazer uso daquilo que Zeus deu pra ele.

Mais uma vez a minha porta foi aberta, e dessa vez vimos a cabeleira negra de Hanna entrando no quarto, trazendo nossa fada (vulgo Dylan) pela mão. Ao ver nossa "bela" posição, Dylan perguntou:

— O que está acontecendo aqui? — Sua boca em um formato perfeito de "o" demonstrava claramente que ele estava pensando que aquilo era tudo, menos o que de fato era.

Andrew analisou nossa posição e se esfregou na minha perna sensualmente.

Ménage a trois? — perguntou de modo irônico — Um ménage ruim, visto que tem dois homens deitados nessa cama.

— Humm... — Dylan disse, e começou a ser estapeado por Hanna.

— Você não gosta mais disso, Dylan! Você gosta de peitos! PEI-TOS. — Hanna dizia irritada. — Da próxima vez que você me chamar de "meu namorado" eu vou te estapear.

— Mas você sabe que eu só sou hétero por você! — era quase uma tempestade de tapas o que estava acontecendo entre Hanna e Dylan. Jeito bizarro de amar, o desses dois — Han, eu te amo!

— Acho bom. — ela disse, e então voltou-se para nós — Vocês escutaram os gritos?

— Sim! — Andrew respondeu e se agarrou na minha perna. Outro grito foi ouvido, e isso fez com que Dylan se agarrasse a minha outra perna.

Se Hanna e Dylan estavam ali, então fornicação não era nosso problema. Quem estaria gritando, afinal? De repente, escutamos gritos oriundos do corredor. Mas não eram gritos tipo os de Andrew, um "AAAAAAAAAAAAAAAAAAH" longo e pavoroso, mas sim gritos tipo "venha logo minha Barbie de pixels" e "Crystal, para de ser inútil!". Logo depois meus dois filhos entraram no meu quarto, e um deles (adivinhe qual) vinha arrastando Ramöna pelo braço. A garota estava com tanta cara de poucos amigos que senti Andrew se apertando mais contra minha coxa, e por algum motivo Dylan lambeu minha panturrilha.

Emburrados (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora