A viagem até em casa foi mais curta que o normal. Talvez porque eu estava distraída demais para notar.
Ainda não sei se vou contar para Brenda sobre o que aconteceu apesar de ela ser minha melhor amiga, não sei se Harry quer que mais alguém saiba ou não.
Desci no ponto de ônibus, que ficava perto de casa, e caminhei uma quadra.
Normalmente quando eu volto do trabalho, ou eles já jantaram ou estão fazendo a janta. Mas hoje não tinha ninguém na cozinha quando passei e nem na sala. Meu celular conectou-se automaticamente com o wi-fi, como sempre, e comecei a senti-lo vibrar por causa das notificações recebidas e... Bom, eram muitas. Resolvi vê-las depois.
- Olá? – chamei, mas tudo que eu ouvi era o burburinho lá em cima.
Subi as escadas e logo me deparei com Lauren e John vestidos com trajes formais.
- Ah, oi Cassie. – falou a mulher de cabelos loiros. – Esquecemos de avisar que hoje nós temos um jantar do trabalho de John. Brenda pediu uma pizza para vocês, tem algum problema?
- Não, claro que não, pizza é sempre bem vinda! – falei a fazendo rir.
- Vamos, amor. – disse John depois de me dar um aceno. – Boa noite, meninas.
- Boa noite. – respondi e ouvi a Brenda gritando do nosso quarto.
Eu não pude ter mais sorte com a família que vim morar. Eles são como se fossem a minha segunda família, não apenas por eu estar morando com eles, mas por eles me acolherem como filha e não como apenas intercambista.
Lauren é uma mulher tão gentil e prestativa! Sempre que pode faz alguns agrados para nós, que segundo ela é por "sempre ajudá-la nas tarefas da casa". Ela é uma pouco mais alta do que eu, o que a faz ser bem baixa já que eu meço 1,60 metros, e ela tem 48 anos. Seus cabelos loiros estão sempre pintados, ela tem pavor de fios brancos! Os olhos dela são cor de mel, Brenda puxou isso dela.
Já John é alto e tem cabelos castanhos, assim como seus olhos. Ele não passa muito tempo com a família durante a semana, por causa de seu trabalho. No começo até pensei que ele era um pouco assustador e sério, mas agora já vejo o quão brincalhão ele é com todos e como gosta de ajudar todo mundo, não importa quem seja.
- Cassandra Amanto! – ouvi Brenda gritar. Ih, o que eu fiz agora...
- O que houve? – arrastei a voz, afinal o dia foi louco, mas continua cansativo.
Entrei no quarto pra encontrar a garota ruiva jogada na cama com um notebook. Brenda tem a minha idade, 19, mas parece ter 15 anos pela sua carinha nova. Assim que atirei a bolsa na poltrona, vi que ela me encarava com os olhos semicerrados.
- Me explica que negócio é esse aqui. – falou ela e eu já fiquei tensa.
Um turbilhão de coisas se passou pela minha cabeça, mas principalmente, pensei no Harry. E que poderia ser reportagens sobre ele e eu. O que não seria muita surpresa pelo jeito que os paparazzi andam hoje em dia...
Olhei para a tela do notebook e vi que ela estava no meu twitter. Nos seguidores, para ser mais exata.
Fiquei olhando para a tela. E... Olhando.
- Ahm... – murmurei. – Eu posso expli...
- HARRY STYLES ESTÁ TE SEGUINDO! – ela berrou e começou a gritar feito uma louca. – VOCÊ VAI FALAR DE MIM, OUVIU?
Por um lado fiquei aliviada, ela nem quis saber o motivo. Acha que é pelos tantos tweets que mandei para ele... Ah meu Deus. As mensagens. Ele já deve ter lido!
Senti minhas bochechas esquentarem.
- Ta em estado de choque? – perguntou ela rindo. Disfarcei com uma risada e concordei.
- Vou tomar um banho antes que a pizza chegue. – disse a ela e saí do quarto.
Enquanto tomava meu banho, comecei a pensar que, se Brenda já sabe, imagina o tanto de fãs que já não viram também! Respira, Cassandra. Ninguém sabe que a gente conversou!
Terminei e desliguei o chuveiro. Voltei ao quarto e me troquei no closet, colocando meu velho pijama de gatinhos e uma pantufa, porque incrivelmente, estava fresquinho. Sentei na cama com Brenda e peguei meu celular.
O bom da cama é que ela é gigantesca, caberia tranquilamente quatro pessoas nela.
Quando desbloqueei meu celular, quase não acreditei na quantidade de mentions que eu tinha. A maioria das minhas notificações vinha do twitter. E óbvio que o motivo era Harry.
Mas, felizmente, não tinha nenhuma mensagem de ódio, até porque não tem nenhum motivo para isso. Como olhei por cima, vi que ganhei muitos seguidores por conta do follow dele e muitos fãs falando o quão eu era sortuda. E só.
Se tem uma coisa que me incomoda é deixar notificação no celular. Eu sou aquele tipo de pessoa que olha tudo só pra não ter aquela coisinha incomodando. Depois que olhei as mentions, respondi minha mãe no facebook e vi as fotos/vídeos do snapchat, abri minhas mensagens diretas do twitter.
E tinha uma nova.
Harry: Eu sei que eu prometi, mas... HAUSHASUHDCOIASDBEA
Eu comecei a rir sozinha, quase me engasguei com a própria saliva. E ainda mais por ele usar o mesmo jeito para dar risada por mensagem: parecendo que teve um AVC.
Eu: Eu sei, eu sei. Pode rir. IUAHUISAHDIUASDA
Vi que ele mandou logo após de ter saído do café. Não sei se ele vai ver agora, mas do mesmo jeito respondi.
Harry: Mas então, você veio pra cá faz muito tempo?
Eu: Cheguei á três meses.
Harry: E o que está achando?
Eu: Maravilhoso! Eu sabia que iria amar Los Angeles, mas não sabia que era tanto!
Harry: E ficou melhor ainda quando me conheceu, eu sei. Mas e qual a tua idade?
Eu: Claro, claro. Tenho 19 anos... Me sinto em um interrogatório. Ijasjaisja
Harry: Bom, é como se fosse um. Já que eu não sei nada sobre você e você sabe tudo sobre mim.
Podia ouvi-lo rir.
Eu: Então você quer saber sobre mim, hein?
Estava tão entretida na conversa que só vi agora que Brenda estava me chamando.
- Com quem você está falando pra ficar tão sorridente? – perguntou ela com um olhar malicioso.
- Ninguém ué... – respondi rindo nervosa. – Só estava vendo a foto do Harry.
- Vou fingir que acredito. – ela disse e riu. Ouvimos a buzina do motoboy e corremos escada abaixo.
Enquanto eu pegava as coisas para levar lá pra cima, ela pagou a pizza.
Passamos a noite olhando filmes e conversando. Quando os pais dela chegaram, eram quase duas da manhã. Acabei por esquecer de olhar meu celular.
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Who would believe it? [H.S]
Fanfiction"- Cassie. - sussurrou meu nome, levantando meu queixo com sua mão. - A gente não escolhe por quem se apaixona. Se algo tem o direito de escolher, é o coração. E se esse for o caso, o meu te escolheu. Eu sinto isso e não posso mudar, o que eu posso...