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Ando apressada pelos corredores do prédio. Espero que eu consiga chegar a tempo.

Resolvi dar uma checada no pessoal da música, já que começaram a fazer algumas das canções originais do musical. Iremos fazer alguns covers também, mas para apresentar o trabalho da Universidade... Enfim, acontece que eu deixei para vir no final das aulas, ou seja, grandes chances de todos terem ido almoçar.

"Voltamos as 13h30min."

Li a placa pendurada na porta do estúdio. Resmunguei para mim mesma, escorando-me na porta. Meu coração quase salto do peito quando caí para dentro da sala. Sério que vocês só deixaram encostada? Levantei do chão, pegando algumas coisas que tinham caído da minha bolsa.

Observei o ambiente. É a primeira vez que entro aqui, a sensação da música preencher esse lugar é indescritível. Passei a mão pela estante, sorrindo. Voltei os olhos para um piano ao fundo. Mordi o lábio olhando para os lados, certificando-me de que não havia ninguém.

Caminhei lentamente até ele, ainda incerta de fazer o que estou pensando. Sentei-me. Abri-o, revelando as teclas e sorri. Posicionei a folha que havia trazido comigo.

Passei a mão levemente, antes de tocar a primeira nota, seguida de outra e mais outra, formando os primeiros acordes da música.

A sensação que se apossou de mim, foi incrível. Música é algo que me completa, junto com cinema. É uma força invisível que me faz querer mais e mais. A sala foi preenchida com a melodia de minha criação e, timidamente, com minha voz dando vida ao resto dela.

Fechei os olhos, me desligando do mundo real e concentrando toda energia na música. Eu havia feito essa música há um tempo, desde que fizemos a base do roteiro. Essa ideia vivia na minha cabeça, até que finalmente cedi.

Assim que acabei a música, guardei o papel com a letra e fechei-o, suspirando. Ouvi alguém atrás de mim, o que quase me matou do coração.

- Ah, Srta. Marcbell! Eu... Eu não te vi. – falei embolada, levantando do banquinho. – Eu... Ahm... Está aí há muito tempo?

- Vi a porta aberta e achei estranho, só queria conferir se tinha mais alguém. – respondeu a mulher, com um olhar estranho. – O que está fazendo aqui?

- Queria ver como estavam as coisas para o Programa. – disse rapidamente, enquanto ela me observava. – Escorei-me na porta e acabei caindo.

- Bom, acho que eles voltam depois. – comentou. Tenho certeza que meu rosto está vermelho, mesmo que ela não tenha ouvido minha música. – Srta. Amanto?

- Ah, oi? – falei, pigarreando.

- Precisa de algo ou podemos ir? – perguntou, com uma expressão de divertimento.

- Ah, podemos ir. – pigarreei, saindo da sala. Caminhamos em silêncio lado a lado.

- Como estão os preparativos? Faz algumas semanas desde a ultima atualização. – perguntou, já que ela quem coordena as coisas do Programa, sendo a diretora do musical.

- Hum... Estão indo bem, semana que vem já podemos começar as audições. – comentei, quis me bater por esquecer de falar isso para ela, afinal, ela quem irá organizar essa parte.

- Ah, tudo bem. Então já terminaram o resto? – perguntou, surpresa.

- Sim, fizemos tudo o mais rápido que conseguimos, já que estava meio atrasado. – respondi, com um sorriso incerto. – Na verdade, o roteiro está sendo finalizado, mas creio que até quinta-feira ficará pronto.

- Ótimo! – disse ao que parecia alegre. – Me mande o roteiro por e-mail sexta de manhã, irei separar as cenas para as audições.

- Tudo bem. – sorri sem mostrar os dentes. – Até, Srta. Marcbell.

- Me chame de Jennifer, já passamos a parte de formalidades faz um tempo. – riu de verdade, me fazendo relaxar. – Até mais, Cassandra.

Acenei com a cabeça, enquanto íamos para caminhos diferentes. Dirigi até em casa, já que Brenda resolveu fazer almoço e precisava tomar uma ducha. Viu? Mexe nos instrumentos dos outros e não quer ficar pingando de suor de tão nervosa. Revirei os olhos rindo.

Pelo menos ela não me ouviu, deve achar que sou uma enxerida.

Suspirei, não vou negar que me fez um bem danado tocar piano. Faz tempo desde que toquei pela ultima vez, quando ainda estava no Brasil, já o violão, ah, ele está sempre comigo, muito mais acessível que um piano. Sorri para o nada e balancei no ritmo da música que tocava no pendrive.

Assim que cheguei, senti o cheiro maravilhoso de strogonoff. Sentamos para contar as novidades uma para a outra da faculdade e logo depois de organizar a cozinha, tomei um banho voando e fui trabalhar.

Hoje pretendo fazer uma surpresa para Harry, se o mesmo estiver em casa. Nada fora do comum, apenas visitá-lo. Confesso que a saudade está me matando, tê-lo por perto o final de semana inteiro me deixou mal acostumada. Sorri enquanto adentrava o estabelecimento.

- Oi, Cassie. – cumprimentou Amy, com seu sorriso maravilhoso. – Quando vamos sair de novo, hein?

- Não sei, temos que combinar alguma sessão de filmes lá em casa. – falei rindo. – A Brenda também comentou no almoço hoje.

- Sábado, quem sabe? – perguntou, organizando alguns copos de café.

- Falo com ela e te mando uma mensagem, pode ser? – perguntei e ela assentiu. – Vou me trocar.

A tarde passou tão lenta que podia sentir meus nervos borbulhando. Já tinha planejado tudo, minha outra roupa estava numa sacola no armário e iria levar uma pizza que encomendei uns minutos antes de sair. Se ele estiver ocupado, eu e Brenda comeremos. Dei de ombros.

Revirei os olhos. Continua se enganando, fingindo que não liga.

Entrei no carro e conferi se minha roupa estava ok e se a maquiagem não estava borrada. Tudo certo. Peguei o celular, ligando para Harry.

- Alô? – escutei do outro lado da linha. – Cassie?

- Oi, Hazza. – respondi, nervosa. Porque estou assim do nada?

Um momento de silêncio.

- Então, tudo bem? – perguntou incerto.

- Ah, sim, tudo certo. E você, muito ocupado? – perguntei, batendo a mão na testa silenciosamente.

- Hum... Não. Acabei de chegar em casa. – comentou, pude ouvir o barulho da geladeira. No apartamento ou na casa?

- Ainda não conheci sua casa. – comentei, inocente. Sério, Cassandra? Poderia ser um pouco mais discreta

- Na verdade, to no apartamento. – esclareceu, rindo. – Esse você já conhece.

- Ah, sim. – ri. - Sabe, eu preciso ir, ta? A gente se fala depois! – disse embolada, desligando o celular. Não pude evitar de rir de minha infantilidade, escondendo meu rosto em minhas mãos, como se alguém estivesse me observando. 

Balancei a cabeça, rindo.

Liguei o carro, agora certa de que ele está no apartamento.

~**~

Olarrr

Espero que gostem! 

Me digam o que vocês tão achando, por favorzinho, adoraria ler/saber.

Votem, pleaseeee 


Bjs de luzzzz (:

Who would believe it? [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora