capítulo 2

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Olhos que marcam...

Fazia quase um mês que eu havia me mudado. Tinha feito poucas amizades, mas, em uma cidade pequena como Hills Mystic, as pessoas eram bem hospitaleiras. A amizade com Beatriz se aprofundou; ela me mostrava um lado incrível e gentil da vida aqui. Começava a me adaptar bem.

Logo escutei o barulho da campainha. Corri até a porta e a abri. Era Beatriz.

— Oi, atrapalho? — ela perguntou, um sorriso no rosto.

— Oi! Imagina, pode entrar.

Ela entrou e me cumprimentou com um abraço caloroso. Olhou ao redor e viu que eu estava arrumando.

— Dia de faxina?

— Ha, que nada! Só estava organizando algumas coisas — respondi, prendendo meus cabelos em um rabo de cavalo.

— Acho seu cabelo muito lindo, essa cor é maravilhosa.

Sorri de lado, um pouco envergonhada.

— Obrigada! Eu também gosto muito. É algo que me lembra a minha mãe. Ela também tinha longas madeixas ruivas. Minha mãe sempre dizia que todas as mulheres da família tinham essa cor.

— Por que sua mãe não falava muito sobre a família?

Suspirei, lembrando da dor que sempre pairava sobre o assunto.

— Eu não sei. Sempre quis saber mais sobre meus avós e meu pai, mas ela nunca quis falar. Era algo que a magoava. Ela dizia que não estava pronta, mas eu sempre acreditei que, eventualmente, ela falaria... até que ela faleceu.

— Não precisa continuar — disse Beatriz, percebendo a dor em minha voz.

— Tudo bem. É que minha mãe sempre foi meu tudo. Sempre fomos eu e ela. No final, ela queria me contar algo, mas não conseguiu. Fico me perguntando o que era.

— Talvez fosse "eu te amo".

— Não, não penso que era isso. Enfim, não quero mais falar sobre isso.

— Tudo bem, eu compreendo.

O silêncio se instalou entre nós por um momento, mas logo eu o quebrei.

— Você nasceu aqui?

— Sim, esta cidade sempre foi meu lar, desde que me entendo por gente.

— Então... você não sabe nada sobre a minha família... sobre os Delyon?

Ela hesitou por um instante.

— Na verdade, não. Sua família sempre foi muito reservada. Seu avô ficou muito recluso depois da morte da sua avó. Como eu disse, não sei de mais nada sobre sua família.

Uma sensação estranha surgiu dentro de mim. Pode ser impressão minha, mas não senti muita verdade nas palavras de Beatriz. Parecia que ela estava escondendo algo, mas ela cortou meus pensamentos.

— Bem, vou indo! — disse ela, levantando-se.

— Mas já? Fica mais um pouco.

— Não, já deu minha hora — falou, olhando rapidamente para o relógio em seu pulso.

— Está bem — respondi, tentando esconder a decepção.

Despedindo-me dela, percebi que o resto da tarde passou rapidamente, e logo a noite caiu. Estava me preparando para dormir, mas meus pensamentos estavam a mil. O que Beatriz não estava me dizendo? Por que a família Delyon era um assunto tão delicado?

Tentei me acalmar, mas a curiosidade e a ansiedade me mantinham acordada. Eu precisava descobrir mais sobre minha família.

Me levanto e abro a janela, fico olhando a escuridão que está lá fora, a noite estava fria, coloco um casaco e vou até o lado de fora pegar um pouco de ar, olho para o céu e respiro fundo. "Como as coisas mudaram tão depressa e a sensação que tenho é que mudará ainda mais"

Me levanto e abro a janela, fico olhando a escuridão que está lá fora, a noite estava fria, coloco um casaco e vou até o lado de fora pegar um pouco de ar, olho para o céu e respiro fundo. "Como as coisas mudaram tão depressa e a sensação que tenho é que mudará ainda mais"

Escuto um barulho de galhos na escuridão, olho para o redor, mas não vejo nada, até que foco minha visão em um ponto, meu coração acelera com o que vejo, a silhueta de alguém que eu não conseguia ver direito, a única coisa que se destacavam era os seus olhos de uma cor vermelho sangue

A adrenalina pulsava nas minhas veias enquanto eu recuava para dentro da casa, trancando a porta com firmeza. O coração batia descontrolado, e a visão daqueles olhos vermelhos ainda queimava na minha mente.

— Calma, Vitória, você está apenas imaginando coisas, — sussurrei para mim mesma, tentando controlar o pânico. Mas a sensação de estar sendo observada não me deixava.

Decidi que precisava me distrair. Subi as escadas, tentando me convencer de que era apenas a escuridão me deixavam inquieta. No entanto, ao me deitar, os olhos vermelhos não saíam da minha cabeça. Respirei fundo e me forcei a fechar os olhos.

Na manhã seguinte, acordei com a luz fraca do dia entrando pela janela.
Após um banho rápido, vesti-me e saí para o café local. O ar fresco me ajudou a clarear a mente. Quando cheguei ao café, uma sensação de alívio me invadiu ao ver o lugar movimentado.

— Bom dia! — disse o atendente enquanto me aproximava do balcão.

— Bom dia! Um café, por favor.

Enquanto esperava, não pude deixar de notar um homem em uma mesa ao fundo. Ele tinha um olhar intenso e enigmático, que parecia acompanhar cada movimento meu. O desconforto que sentia era palpável, mas não consegui desviar o olhar.

Com o café em mãos, decidi me sentar em uma mesa perto da janela, tentando ignorar a presença dele. No entanto, a ideia de voltar para casa e encarar a escuridão da noite me deixava inquieta.

Assim que terminei meu café, deixei algumas notas no balcão e saí

Droga!

Começo a andar mais rápido, mas logo os pingos de chuva se transformam em uma chuva forte . Estou completamente encharcada. Depois de alguns minutos, finalmente chego em casa, coloco minha bolsa no sofá e corro para o banheiro.

Tiro a roupa molhada e me deixo envolver pela água quente do chuveiro, sentindo a tensão do dia escorrendo. Ao sair, me visto com uma roupa leve e decido dar uma olhada pela janela.

O céu está cada vez mais escuro, e um temporal se aproxima. Fecho a janela rapidamente e vou para a cama, onde rapidamente adormeço.

Mais tarde, acordo com o estrondo de um trovão. Sentada na cama, olho ao redor, tentando me situar. A chuva ainda cai forte, e a casa parece ecoar os sons do tempo lá fora. Com um suspiro, me levanto e vou até a cozinha, tentando me distrair.

Enquanto preparo um lanche, um estalo repentino me faz parar. O coração dispara. Olho pela janela, mas só vejo a tempestade.

— Deve ser só o vento — digo a mim mesma, tentando me acalmar.

quando de repente com o vento forte a minha janela se abre, corro rapidamente para fechá-la, olho aquela imensa escuridão é no meio de várias árvores Vejo uma silhueta a espreita e como um passe de mágica os olhos se torna um vermelho sangue, fecho a janela e com o choque e medo me encosto no balcão, deslizo a minha mão até uma faca e pego a mesma, então escuto um barulho estrondoso um trovão e então a casa fica completamente escura.

Sinto que o meu coração está para pular fora do peito, corro e subo rapidamente as escadas e vou para o meu quarto, pego o meu celular e ligo a lanterna, respiro fundo e com a faca na mão e o celular em outra desso as escadas devagar, começo a clarear em volta e começo a checar se todas as portas estão fechadas, escuto barulhos vindo da cozinha, minhas pernas não se movem e para piorar as coisas a lanterna do meu celular começa a falhar.
"Que droga, não, por favor!"
Sussurro para mim mesmo, quando um raio cai e clareia tudo ao redor. Vejo uma silhueta em minha frente, seguro a faca firme e estou prestes a acertar a pessoa que está parada em minha frente.
— Não!
As luzes da casa imediatamente voltam e vejo quem eu estava prestes a esfaquear.
É BEATRIZ!?

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