capítulo 6

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Vitoria :

Meu coração estava disparado e, por mais que Beatriz dissesse que eles não poderiam entrar na casa, não estava confiante. Alguns minutos se passaram e Aaron estava parado no mesmo lugar, apenas observando. Quando vejo o seu olhar mudar, ele já estava impaciente.

- Se você não sair, irá se arrepender amargamente. Saia com ela agora, ou eu vou te matar Beatriz, eu juro.

Beatriz nada responde, apenas continua observando. Aaron faz um sinal com a mão e os homens que estavam com ele começam a secar a casa.

O olhar de Beatriz ardia com determinação. Ela se posicionou firme, sem recuar, mesmo diante da ameaça de Aaron.

— Eu não sou nenhuma traidora, Aaron! Fui destinada a proteger o clã Delyon quando vivíamos em paz. Mas vocês decidiram entrar em guerra com Victor, e isso causou um caos. Os Delyon agiram para acabar com a matança. Vocês não estavam apenas se prejudicando; estavam arrastando todos para o abismo, inclusive os humanos.

Aaron riu, mas havia uma tensão crescente em seu sorriso.

— E você acha que isso faz de você uma heroína? Você se colocou no caminho do que somos.

Beatriz avançou, seu olhar desafiador.

— A decisão de acabar com a maldição não vai custar a vida dela. Vou cumprir minha promessa, mesmo que isso signifique sacrificar a minha.

O ar entre nós estava carregado de eletricidade, e a gravidade da situação me atingiu em cheio. Beatriz estava disposta a tudo para me proteger, e isso despertava em mim uma coragem inesperada.

Aaron avançou um passo, mas a fúria nos olhos de Beatriz o fez hesitar.

— Você pode tentar, mas a alcateia não vai parar.

Fico atordoada com as palavras de Beatriz. Ela sabia tudo sobre o meu passado e agora eu queria saber mais.

- Vampiros e lobisomens são inimigos naturais e sim, se eu tiver que matá-la para quebrar a maldição, assim o farei, a vida dela não é mais importante do que a alcateia, sabe por quanto tempo esperamos por esse momento? Muitos foram mortos pensando que esse dia nunca chegaria, pensar que não havia mais ninguém dessa porcaria de clã e aí está ela. Você não vai atrapalhar, pode ter certeza.

Pela janela, consigo ver Aaron pegando algo no chão. Ele olha em nossa direção e sorri um sorriso assustador. Sem avisos, ele arremessa o objeto que estava em suas mãos em nossa direção. A janela se quebra em mil pedaços, e os estilhaços me atingem. Eu rolo para o chão, me escondendo atrás da mesa, enquanto Beatriz faz o mesmo.

— Droga, você está bem? — ela pergunta, com a voz trêmula.

— Estou... só alguns cortes — respondo, sentindo o ardor no meu rosto e nos braços.

— Precisamos sair daqui! — Beatriz diz, sua expressão determinada.

Ouvimos um grande estrondo vindo da parte de trás da casa. Eles estavam jogando algo pela janela e logo o cheiro de fumaça começou a invadir o ambiente.

— O que foi isso? — pergunto, a adrenalina subindo.

— Eles estão incendiando a casa! — Beatriz grita. — Vamos!

Corremos para o corredor, mas o calor aumentava rapidamente. O fogo estava se espalhando pela cozinha, e a fumaça tornava o ar quase irrespirável.

— Rápido, temos que encontrar uma saída! — Beatriz ordena, seus olhos buscando uma maneira de escapar.

Apenas a porta da frente parecia viável,

— Vamos! — Beatriz disse, puxando-me

— Vamos ter que sair. Eu vou tentar distraí-los. Você corre para o outro lado e não pare até estar segura, entendeu?

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