capitulo 3

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O livro....

— Quase te acertei — gritei, andando de um lado para o outro.

— Calma, você não acertou! — Beatriz respondeu, rindo da situação.

— Não tem graça! E como você entrou aqui?

— A porta da cozinha estava aberta. Você precisa ter mais cuidado, já te avisei sobre essa cidade perigosa.

— Eu sei, mas hoje eu quase vi alguém me observando antes das luzes apagarem.

Beatriz franziu a testa, preocupada.

— Tem certeza de que era alguém?

— Sim, tinha uma silhueta masculina.

— Tudo bem, eu vou ficar aqui com você essa noite.

— Sim, claro.

A chuva aumentou, e o vento uivava lá fora.

— Essa cidade sempre é assim quando chove? — perguntei, tentando quebrar o clima tenso.

- Sim, sempre está nublado ou com o tempo chuvoso.

(Beatriz olha para o estande cheio de livros à sua volta, pega um e começa a folhear). Hum... a maldição do sol e da lua!

- Como assim?
— Há uma lenda local meio boba que os antigos contam. — Beatriz continuou

— O que diz essa lenda?

— Bom, o pessoal mais velho da cidade dizia que um clã de bruxas muito poderosas lançou sobre essa terra a maldição do sol e da lua.

— E isso significava o quê?

— Sobre essa terra caminhavam criaturas livres, homens com o poder de se transformar em grandes lobos. E havia aqueles que, apesar de parecerem humanos, tinham força sobrenatural, velocidade impressionante e presas afiadas que podiam perfurar a pele para beber o sangue.

— Uau, isso é... intenso. — comentei, sentindo um arrepio. — E o que aconteceu com essas criaturas?

— Dizem que, durante a noite, elas se tornam predadoras, e a cidade fica em alerta. E quem se atrever a cruzar seu caminho... bem, não termina bem.

— Parece que estamos em um lugar cheio de histórias assustadoras. — Eu disse, olhando pela janela enquanto a chuva caía.

- Está falando de vampiro e lobisomem?

- Sim, agora deixa eu terminar de contar a história!

- Tudo bem, me desculpe!

-— Esses dois tipos de criaturas eram inimigos naturais, ou melhor, mortais. — Beatriz continuou

— E a cidade virou um caos com várias mortes, certo? — perguntei, intrigado.

— Exato. As bruxas foram obrigadas a intervir para manter o equilíbrio. Criaram a maldição do sol e da lua. Os metamorfos só poderiam se transformar na grande criatura durante a lua cheia, e passariam por uma dor insuportável. Já os frios, não poderiam sair à luz do dia, pois seriam queimados pelo sol.

— E elas conseguiram manter o controle por um tempo?

— Sim, até que uma bruxa se apaixonou pelo líder dos frios. Ela tentou quebrar a maldição, mas não conseguiu. Quando o clã descobriu a traição, mataram-na.

— Que trágico. E o que aconteceu depois?

— Cego pela vingança, o líder dos frios destruiu o clã das bruxas. Com isso, o poder de quebrar a maldição morreu com elas. Mas a lenda diz que ainda há uma bruxa desse clã viva, e que todo o poder foi passado para ela, correndo em suas veias.

— Isso é fascinante e assustador ao mesmo tempo. — comentei, olhando para Beatriz

Beatriz me mostrou a página do livro que estava em sua mão, revelando um desenho horripilante de uma criatura.

— Nossa, que horripilante. Que bom que é só uma lenda.

— ... Sim, ainda... bem, vamos dormir agora.

— Sim, vamos.

Na manhã seguinte, Beatriz foi embora cedo. Me despedi e agradeci por ela ter ficado comigo. Ao passar pelo corredor, notei o livro sobre a escrivaninha. Fiquei curiosa, peguei-o e coloquei na minha bolsa.

Saí de casa e comecei a caminhar até a cafeteria. Quando me sentei, pedi um café e comecei a folhear o livro.

— Hum... lobos. — estavas perdida nas páginas do livro quando escuto a voz

Levantei os olhos e vi o homem misterioso do dia anterior. Seu olhar era penetrante quando ele puxou a cadeira e se sentou.

— Sim... lobos. — respondi, tentando manter a calma.

— Quem diria que uma garota como você se interessa por lendas como essa!

— Uma garota como eu? Quem é você mesmo?

— Meu nome é Aaron. Então, você gosta desse tipo de lenda... qual é o seu nome mesmo?

— Vitória, meu nome é Vitória Deliom.

A expressão dele mudou rapidamente ao ouvir meu nome.

— Vitória... Deliom, que interessante.

— Hã... obrigada?

— Bem, nos vemos por aí, Deliom. — Ele se levantou, deixando uma aura de mistério no ar, enquanto eu tentava processar tudo o que acabara de acontecer.

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