Capítulo 5 - Apenas um momento

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Carol

- Eu não o posso ter perdido, não posso. - dizia eu a mim própria enquanto procurava o meu colar por todo o quarto.

Ouvi baterem à porta e corri até lá na esperança que fossem as meninas, talvez alguma delas soubesse onde o tinha deixado. Quando abri a porta nem quis acreditar que o idiota do Harry estava mesmo ali à minha frente, os seus olhos verdes percorreram todo o meu corpo sem dizer uma única palavra.

- Não sei se sabes mas o teu quarto é o do lado. - disse eu fechando a porta.

- Ei calma ò irritadinha isto por acaso não é teu? - disse ele levando as mãos ao bolso e tirando o meu colar.

- Como é que isso foi parar às tuas mãos? - disse eu quase arrancando o objeto das suas mãos.

- Encontrei-o junto aos carros. - disse ele contornando-me e indo em direção aos sofás sorrindo de forma convencida.

- O que pensas que estás a fazer? - disse eu bufando e fechando a porta tentando manter a calma.

- Isso é assim tão importante para ti? - perguntou ele atirando-se no sofá como se estivesse em casa.

- É mas não tens nada haver com isso. Harry que fique bem claro, eu só te deixei entrar porque... - tentei dizer eu mas ele interrompeu-me.

- Desculpa quase ter-te atropelado. - disse ele surpreendendo-me completamente.

Naquele momento fiquei sem fala, será que eu estava mesmo a ouvir bem? Olhei para ele observando pela primeira vez cada detalhe seu, a roupa que usara na discoteca tinha sido substituída por algo mais desportivo realçando o seu corpo, as tatuagens expostas pela sua t-shirt davam-lhe um ar um pouco sombrio mas assim que ele sorriu as duas covinhas que apareceram no seu rosto tornaram-no no rapaz mais inocente que eu já alguma vez vira o que obviamente não ser verdade.

- Eu acabei de te pedir desculpa e tu ficas assim sem dizer nada?! - perguntou ele acordando-me dos meus pensamentos.

- Como é que sabias que o colar era meu? - disse desviando o assunto.

- O Zayn disse que tu tinhas perdido uma coisa importante e como eu o tinha encontrado na garagem quando apenas tu é eu tínhamos lá estado calculei que fosse teu. - respondeu ele sorrindo de forma vitoriosa.

- E eu que pensava que o teu cérebro estava programado apenas para cantar. - disse eu rindo sentando-me no sofá à sua frente.

- Já te disse, tu não me conheces...- disse ele seriamente como se o tivesse ofendido.

- Acredita que sei mais de ti do que tu de mim. - continuei eu.

- Como queiras. - resmungou ele dando a entender que não se importava minimamente com a minha opinião.

- Obrigada por mo devolveres. - disse eu olhando para o colar que estava nas minhas mãos.

Mais uma vez o rapaz de olhos verdes que eu tinha na minha frente surpreendeu-me vindo até mim, desviando o meu cabelo como se estivesse a pegar em algo frágil colocou cuidadosamente o colar no meu pescoço. As suas mãos tocaram a minha pele e naquele momento uma corrente elétrica percorreu todo o meu corpo despertando em mim uma sensação de outro mundo. Aquilo não podia estar a acontecer, ele era o idiota que quase me atropelou à horas atrás, um rapaz rude e famoso por quem as minhas melhores amigas eram loucas e eu não o suportava, não até ele aparecer na minha porta daquela maneira.

- Quem diria... - disse ele sentando-se ao meu lado com os pés em cima da mesa e os braços cruzados atrás da cabeça.

- Quem diria o quê? - perguntei eu um pouco irritada pelo seu sorriso malicioso.

- Calma... É que nunca imaginei que tu e eu pudesses conversar sem nos insultar-mos um ao outro. - disse ele rindo.

- E eu nunca pensei que tu e os teus amigos se comportassem desta forma comigo e com as meninas. - admiti eu.

- Assim como? - perguntou ele olhando para mim.

- Com tanta normalidade. - disse eu como se fosse uma coisa óbvia.

- E nós somos normais! - riu ele.

- Tu percebeste o que eu quis dizer... - disse eu dando-lhe um pequeno empurrão.

- Porquê esta frase? - perguntou ele passando a mão levemente pelo meu pescoço referindo-se ao colar.

- Nada de importante. - respondi eu aumentando a distância entre nós.

- Mesmo assim quero saber... - insistiu ele.

- Era da minha avó... No dia em que o meu avô disse que a amava pela primeira vez, ele ofereceu-lhe para que ela soubesse que aquelas palavras lhe pertenciam para sempre. - respondi eu. Ele nada disse apenas me deu sinal com a cabeça para que continuasse.

- Ele pilotava aviões de guerra e quando o meu pai era ainda pequeno ele foi numa das suas missões, mas acabou por nunca mais voltar. Há uns anos atrás a minha avó ficou muito doente, ela afirmava que era o colar que a mantinha viva e num dia quando eu regressei da escola ela praticamente me obrigou a ficar com ele. "Eu já não preciso disto, a próxima vez que eu ouvir estas palavras vai ser quando estiver junto dele, guarda-o e promete-me que só as dirás quando encontrares alguém que as mereça", foram as suas últimas palavras. - disse eu e uma pequena lágrima caiu sobre o meu rosto.

Harry parecia quase chocado com o que eu tinha acabado de dizer, e eu também, nunca o tinha contado a ninguém nem mesmo às meninas. De súbito ele aproximou-se de mim, eu podia sentir a sua respiração, o seu peito subia e descia como se estivesse nervoso e a seu dedo percorreu a minha face limpando algumas lágrimas que eu deixará escapar. A minha cabeça dizia-me para recuar mas o meu corpo não obedecia, lembranças do dia de hoje passaram pela minha minha cabeça e por momentos perguntei a mim própria como era possível eu estar ali, assim, agora, com ele...

Nenhum de nós se atrevia a dizer uma palavra, os nosso olhares denunciavam exatamente o que nós queríamos fazer naquele momento.

Os seus lábios tocaram ao de leve os meus repetindo esse movimento várias vezes, ansiosa e desesperada para que aquela tortura acabasse os meus braços rodearam o seu pescoço acabando com alguma distância que restava entre os nossos corpos.

- Isto não devia acontecer, não contigo... - sussurrou ele abraçando a minha cintura e beijando-me intensamente.

Eu não conseguia parar e ao que parecia ele também não, cada vez que os seus lábios deixavam os meus alguma coisa nos atraía novamente um para o outro aumentando cada vez mais a intensidade do momento. As lembranças do que se tinha passado nas horas anteriores voltaram, o que é que eu estava a fazer? Apesar de eu ouvir falar dele praticamente todos os dias, para mim, ele era apenas um desconhecido, um desconhecido que quase me atropelou esta tarde, o desconhecido que eu mais insultei na vida...

- Pára! - disse eu afastando-o de mim.

Ele estava tão incrédulo quanto eu, e eu sabia perfeitamente que ele pensava exatamente o mesmo que eu, isto tinha sido um engano, uma fragilidade nossa devido a uma história que não tinha nada haver conosco.

Antes que ele pudesse dizer alguma coisa a porta da penthouse abriu-se.

- Carol!!! Porque é que te foste embora??? - gritou a Di rindo já um pouco alterada com os sapatos na mão.

- Harry? - disseram todas ao mesmo tempo não percebendo o porquê de ele estar ali

- O que se passa? - perguntou a Lau.

- Não se passa nada, eu já estava de saída. - respondeu o Harry saindo porta fora.

Automaticamente o olhares dirigiram-se até mim, sem dizer nada caminhei até ao meu quarto e fechei a porta ignorando qualquer pergunta da parte das minhas quatro amigas.

- O que é que acabou de acontecer? - perguntei eu a mim própria levando a minha mão até aos meus lábios.

Peço imensa desculpa pela demora, mas infelizmente passei por muita coisa nas últimas semanas e a vontade de escrever desapareceu por uns tempos. Dedico este episódio à minha avó que tristemente faleceu há algumas semanas. Espero que continuem a ler, que votem e comentei. Quero saber se estão a gostar,!

xoxo, Carolina ;)

Three Words Eight Letters, I LOVE YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora