UM VELHO AMIGO VEM VISITAR

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Após o ocorrido na casa grande corri sem rumo ao certo, indo parar nos chalés. Assim que vi o chalé de Hermes, adentrei e corri em disparada entre algumas pessoas até minha cama.

Alguns campistas que estavam no chalé se assustaram ao me ver, bem, eles arregalaram os olhos e se afastaram então acho que não gostaram do que viram, mas não me importei.

Eu estava exausta.

Não conseguia organizar todos os pensamentos em minha mente, parecia que tudo funcionava em câmera lenta.

Era difícil de acreditar que depois de todos esses anos de repente, Sally se interessasse por mim, sem nunca ter se importado.

Eu não estava totalmente triste, ou pelo menos não quis estar.

Então, eu não me lembro exatamente como fora dormir ou como exatamente eu me deitei e fechei os olhos tão facilmente, mas, eu me lembrava exatamente do sonho bizarro que tivera...

****

Era noite em um lugar terrivelmente quente onde a temperaura parecia estar acima de 24 graus e eu pareci nem me importar.

A visão de onde eu estava era medonha.

Um chão feito de pedras negras cobertas por um líquido vermelho que manchava meus pés, rochas pontiagudas que pareciam adagas viradas em minha direção, uma escuridão enorme me envolvendo em uma névoa sombria, que apenas não cobria meus olhos.

Meus olhos...ardiam.

Foi quando diante de mim, surgiu a imagem de um trono entre as rochas e o caos das demolições qua haviam ali.

Nele estava um alguém da estatura de um monumento especial, ele segurava um cajado de ouro imperial e tinha sua atenção virada à mim.

Eu me encolhia enquanto seus olhos negros me analisavam.

Não dava para ver exatamente seu rosto, era como se tivesse uma leve cortina que me impedisse de lhe ver por completo.

-Skylar.

Ele diz e sua voz era metálica e grave, como se soasse em mil caixas de som.

Eu apenas acenti e então ele continuou:

-Eles irão descobrir, não deixe isso acontecer.

Um arrepio percorre por meu corpo e senti o estômago revirar de ânsia.

-Se depender de mim não irão longe, fiz de tudo para atrasálos.

Minha eu do sonho respondia firme, como se fosse todo dia que um homem gigante e eu dialogássemos.

-Ótimo. Eles não podem nos encontrar.

Senti minha eu do sonho prender a respiração e vira que o gigante homem notara.

Ele então se inclinou em minha direção fazendo a cadeira ranger, e eu pude sentir seu forte odor de enxofre.

-Espero que tenha certeza do que está fazendo, e lembre-se sempre de sua origem. Não importa onde você vá, ou o que disserem para você, você sempre será minha, filha.

*****

E então a imagem se dissipou em borrões assim que me aproximei do que for que estava sentado naquele trono maldito.

Dispertei com uma forte dor de cabeça e talvez náuseas. Sentia um mal-estar desconfortável.

Como se todas as sensações do olhar frio e cortante do homem do sonho me perseguissem.

A Filha Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora