Eles Voltaram

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Eu já estava começando a me acostumar, não era nenhum segredo que mesmo pelo pouco tempo que eu estava convivendo com Camila, estava sentindo o seu poder de me fazer esquecer de tudo. Até dos piores fantasmas que me acompanhavam, ela tinha o poder de fazer tudo sumir.

Cabello se sentou na cama, abrindo os botões da camisa branca lisa que usava e deixou que a saia escura escorregasse pelas suas pernas. Semi nua, ela fez o mesmo com meu uniforme escolar e me puxou para si, me abraçando tão forte a ponto de estalar minhas costas.

Acabou que ficamos assim até cinco da tarde, quando ela acordou tomou banho, me vestiu e me deu mais 1001 recomendações em relação ao corte. Era bom ver que alguém se preocupava. Almoçamos aquela hora, mesmo sendo extremamente tarde para isso e ela se desculpou por aquilo, mas com aqueles dotes culinários, Camila não precisava nem me pedir desculpas.

Ela achou melhor me levar para casa então peguei minhas coisas. Quando eu já estava pronta para sair do carro em frente ao meu portão, a mesma me impediu.

"Eu não quero perguntar, porque eu vi que te fez mal e tudo que eu não quero para você é isso. Mas hoje no carro.." Ela não soube explicar falhando nas palavras. "Mas você está bem não é?" Respirei fundo assentindo. Eu não estava nada bem, mas ninguém precisava saber disso..

"Eu consigo enxergar pelos seus olhos que não está!" Ela apertou minhas mãos. "Você sabe que pode confiar em mim! Eu sei que nossa relação só se resume a sexo e outros etcetera mas mesmo sendo uma decisão das duas, eu quero que você seja mais que meu brinquedo de prazer, eu quero ser sua amiga, eu quero saber o que está acontecendo. Quero que saiba que eu estou aqui." Senti as lágrimas se formando no canto dos meus olhos. "Não chora.." Por que ela tinha que decifrar o que eu estava sentindo? Aquilo tornava tudo tão mais complicado do que já era! A abracei escondendo o rosto em seu pescoço e aspirando seu cheiro bom. Camila pôs a mão no interior do meu cabelo o afagando. "Mas para eu ser sua amiga eu preciso que você me deixe entrar na sua vida e no seu coração. Porque convenhamos, eu posso até ser complicada, mas considerada a você, Michelle eu sou mais fácil de compreender que 2+2, posso até ter minha bipolaridade, meus problemas.. Mas enfim!" Ela sorriu puxando um maço de cigarros do short, junto com o isqueiro, acendendo um.

"Eu deixo." Sorri, apertando os lábios.

"Você sabe que mesmo se não deixasse, eu iria invadi-lá ainda mais! Porque tem um lugar que eu já invado e modéstia à parte, muito bem." Ela piscou o olho e foi impossível não rir.

"Depravada!" Dei um tapa em seu ombro não me contendo.

"Hoje você quer praticar spanking comigo não é?" Ela disse me olhando sério. "Você quer ser uma babygirl má, Michelle?" Com aquele tom de voz Camila me fazia estremecer. Mas a desafiei.

"E se eu for? O que você irá fazer?" Perguntei puxando o cigarro que antes estava na sua boca e levando até a minha, ela já estava pronta para o ataque, quando abri a porta do carro e sai.

"Filha da puta! Agora você foge?" Camila gritou pela janela e eu ri, sentindo os rubores surgirem naturalmente na minha bochecha. "Amo quando você fica corada!" Depois disso arrancou com o carro, sumido na estrada. Abri o bolso da mochila pegando a chave do portão, joguei o cigarro no latão de lixo, eu nunca tinha tragado um cigarro.. Aliás era mais fácil fazer uma lista de todas as experiências que eu já tive porque se eu fizesse das que eu nunca, ficaria escrevendo por dias.

Por sorte não havia ninguém na sala de estar, então corri ao meu quarto. Tomei banho e arrumei meus pertences em ordem. Quando peguei meu celular me surpreendi com o número de ligações e todas de uma única pessoa.

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