Onde está Jauregui?

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"Como isso foi..?" Antes que ele pudesse terminar, a mulher já estava gritando com ele novamente.

"Não tem essa de como foi acontecer, seu idiota! Incompetente! Tudo que devia fazer era manter ela longe do mundo e agora, você vai me ajudar a encontrar essa garota de novo e enfiar ela da onde nunca devia ter saído." Clara era autoritária e num reflexo, puxou o braço de Jack para fora, o arrastando pra dentro do carro. "Quando você vai mudar?! Esse cheiro de cachaça, ta me enjoando, nojento, bebum!"

"Daqui a pouco, eu não vou mais pra lugar nenhum, quer me ofender, que me ofenda, mas se acha que vai arrancar algo de mim assim, tá enganada. Eu nem sei onde essa rata tá e nem me interessa também." Jack respondeu com pouco caso.

"E aquela amiga dela, do estupro?" A mulher respondeu já na estrada.

"Maldita Allyson Brooke?!" Ele riu ironicamente. "Eu não faço ideia. Ela se mudou depois de tudo, mas sei que sempre visitava a Lauren no sanatório. Para onde estamos indo?" Ele perguntou de uma vez por todas.

"Na delegacia. Vamos abrir um boletim de ocorrência.. Puta merda e se Michelle encontrar ela por ai? Tudo vai por água a baixo!" Clara respirou fundo.

Lauren se levantou do túmulo da irmã, voltando para ao lado de Ally, que entrelaçou suas mãos.

Jauregui a abraçou de lado e ficando apenas assim por alguns minutos, pularam o portão de novo e voltaram para dentro do carro. Camila voltou a assombrar os pensamentos de Lauren. Ela pensou em perguntar para Ally, o que ela devia fazer, mas apenas seguindo seu coração, discou o número da advogada no celular, deixando que tocasse por duas vezes.

Lauren se encolheu no banco, fechando metade do vidro pelo vento gelado. Seu corpo estava ali, mas sua mente viajava. Dividida em um momento nostálgico, melancólico e passional. Ela gostava de Camila e sabia que sentiria sua falta. Mas o que estava fazendo com ela, era errado. Camila estava envolvida e Lauren não queria a magoar, mesmo sabendo que não tinha jeito, já que havia a metido nisso desde o início.

Respondi uma mensagem, me despertando por um segundo, daquele caos interno. Era Keana. Uma das pessoas mais manipuladoras que ja havia conhecido. Lauren sentia uma segurança com ela e ia fazendo e contando tudo que ela quisesse, sem nem perceber. Mas sabia que a mulher não fazia por mal, ela apenas tinha esse poder e aura envolventes que quase a fazia libertar até seus fantasmas.

Involuntariamente iniciou uma conversa sobre vida amorosa com ela e descobriu que ela já havia ficado há dois passos de se casar, com uma mulher que foi sua companheira por anos. Uau. Por quê ela não havia concretizado esse momento? Lauren sonhava com o momento em que subiria ao altar e celebraria seu amor em um compromisso sério e único. Com a pessoa que mais amasse no mundo. Na verdade, nem precisaria de altar, igreja ou qualquer outra coisa. Existindo amor, ela não pediria por mais nada.

Ally estacionou o carro, entrando na casa com Lauren.

"Laur, eu vou dormir agora, se quiser alguma coisa, já sabe.." Brooke respondeu, seguindo para seu quarto. Lauren assentiu, pegando o diário de sua avó.

Deitou no sofá, voltando a ler de onde parou. Respirando fundo. Ela lia, mas nada entrava em sua cabeça. Era como se já estivesse tão cheia, que não conseguisse mais absorver nada. E era exatamente assim que se sentia.

Camila não saía de sua cabeça. Ela e tudo que havia acontecido entre as duas. Desde o fatídico dia, em que teve a visão do corpo de Michelle sem vida, no asfalto.

Rolando no estofado, virou de bruços, fechando os olhos e se redendo ao sono.

"Obrigada por tudo. E por ter conversado comigo também." Camila agradeceu a stripper, colocando duas notas de cem em sua mão e as fechando. Nada melhor que trepadeiras conselheiras. Ela quase pensou em alto, enquanto secava a bunda da loira que saía do quarto. Odiava se sentir assim. Odiava não parar de pensar em Michelle. Odiava sentir que ela tinha o controle de sua vida, aquilo estava errado. A única que devia ter o controle de sua vida era ela mesma.

Cabello esfregou os olhos, já pequenos, pela quantidade de álcool. Se vestiu e foi para a mesa de madeira ao lado da cama, aproveitando que a prostituta que estava há minutos antes, já havia separado o pó em três fileiras. Aproveitando o canudo ao lado, aspirou um de cada vez, enquanto a droga já se manifestava em seu sistema. Saiu do quarto e voltou para a pista do clube, onde seguia a batida da música. Que sentia que iria explodir seus tímpanos, a qualquer momento. Era a primeira vez que experimentava cocaína. Nunca tinha ultrapassado sua zona de conforto, que se concentrava em: cigarros, maconha e LSD. Só Michelle para fazê-la ir tão longe.

Como se houvesse advinhado, seu celular começou a tocar e era seu nome que brilhava na tela. Atendeu, com as pupilas dilatadas, a euforia começando a tomar conta de seu corpo, quase podia sentir seu coração batendo mais forte e até ritmado que a música eletrônica que ecoava. A inconsciência, tomava o lugar da sanidade e o sorriso brotava em seu rosto, mesmo sem alguma boa razão para isso. A dopamina que seu.. Nossa, ela havia simplesmente esquecido qual era o órgão que liberava os hormônios para o sangue. O quê? Era um órgão? Naquele momento tudo era tão engraçado para Camila. Até a voz nervosa de Michelle, do outro lado da linha, ansiando uma resposta.

"Oi meu amor." Camila respondeu em meio a risadas.

"Onde você está?" Lauren perguntou afobada. Cochilou por alguns minutos, mas voltou a se preocupar com Camila e ligou para ela.

"Você me faz feliz, Mich. Mas da maioria das vezes só me confunde, se decida." Cabello respondeu, se sentando no banco de frente para o bar.

"Camila me desculpa, eu sou uma idiota. Mas por favor, não desiste de mim." Lauren pediu, abraçando o próprio corpo.

"Eu te amo."

"Se me ama de verdade, promete que não fará nenhuma besteira! E que voltará para sua casa, agora." Jauregui pediu checando a hora no relógio. Sabia que não devia estar fazendo aquilo, mas parecia surreal ficar longe de Camila. Era como se um imã a atraísse para ela, o tempo todo. Tornando impossível, que elas se separassem.

"Mich, vem me buscar." Camila pediu em um sussurro. "Eu não sei como ir embora. Estou perdida em um labirinto criado por você. Eu quero você. Preciso de você. É tudo culpa sua. Você não me quer eu? Poxa, eu só preciso ter você ao meu lado nem que seja pra me brigar, então vem me buscar, quero te abraçar, tomar seu beijo e sentir seu cheiro de novo. Pra se real, tudo que te envolva, eu preciso." Camila falava muito mais rápido que o normal e não conseguia obter muita coerência em suas frases.

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⏰ Última atualização: Oct 09, 2016 ⏰

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