03. Males que vem para o bem

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[Louis]

Pela milionésima vez no dia eu escutava meus pais brigarem. Mas aquilo já era normal, pelo menos pra mim. O pior de tudo era escutar o choro das minhas irmãs, e era somente com elas que eu me preocupava.

Meus pais brigavam desde que eu me entendo por gente. Estou falando sério. Às vezes eu me pergunto por que eles ainda não pediram o divórcio. Eu já tenho dezessete anos e acredito que as meninas não sentirão muito porque já passam o dia inteiro sozinhas, então não vão sentir falta de nada.

Meus pais são empresários, nós não moramos numa mansão, mas temos tudo o que queremos. Menos a atenção deles. Acho que eu deveria ser uma pessoa mimada, talvez eu seja, mas não me acho. Eu tenho tudo o que quero, tenho uma conta bancária onde meus pais depositam uma grande quantia considerável todo o mês.

Farei dezoito anos em dezembro, então acho que já poderia sair de casa. Mas não farei enquanto as meninas não estiverem grandes o suficiente. Elas são pequenas e ainda precisam de mim, eu amo demais aquelas duas.

Eu pensei que quando as gêmeas nascessem meus pais ficariam bem, e cheguei a realmente me iludir por causa disso. Eles ficaram bem e pareciam um casal apaixonado até as gêmeas completarem dois anos. Depois disso as brigas e discussões diárias recomeçaram.

Eu juro que dá dor de cabeça só de ouvir os gritos histéricos dos dois. Sinceramente, acho que o respeito já foi perdido. Sem contar que eles não ligam para nenhum dos filhos. Acho que a única vez que eles se chocaram foi quando eu comecei a aparecer cheio de tatuagens, quando pintei o cabelo e coloquei um piercing no lábio e no nariz.

Mas eles não disseram nada, apenas pediram que eu tirasse os piercings e voltasse à cor normal do meu cabelo, porque não pegaria bem para a imagem da família. Porém, eu gritei com eles dizendo que não iria destruir nada porque não existia família.

Eles não sabem da minha opção sexual, mas pouco me importo se um dia descobrirem. A única coisa que eu me importo realmente é com as gêmeas, Daisy e Phoebe são as minhas prioridades, a felicidade delas é tudo que me importa.

Nós somos de Doncaster. Eu nasci e fui criado lá, assim como as gêmeas, nós viemos pra Holmes Chapel porque a empresa dos dois estava expandindo para o lado de cá. Mas sinceramente, pra mim isso é mentira. Porque a empresa deles é gigantesca e tem em todo país. Existe algo a mais que eles não contam.

Mas sinceramente, eu deixei de me importar com os meus pais. Na verdade, eu realmente nunca me importei com nada. Só com as gêmeas.

Eu aparento ser um badboy na escola e é até divertido ser assim... Na escola, eu tenho dois amigos: Liam Payne e Zayn Malik. Os dois são “badboys” como eu. Talvez o Zayn seja pior, mas aprendi a como lidar com ele. O Liam é só a fachada. Ele é sensível e bem centrado naquilo que quer. E ultimamente ele anda querendo o loirinho irlandês que chegou para fazer intercâmbio na nossa escola.

E eu estou de olho no melhor amigo dele, o Harry. Harry Styles. Eu me lembro da primeira vez que o vi, sem querer nos esbarramos. Na época, há dois anos, seus cabelos eram cacheados, ele ainda usava óculos e nós dois ainda éramos do mesmo tamanho. Hoje, sabe-se lá o motivo de ele ter alisado o cabelo, acho que ele passa um quilo de gel ou algo assim, ele está bem mais alto e continua lindo, mesmo com o cabelo cheio de gel.

Ele acha que eu não sei... Mas sempre notei seus olhares sobre mim, e o modo como ele cora é muito fofo. Eu nunca cheguei nele, nem conversei, apenas o observava. Na realidade, eu não sinto nada de amor ou paixão. É apenas uma atração. Eu gosto de observá-lo, ver as suas covinhas quando ele sorri, gosto de quando ele fica concentrado em sala de aula, bem sério e copiando tudo que os professores falam. Harry é lindo. Tem sua beleza única. E acho que é isso que me encanta nele. Nunca conversei com ele, não sei o porquê.

I Want You [AU Larry Stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora