Love Story

A chegada

Anne's POV

     Eu estava ao lado da minha mãe, com minhas malas aos meus pés, olhando para o campus. Estou na NYU e não sei se estou mais nervosa ou ansiosa pelo meu primeiro dia na faculdade. Minha mãe solta um suspiro e eu a olho, esperando-a dizer alguma coisa.
     — Vamos até seu quarto.
     Ela diz e sorri doce. Retribuo o sorriso e pego duas das minhas malas. Quando chego ao meu quarto e abro a porta, me deparo com dois olhos verdes que me analisam de baixo à cima e, logo depois, um sorriso se abre no rosto da garota ruiva, que vem me cumprimentar. E parece estar usando... pijama?
     — Oi, sou Mary.
     Ela diz animada e eu retribuo seu sorriso. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, mais uma garota sai do banheiro. Ela está usando uma regata e um shorts e está com uma toalha enrolada nos cabelos.
     — Mary, o Ben...
     Ela para o que ia falar quando me vê e, ao invés, se apresenta.
     — Ah! Oi, sou Helen.
     Ela me cumprimenta com um beijo no rosto.
     — Oi... Eu sou Anne.
     Abro um sorriso olhando as duas e depois me viro para minha mãe. Saímos do quarto e ela me abraça, dá um beijo na minha testa e começa a citar as "regras".
     — Quero boas notas, sem exageros em festas e, principalmente, juízo, mocinha.
     — Tá, mãe! Você já disse isso pra mim umas dez vezes só caminho pra cá.
     Ela ri e me abraça mais uma vez, diz que vai sentir saudades e vai embora. Solto um suspiro e entro no quarto de novo, sem saber o que fazer. Mary e Helen parecem já se conhecer, mas eu... Não conheço ninguém!
     Percebo que Helen já tirou a toalha dos cabelos loiros e está passando rímel. Mary já está com outra roupa, colocando tênis. "Demorei tanto assim?", pensei.
     — Ah, Anne, estamos indo encontrar uns amigos, quer ir com a gente?
     Helen me pergunta e eu nego.
     — Tenho que arrumar minhas coisas, mas obrigada.
     Ela sorri e olha pra Mary.
     — Bom, tudo bem então, estamos indo.
     Mary diz abrindo a porta. Eu até iria, mas tenho mesmo que arrumar minhas coisas.
     — Tchau, Anne!
     As duas dizem juntas. Suspiro e vou até a cama que deve ser a minha, por ser a única arrumada. Foi ai que percebi que eu devia ter perguntado onde eu posso colocar minhas coisas. Tem um armário grande em uma parede e quando abro vejo que tem um espaço vazio. Arrumo minhas roupas ali e as que sobraram nas duas gavetas que tem junto da cama.
     Depois de arrumar tudo, não penso em nada melhor do que tomar banho. Pego minhas coisas junto com duas toalhas. Relaxo enquanto a água cai. Desligo o chuveiro, coloco uma toalha enrolada no cabelo e com a outra, enrolo no meu corpo. Saio do banheiro e procuro alguma coisa pra vestir, nada muito exagerado, "não pretendo sair daqui hoje mesmo.", penso.
     Meus pensamentos são interrompidos com alguém entrando no quarto. Agora eu estou em uma faculdade e preciso aprender a trancar a porta, já que não estou sozinha.
     Quando viro pra ver quem é, me deparo com um garoto moreno e seus olhos verdes fixos nas minhas pernas. Se não estivesse tão surpresa já teria gritado e dado um tapa nele por me encarar desse jeito e, pela segunda vez no dia, antes que eu pudesse fazer ou dizer qualquer coisa, ele fala.
     — Pernas lindas, hein. Sem nenhuma celulite ainda!
     Quê? Celulite? Como...?
     — O quê? Quem é você? Por que tá aqui?
     — Ah, sou amigo da Mary e da Helen. Era pra elas estarem me esperando aqui. Eu juro que mato elas duas alguma hora!
     Eu com certeza estou vermelha de vergonha por estar só de toalha na frente de um garoto. E bonito. Isso é muito estranho.
     — Ah, não precisa ter vergonha ou qualquer coisa, o que você tem ai eu passo, repelo pra longe!
     Ele diz apontando pra mim e piscando.
     — Vo-Você é... Gay?
     Eu pergunto meio sem jeito e ele ri concordando. Me sinto mais aliviada, mas não muda o fato da vergonha que ainda sinto por estar de toalha.
     — Vou sair pra você se trocar. Depois quer tomar um café?
     Ele pergunta e eu concordo. Quando ele sai do quarto, procuro alguma roupa legal, me troco e quando abro a porta, ele está encostado na parede, olhando um garoto de cima à baixo com um sorriso de canto. É, com certeza ele é gay.
     — Então, onde a gente vai? E... Qual o seu nome?
     Eu pergunto enquanto ando pelo corredor com ele ao meu lado.
     — Vou encontrar com uns amigos. Sou Benjamin, mas me chame de Ben. E o seu é...?
     — Anne.

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