Grace Smith P.O.V
Abrir os olhos parecia mais uma tortura do que um ato natural. Era como se cada parte de mim implorasse para que eu não me movesse. Sentia dores intensas, principalmente em minha coluna, cada movimento que eu fazia sobre o colchão, a sentia doer cada vez mais.
O cheiro de algum perfume doce exalava pelo quarto e depois de um tempo, quando o finalmente abri os olhos e me sentei na cama, não reconheci o quarto em que estava.
Além das dores que sentia ao me mover, pude perceber em meus braços pequenos ferimentos; alguns ainda sangravam.
Levantei da cama com cuidado, percebendo estar usando uma camisa cinza com mangas compridas, não era tão grande, mas suficiente para cobrir uma parte das minhas coxas.
Havia uma poltrona branca ao lado de uma janela que estava aberta, deixando o vento soprar para longe as cortinas de um tecido branco com algumas flores bordadas que se estendiam de ponta a ponta. Sobre a poltrona havia algumas peças de roupas, quais eu peguei, indo para uma porta que deduzi ser o banheiro, e eu estava certa quanto a isso.
Parei diante o mármore preto do banheiro e olhei para o espelho extenso fixado na parede, havia um corte em minha bochecha e outro, que aparentemente foi mais profundo, acima da minha sobrancelha direita.
Lembro-me da sensação do carro girando, dos olhos do garoto que estava junto a mim no carro e do jeito que ele se importou em me tirar de lá mesmo estando machucado. Apenas não recordo de nenhum dos momentos em que bati contra algo para que agora tivesse esses ferimentos, e também não consigo lembrar de como sai do veículo.
Tirei a camisa que estava usando e a coloquei dentro do cesto de roupas sujas, junto com as roupas que eu usava noite passada e com minha lingerie. Adentrei o box do banheiro e liguei o registro, deixando que a água gelada caísse sobre meus ombros levando embora um pouco da exaustão que estava sentindo.
Sentindo-me mais confortável ao terminar o banho, passei a toalha em volta do meu corpo e sai do box deixando com que meus pés molhassem o chão. Enxuguei meu corpo, vestindo as roupas que havia encontrado. A calça ficava um pouco larga e a blusa deixava boa parte de minha barriga a mostra, então a tirei e voltei a vestir a camiseta cinza, me sentindo mais confortável.
Abri a porta do banheiro e pude perceber a presença de alguém no quarto. Uma garota estava sentada na ponta da cama, seu olhar estava fixo na parede e ela batia o pé em um ritmo rápido enquanto estava distraída, mas assim que me notou sair do banheiro, se levantou e sorriu aliviada.
- Como você consegue ser tão silenciosa? Eu já estava achando que você tinha ido embora pela janela. - Ela falou de forma rápida, me deixando confusa.
- Eu... - Fui interrompida antes mesmo de tentar falar.
- Não se lembra mais do que aconteceu? Caralho, Justin vai ficar mais desesperado com você, talvez até chame um padre pra te benzer.
- Não, eu lembro. - Ri fraco, achando engraçado o que ela havia dito.
- Qual seu nome?
- Grace!
- Como veio parar aqui?
- Não sei?!
A expressão no rosto da garota ficou séria por alguns segundos, ela parecia concentrada formando perguntas em seus pensamentos.
- Como conseguiu o corte em seu rosto?
- Acho que durante o acidente com o carro.
- E a cicatriz em seu pescoço? - Fiquei em silêncio e levei a ponta dos dedos até meu pescoço, as lembranças do ocorrido fizeram eu me distrair por alguns segundos. - Desculpa a pergunta, é que eu a notei quando estava tirando suas roupas sujas com sangue depois que chegou.
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A Filha Dos Smith
FanficQuem não se lembra de John e Jane, ou Sr. e Sra. Smith? Em um momento, eles eram o casal aparentemente incrível e em seguida eles descobriram que todos os momentos juntos não passavam de mentiras. Eles passaram por cima dos problemas e depois de al...