Capítulo 6 - Não quebre regras

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Grace Smith P.O.V

Sentada em uma poltrona de couro preto no canto da sala de estar, sentia o olhar gélido do pai de Justin, sobre mim. Sua feição indecifrável me fazia bater a ponta dos dedos sobre o estofado da poltrona em um ritmo chato que sem querer acabou grudando em minha mente. Às vezes eu desejava saber o que as pessoas pensam quando me olham dessa mesma maneiro, e tenho quase certeza que Brian Bieber estava pensando em algumas maneiras dolorosas de me matar.

Meu pai estava de pé ao lado da poltrona onde minha mãe estava sentada, mas seu olhar passava por todos os cantos daquela sala, guardando cada detalhe, cada um daqueles rostos em sua mente. Talvez em seus pensamentos, ele se questionava o porquê ter cedido as chantagens de um garoto que estava perseguindo sua filha, mas também sabia que ele tinha razões para nos manter afastados daquele local depois da explosão que aconteceu.

Levantei da poltrona e caminhei até o lado de fora da mansão. Respirei fundo, tentando tranquilizar meus pensamentos, por mais que fosse um pouco complicado naquele instante.

- Eles te olham como se fossem te comer viva. - A voz feminina soou baixa ao meu lado e eu encarei a menina de cabelos longos e castanhos que havia deixado roupas em meu quarto quando acordei após o acidente. - Aliás, é estranho a forma como Brian tem te olhado como se fosse a ameaça entre nós.

- Você fala com tanta certeza que não sei se fico com medo de ser atacada por um de vocês ou lisonjeada por ser o "perigo" que os cerca.

- Seu nome é Grace, estou certa? - Ela questionou e eu apenas balancei a cabeça, afirmando. - Me chamo Maya. Mas voltando ao assunto: você vai achar problemas com Brian e nem mesmo eu sei o porquê, mas do jeito que ele te encara não vai ser muito calmo com você.

- Não acho que você possa falar por mim, Maya. - Eu me virei assim que ouvi aquela voz masculina e estranha soar atrás de mim. - Pode nos dar licença, Dufour?

O olhar que Brian tinha para mim era rígido, como se eu fosse seu pior inimigo e estivesse ali para ataca-lo quando estivesse distraído com alguma coisa.

- Claro.

A garota entrou novamente na casa e Brian desviou o olhar para os seguranças, deu alguns passos para frente e parou ao meu lado, se virando para mim. Continuei olhando para longe, não havia nenhum assunto e qualquer coisa dita por ele não seria agradável de escutar, não se ele estivesse bêbado.

- Eu não conheço você, Grace, para dizer alguma coisa e lhe importunar, mas também não acho que meu filho te deva favores para deixar que você e seus pais ocupem minha mansão por um motivo fútil.

- Também não acho e se for incomodo, deveria falar com seu filho e não comigo.

- Suas palavras soam rudes, mas tenho certeza que chora quando seus pais aumentam o tom de voz com você. Não tente ter mais poder do que eu, pois aqui dentro você não será nada além de um ratinho que posso esmagar no meio da palma da minha mão.

Me virei de frente para ele e sorri irônica, em minha mente a resposta era bem franca: "Com toda certeza sou mais fraca que você, que não passa de um bêbado que finge ter um trono para todo seu ego, e que tem medo do filho estar ajudando uma desconhecida. " Mas, naquele instante apenas mantive me silencio, alterando minha resposta para algo que não fosse me causar grandes problemas.

- Tenho certeza que meus pais não precisam alterar o tom de voz para mim, e, eu também não tenho motivos para chorar de medo. - O olhei de forma inocente, dando um passo para frente, ficando mais próxima a ele. - Eu não o conheço e não o subestimo, deveria fazer o mesmo, senhor Bieber.

A Filha Dos SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora