divagação

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Há horas em que apenas morremos


Não há em nós nada, nem dia, nem noite


Um coração cheio de vazio perpétuo.


Não há visão do teu corpo,


Que me altere este cego destino.



Pálido rosto sem vida, sem sangue,


Que desague em noite claras,


Deixou transparecer este semblante


Triste, enfadonhamente branco


Saiba que mesmo que tente,


Não há em mim nenhuma outra forma,


De renascer nas rosas espalhadas pelo leito.



Desprezo-me na ambiguidade do que sou


Em que me entendes, nas pedras espalhadas


Escorregadias do leito da vida,


Não me suportam, mas incitam-me á queda


Ao abismo de mim próprio...



Alberto Cuddel


Os dias do Fim ( Completo) 59 poemasOnde histórias criam vida. Descubra agora