11. Ricardo

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Durante a madrugada, o 78o Distrito Policial, localizado nos Jardins, estava muito mais movimentado do que o comum

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Durante a madrugada, o 78o Distrito Policial, localizado nos Jardins, estava muito mais movimentado do que o comum. Ramón, o delegado da unidade, se organizava para colher os depoimentos de algumas testemunhas importantes do que já era considerado o assassinato mais chocante do país em muito tempo.

Em uma das salas, Arthur mexia ansiosamente seus dedos enquanto esperava. A adrenalina ainda corria viva em suas veias, e se lembrar do rosto pálido de Samuel correndo em sua direção ao anunciar que Ricardo Lobo havia despencado da sacada do terceiro andar da mansão era algo perturbador demais para se desvencilhar, mesmo com o máximo dos esforços. Outra vez, pensou no que seu melhor amigo havia falado no outro dia, sobre estar perto dos Lobo era sinonimo de problema. Pensou no olhar de reprovação de sua avó ao saber que havia se envolvido com seu chefe. Pensou na última vez que viu Ricardo vivo, e que jamais imaginava que seria a última. Pensou em tantas coisas que sua cabeça doeu violentamente.

— Arthur? — Ramón disse, anunciando sua chegada, e a surpresa em ambos os pares de olhos trouxe mais uma reviravolta para aquela noite que, àquela altura, parecia não ter mais fim.

— Ramón, que surpresa. Você que é o delegado aqui?

— Fui transferido de unidade há seis meses. As coincidências do destino. — Ele disse, e se sentou na cadeira em frente a Arthur. — Primeiro de tudo, sinto muito por tudo o que aconteceu. Sei que toda essa situação é muito traumática, então eu prometo ser breve.

Ramón pegou seu bloco de notas e, se distanciando de sua versão conhecida de Arthur, assumiu a postura de delegado.

— Você teve alguma interação com Ricardo Lobo na festa?

— Sim. A gente conversou brevemente em duas ocasiões, uma quando ele me levou para conhecer alguns conhecidos dele, e outra quando nos esbarramos, quando eu já estava de saída.

— Que horas você decidiu ir embora da festa?

— Não sei ao certo, acho que era por volta das dez.

— Era cedo, ainda mais para uma festa daquelas proporções. Houve alguma coisa que te fez querer ir embora antes?

— Eu me senti um pouco indisposto, não gosto muito de lugares tão... diferentes do que eu estou acostumado.

— Viu alguma movimentação estranha durante a festa? Alguma situação de tensão entre algum convidado e o Ricardo?

— Não, não que eu lembre.

— Eu soube que você salvou a vida do Ricardo outro dia, quando um homem invadiu a empresa e tentou assassiná-lo. Foi muito corajoso da sua parte.

— Eu só agi no calor do momento. Ricardo estava em apuros e eu tenho... tinha um carinho muito grande por ele.

Ramón percebeu o semblante de Arthur assumindo feições tristes, e para ele, já havia recolhido o suficiente.

— Bom, acho que é isso, Arthur. Obrigado por cooperar. Caso se lembre de algo a mais, me procure.

Proibido (Capítulos Atualizados)Onde histórias criam vida. Descubra agora