14. Manchetes

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Sábado, 24 de Dezembro de 2011

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Sábado, 24 de Dezembro de 2011.

Na Mansão Lobo, os preparativos para a ceia iam a todo vapor. Os funcionários trabalhavam na cozinha, preparando o cardápio detalhadamente solicitado por Ester duas semanas antes. A decoração luminosa percorria pelas árvores do jardim e pelas paredes da fachada, piscando em completa sincronia. Na epopeica sala de estar, um pinheiro natural de três metros de altura ornamentado em vermelho e branco, cercado por inúmeros embrulhos de diferentes formas e tamanhos.

Ester, Ricardo, Leona, Gustavo, Diego, Sebastian e Vinicius estavam todos reunidos no sofá, tomando vinho e aguardando a ceia. Aquela era a única vez no ano em que todos eles se encontravam sem as centenas de convidados das já famosas festas espetaculosas, em meio a uma agenda social movimentada. Aquele talvez fosse o único momento em que eles experimentassem a sensação pacífica da cada vez mais escassa privacidade. A vez em que se pareciam como uma família comum, mesmo que aquilo fosse não possível. Não para eles. Não para uma família poderosa como os Lobo.

— Tudo pronto para a viagem da semana que vem? — Leona perguntou, em meio a comentários sobre os últimos ajustes da já tradicional festa de réveillon, evento preferido das revistas e colunas sociais da cidade.
— Já. Falei com o caseiro da mansão de Búzios, estão deixando tudo pronto para a nossa chegada.
— Eu não vejo a hora. Estou tão animado pra conhecer tudo. Gustavo me falou que a casa é enorme. — Sebastian respondeu, animado, e automaticamente atraiu o olhar de surpresa e reprovação de Ester. Gustavo percebeu a reação da mãe e viu que aquilo não poderia ser um bom sinal.
— Eu pensei que seria uma viagem apenas para a família. Não sabia que você também iria, Sebastian.
— Mãe, o Sebastian é da família, agora. — Gustavo respondeu, e os olhos suplicantes fizeram a mãe apenas lançar seu sorriso engessado e tomar um longo gole de vinho.

Como esperado, o clima na sala pesou, e Sebastian desviou o olhar, tentando administrar seus sentimentos. Era visível a insatisfação de Ester com a escolha de Gustavo, e nem ela sabia ao certo o porquê. Pudesse chamar de instinto materno, talvez. Porém, um sentimento desagradável percorria seu peito todas as vezes em que ela pairava seus olhos em Sebastian. E saber que ele estava se entranhando sorrateiramente em sua família lhe dava nos nervos.

— Quem quer abrir os presentes? — Ricardo perguntou, esfregando as mãos uma na outra, na tentativa de clarear um pouco o ar nebuloso que se instalou acima de suas cabeças.
— Ainda não passou da meia-noite, Ricardo.
— Bobagem, Ester. Esse é um tipo de tradição que não faz sentido algum. E então, quem faz as honras?

— Eu vou. — Diego levantou a mão, visivelmente entusiasmado. Em seguida, se pôs de pé e andou até a árvore, pegando o primeiro presente. Era um embrulho minúsculo, comprado aos demais. Porém, ao abrir, o primogênito, se assim pudesse ser chamado, se deparou com uma chave de carro. Seus olhos percorreram até Ricardo, incrédulos.

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