12. Editorial

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No dia seguinte, Arthur havia acordado muito mais cedo do que o usual

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No dia seguinte, Arthur havia acordado muito mais cedo do que o usual. Dormir em outra cama era algo que mexia com suas noites de sono, mesmo em casos como aquele, em que não havia nada do que reclamar. Ele jamais admitiria, mas olhar para um Gustavo sereno, ainda adormecido, era algo difícil de se superar.

Estavam ambos na cozinha, tomando café da manhã. Arthur olhou para Gustavo e percebeu que seu olhar estava distante, como se pensasse em algo importante.

— Terra para Gustavo. — Arthur disse, passando a mão em frente ao rosto de Gustavo.
— Desculpa. Tô com a cabeça cheia.
— Eu sei. Mas saco vazio não para em pé. Tenta comer ao menos a salada de frutas.

Gustavo encarou Arthur, surpreso por estar vivendo algo como aquilo. Não era acostumado a ser "cuidado" por outra pessoa há muito tempo. Mesmo com uma carranca, decidiu obedecer Arthur, que assistiu à cena com uma satisfação indisfarçável no rosto.

— Não sei se tô com cabeça pra voltar hoje.
— Nem eu. Mas acho que não temos muita escolha. — Arthur respondeu, terminando de tomar seu suco de laranja. — Preciso me apressar, ainda tenho que passar em casa e me arrumar pra ir para a empresa.
— Por quê? Você vai comigo.

Arthur pausou e encarou Gustavo, embasbacado.

"Será que eu ouvi direito? Não, acho que não, não poderia ser."

— Como assim?
— Eu te empresto alguma roupa pra você ir trabalhar.
— Não é só esse o caso, Gustavo. Você sabe disso.
— Sim, você tá preocupado sobre as pessoas verem a gente. Na pior das hipóteses, eu sou seu chefe e te dei uma carona. Qual o problema nisso?
— Todos. Qual vai ser a minha credibilidade lá dentro se todos começarem a falar da minha reputação?
— Você não deveria se preocupar tanto com isso. A única pessoa que você precisa impressionar é seu chefe. E isso, com todo o respeito, você já faz muito bem.

Arthur fuzilou Gustavo com os olhos, mostrando que aquela era a pior hora para uma piada como aquela.

— E se serve de consolo, você me impressiona em todos os aspectos. Principalmente no profissional. O que qualquer outra pessoa falar ou deixar de falar não deveria ser um problema pra você.

— Parece tão fácil em teoria...
— Então vamos fazer ser fácil na prática. — Gustavo respondeu, e antes que Arthur pudesse dar outra resposta ranzinza, roubou um beijo de seu assistente, que até tentou fazer cara feia, mas falhou rápido demais.
— Isso é trapaça.
— O que? Meu beijo?
— Sim.

Gustavo o beijou de novo, e lá estava o sorriso estampado que ele tanto gostava em Arthur.

— Bom, já que eu não tenho escolha, vou me arrumar, então.

Por volta das oito e meia, Arthur e Gustavo passavam lado a lado pela recepção do prédio. As recepcionistas esticaram os pescoços em uma sincronia invejável, e Gustavo segurou o riso, evitando qualquer tipo de contato visual com Arthur.

Proibido (Capítulos Atualizados)Onde histórias criam vida. Descubra agora