08. Presente de Aniversário

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Gustavo se sentou no sofá, entrelaçando seus dedos, com os antebraços sobre as pernas

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Gustavo se sentou no sofá, entrelaçando seus dedos, com os antebraços sobre as pernas. Arthur sentou-se na poltrona ao lado, apenas para não ficar perto demais.

— Como você entrou?

— A porta do hall estava aberta, acho que está com defeito.

— Pois é, esse prédio é péssimo, não tem porteiro, a porta e o elevador vivem dando defeito...

— Não me parece um lugar muito seguro para se morar.

— Eu sei, a gente tem percebido isso. Mas o aluguel é bem mais barato do que a media, e a região é boa.

— Com seu salário, daria para morar sozinho agora, se você quisesse. E em um prédio bom, ou ao menos mais seguro. Talvez perto do trabalho.

— Eu não tenho planos de morar sozinho. Aqui com o Samuel é confortável, e sei que pra ele também. Não precisa se preocupar comigo.

Gustavo abriu a boca, mas logo depois voltou a fechá-la, mexendo os polegares ansiosos. Ambos ficaram alguns segundos em silêncio, como se nenhum deles soubesse como dar andamento a uma conversa, mesmo que simples e cotidiana. Gustavo estava com um semblante tenso, visivelmente em um conflito para escolher as palavras. Arthur, percebendo que não chegariam a lugar nenhum sem um pontapé inicial, decidiu ceder:

— Tem algum motivo para você ter vindo?

— Queria saber como você estava. Digo, depois do que aconteceu ontem.

— Eu estou bem. Quer dizer, acho que estou. Mas sei que vou ficar. E você?

— Também não sei. Ainda é cedo pra dizer.

— Obrigado pelo que você fez por mim lá. Se colocar no meu lugar como refém talvez tenha sido a coisa mais estúpida que você possa ter feito. Mas você me salvou.

Gustavo sorriu de canto, sacudindo a cabeça em negação, ligeiramente tímido, se despindo da armadura da qual Arthur sempre via desde o dia em que eles se conheceram.

— Eu não conseguiria suportar a ideia de algo ruim acontecendo com você.

Arthur viu suas palavras fugindo, e qualquer chance de resposta havia dado lugar a borboletas em seu estômago. E eram muitas, tantas que ele não conseguia mais enxergar direito a linha entre a razão e a emoção.

— Fiquei com muito medo de que algo acontecesse com você também. Não sei se me perdoaria, ainda mais porque você entrou naquilo para me tirar. E eu me pergunto por que você faria algo assim, se alguns dias antes, você deixou claro que não me queria por perto.

— Nós dois sabemos que estamos fadados ao fracasso, Arthur. Eu não posso me dar ao luxo de seguir meus sentimentos, por mim e principalmente por você.

Proibido (Capítulos Atualizados)Onde histórias criam vida. Descubra agora