Galeras, Paqueras & Sutiãs Infláveis

Primeiro beijo

Dormi demais na segunda-feira de mamãe. Fiquei acordada até tão tarde cortando panos incrível para usar que me atrasei pata a escola e não tive chance de ver Izzie ou Paola antes das aulas. Eu estava um pouco deconfiada delas depois do domingo.
Izzie me fez um pequeno  aceno enquanto eu procuravam meu lugar na classe, então chegou a professora Watkins com uma grande sacola de compras.
- Tenho um pequeno trabalho de cada para todas vocês - ela sorriu misteriosamente quando pegou o que parecia ser três dúzias de ovos de sua sacolas. Pela cara dela, podia dizer que aquela era uma de suas idéias loucas.
- Agora, Candice - ela disse -, quero que você distribua os ovos. Um para cada garota.
Candice fez como ela disse, enquanto todas nos olhávamos espantadas.
- Andei pensando sobre suas chances de carreira  - disse a professora Watkins enquanto se empoleirava na sua posição usual no canto da mesa. - Há uma escolha que nenhuma de vocês mencionou. É de tempo integral. É de reclamar e também de premiar. Significa dedicação total, total mesmo. Dias, noites e fins de semana. E algumas vezes sem descanso. Alguma de vocês adivinha do que estou falando?
Ela olhou pela sala, esperançosa.
- Médico - disse Tracy Ford. -  Eles recebem chamadas dia e noite ás vezes.
- Sim, muito bom - respondeu a professora. - Mas eles tiram férias. A carreira de que falo não tem férias.
- Deus - disse Candice.
A professora sorriu.
- Não é um trabalho para a maioria de nós. Alguma outra sugestão?
Ninguém tinha a menor idéia.
- Estou falando de ser mãe - ela revelou. - E é uma coisa em que todas vocês deveriam pensar com cuidado.
Nossa, pensei. Tenho só cartoze anos. Dá um tempo.
Ainda nem tenho namorado.
- Todo mundo sempre diz que isso não vai acontecer comigo, mas basta uma vez - ela continuou, enquanto metade da classe ficava vermelho e o restante zuava. - E isso pode mudar suas vidas para sempre. Eu sei que todas tiveram aulas sobre precenção da gravidez, mas este pequeno exercício que quero que vocês façam vai ajudá-las a compreender a responsabilidade que estão assumindp se não se prevenirem.
Minha mente estava a tordoada. Prevenção da gravidez?
Uma noite que pode mudar suas vidas para sempre? Responsabilidade? O que ela ia nos mandar fazer com os ovos? Pensei que estivéssemos tentando decidir nossas carreiras.
- Quero que cada uma de vocês leve um ovo para casa - ela continuou, enquanto colocava um ovo na frente de cada uma de nós. - Esse é o seu bebê da semana. Quero que os tragam de volta inteiros na próxima semana, sem quebrar.
Fácil, pensei. Vou colocá-lo na geladeira.
- Quero que levem o ovo com vocês para todo lugar - disse a maluca. - Para as compras. Para a casa dos amigos. Ao banheiro.
O quê? Louca, ela está completamente pirada.
Ela não tinha terminado.
- E, enquanto isso, há alguns folhetos sobre todos os tipos de controle de natalidade disponíveis. Quero que peguem um na minha mesa no fim da aula para lerem em casa. Quaisquer dúvidas, perguntem para seus pais, ou falem comigo sempre que quiserem.
Será que ela pensava que éramos todas doidas por sexo?
Claro, a resposta é sim.

Paola, Izzie e eu nos encontramos depois da escola. Com nossos bebês-ovos. E nossos folhetos.
Lemos os folhetos no ônibus indo para a casa de Paola.
- Esquisito, não? - perguntou Izzie. - Uma hora todo mundo está dizendo para você não crescer - ela forçou um sotaque afetado -, para aproveitar a juventude. Noutra, jà somos grandes, decida o que você quer ser, e pense sobre bebês.
- Sei - disse Paola. - Mas ela deve pensar que somos um bando de imbecis se ainda não sabemos nada sobre contracepção.
- E o que é contracepção oral, então? Perguntei
- Convencer o menino de que você não está a fim - Paola explicou.
- Você só tem de dizer uma palavra - Izzie completou. - Não
Senti que nenhuma delas tinha uma dica. Melhor perguntar para a mamãe. Ela sempre fico muito contente de me abarrotar com todos os detalhes escabrosos.
- Esse troço de serpentia parece dolorido - falei, olhando o folheto. - Fica no seu útero. Ugh.
- Vai ver é mais doloroso para ele - falou Izzie com um risinho. - Imagina se a coisinha dele toca lá, BOING... argghhhh!
Depois que começamos a rir, não conseguíamos parar.
- Uma vez meus irmãos escontraram os absorventes de mamãe. Claro que não sabiam o que era aquilo - expliquei. - O Lal colocou un na cabeça fingindo aue era um neurocirurgião.
- Quando eu era pequena, encontrei os da minha mãe. Serviram de rede para minhas bonecas deitarem - Izzie falou. - Depoiz disso, ela escondeu os absorventes.
- Minha mãe usa Tampax - Paola continuo, lendo o folheto. - Achei na gaveta da cabeceira quando tinha mais ou menos oito anos, e pensei que era um disco voador de plástico. Aí tivemos aquela conversa, você sabe, quando os pais ficam todos embaraçados e contam para você os fatos da vida.
- Esse negócio todo me parece muito confuso - comentei.
Não tanto como ter um bebê - repondeu Izzie, levantando de repente e gritando. - Acabei de sentar em cima do meu!
A gema do ovo espalhou-se do assento do ônubus para o chão e começamos a rir outrA vez.
- Ovo no seu rosto - Paola cantarlou -, ovo no seu rosto...
- Na minha cara não - Izzie brincou, fazendo cara de nojo e limpando a gema do vestido. - Oh meu pobre bebê.
- Não dá para fazer omelete sem quebrar ovos - falei.
- Oh, oh - Izzie gemeu. - Eu sou uma mãe desnaturada.
Vejam vocês duas. Ainda têm seus bebês.
- Eu sei - falei, olhando para Paola. - E sei exatamente o que deveríamos fazer com eles.
- O quê? - perguntou Paola.
- Vamos para casa fervê-los.
- Grande idéia - Paola exclamou.
Alguma coisa me diz que nunhuma de nós está pronta para ser mãe.