Levantei no dia seguinte e corri para checar os e-mails.
Nada. Era estranho . Sei que a primeira coisa que Izzie faz pela manhã é olhar para ver se chegou qualquer e-mail. O que estaria acontecendo?
Às 11 horas, liguei para a casa de Izzie. Nenhum resposta. Somente uma mensagem da sra. Foster na secretária: "Não podemos atender agora. por favor, ligue mais tarde".
Liguei para Paola.
- Oi, é a pequena Lucy? - perguntou Tony.
Gulp.
- Sim. Não. Desculpe. Quis dizer sim, mas não sou pequena - falei.
Ele riu do outro lado.
- Certo, adorável Lucy, então. Você quer falar com Paola?
- Sim, por favor.
- Não está. Foi em algum lugar com um garoto da escola. Michael, acho que era o nome dele.
- Izzie estava com eles?
- Acho que não. Quer que avise que você ligou?
- Por favor - eu disse. - Obrigada.
- E, Lucy?
- Sim?
- Acho que garotas pequenas são fofinhas - ele falou, e então desligou.
Quando fiquei educada? Por favor. Obrigada. Desculpe. Essa era a minha fascinante conversa. Ele deve pensar que sou estúpida. Por que não pensei em algo brilhante para falar? Ele gosta de meninas engraçadas, eu poderia ter contado minha velha piada boba.
Como o elefante sai da piscina?
Molhado!
Mas ele me chamou de adorável Lucy. E acha que garotas pequenas são fofinhas. Talvez haja esperança, apesar de tudo.Domingos. O que fazer? É um dia tão chato! E está chovendo.
Dei um espiada na lição de casa. Meu projeto para a professora Watkins encarava-me da escrivaninha.
O que faz de mim "eu mesma"?
Quais são meus interesses? Tony williams
O que eu quero? Beijar o Tony Williams.
Quais são minhas metas na vida? Beijar o Tony Williams.
O que sou eu? Superficial, suponho, uma vez que essas são minhas metas. Provavelmente não aquelas que impressionem a professora Watkins ou a professora Allen.
Ok. Ok. Beijar o Tony Williams e promover a paz mundial. Isso soa melhor.
O que eu gostaria de fazer como carreira profissional?
Ainda não sei.
Não faz mal, ainda tenho uma semana, mais ou menos penso nisso depois.
Fui para baixo e me atirei no sofá em frente à TV. Steve e Lal estavam disputando o controle remoto. Steve queria ver o vídeo de Matrix e Lal queria assistir outra vez à jornada nas Estrelas.
Eu não me interessei em entrar na disputa. Além dço mais, não havia mesmo nada que eu quisesse ver. Onde estava Izzie? Espero que ela não tenha saído para fazer alguma coisa com Paola sem mim novamente.
"O que posso fazer?" , perguntei-me, indo para a cozinha onde minha mãe estava ocupada no preparo de alguma gororoba natuteba para o almoço.
- Lição de casa? - ela pergunto
- Feita - menti.
- Arrumou seu quarto?
- Tédio... Não encontrei nada para fazer...
- Bem... - disse ela - não fique zanzando em torno de mim. Pensei que você fosse fazer algumas roupas. Por que não começar?Passei o resto d manhã fuçando as malas de bugigangas do armário sob a escada. Quase tudo besteira, tudo tipo de coisa que minha mãe tinha juntando durante anos. Izzie diz que é porque ela é canceriana, e pessoas do sifno de Câncer odeiam jogar as coisas fora. Ela estava certíssima, no caso de minha mãe. Há roupas aqui de quando eu era bebê.
Meu pai parou de ler o jornal na sala de estar e se leventou.
- Hora do chá! - exclamou. Ele sempre dizia isso como se fosse algo realmente exitante. Um acontecimento mundial sensacional. HORA DO CHÁ.
A caminho da cozinha, viu as roupas de nenê sobre o taperte.
- Oh. Ahhh - falou, apanhando as roupinhas e levando para mostrar à minha mãe. Estavam ambos em pé na cozinha como um par de bobos, com lágrimas nos olhos, olhando o casaquinho rosa e as minúsculas botinhas azuis.
- Nosso bebezinho - disse minha mãe, olhando carinhosamente para mim.
- Parece que foi ontem - disse meu pai, virando-se para mim - que você ainda usava fraldas.
- Errgh - resmunguei. - Parem com isso.
- Talvez devêssemos ter outro - disse meu pai.
Tapei meus ouvidos com os dedos. Ugh. Não gostava nem de pensar nisso.
De repente. Avistei uma caixa apertada no fundo do armário e a puxei.
Não pude acreditar no que vi quando abri a caixa. Estava cheia de roupas velhas. Não quero dizer velhas por ser usadas, mas velhas porque pareciam estar guardadas havia décadas. Panos incríveis, um casaco de veludo, blusas de crepe com pequeníssimas dobras e plissados, costurados maravilhosamente, um vestido de noite com contas delicadas, um top com lantejoulas. Cetim, sedas. Eu me sentia como se tivesse tirado a sorte grande.
- Mãe - chamei. - De quem são essas roupas?
Ela veio olhar o monte de roupas qur empilhei no chão do corredos.
- Oh, essas. Eram de sua avó. Eu costumava usá-la nos anos 60 - disse ela, puxando um maravilhoso casaco de crepe lilás. - Não vejo isso há anos...
- O que você vai fazer com elas? - perguntei.
- Não gosto de jogar fora... - ela disse.
- Parece que é um bom Feng Shui, não é? - meu pai falou. - Assim, limpa toda essa bagunça.
- Não acho que eu vá vesti-lo de novo - disse mamãe enquanto ria. - Mad eles não são exatamemte do seu tipo, são? Talvez eu pudesse levar as roupas a um brechó ou mesmo a uma loja de fantasias para serem usadas do teatro.
Prendi a respiração e perguntei:
- Posso ficar com elas?
- Para que diabos? Você vai fazer uma produção na escola?
- Não exatamente - respondi. - É que eu acho que posso fazer alguma coisa com elas.Empilhei as coisas da caixa e das malas no chão e comecei a separá-las. Algumas eram lixo. Suéteres de tricô fora de moda, camisetas todas pintadas. Mas as coisas da vovó eram um tesouro.
Juntei as roupas que queria e carreguei para cima com a máquina de costura. Depois folheei algumas revistas de molde e me lancei a cortar, talhar, fazer bainhas e reformar.
Depois de algumas horas, mamãe apareceu no meu quarto. - O que você está fazendo? Estávamos todos pensando onde você tinha se escondido.
- Criando - respondi com um aceno para exibir o que tinha feito até então. - Uma saia curta trespassada de veludo preto e... minha pièce de resistance para ocasiões especiais.
- Maravilhoso - ela falou, pegando o tecido. Era um chiffon listrado azul-claro chria de pequenas pérolas costuradas. - Não é de um daqueles vestidos de noite?
- É. Foi tão fácil fazer, é só um vestido sem mangas, com as costas e a frente costuradas nos lados. É como que vi a Jennifer Aniston usando numa revista.
- Oh, experimente, deixe-me ver - ela pediu.
Caiu como uma luva.
- Muito bonito - disse mamãe. - E parece realmente serviço de profissional.
- Duvido que alguém ainda faça tecidos como esses. E aposto que Paola não teria nada assim das butiques onde ela compra.
- Você ainda está preocupada com Paola? - ela perguntou.
- Não exatamente. Decidi fazer mais uma tentativa com ela. Na verdade, estou confeccionando presentes para ambas, ela e Izzie. Quero serpreendê-las quando vierem aqui.
Mostre para minha mãe o top que tinha começado a fazer com lantejoulas vermelhas para Paola. Depois ia fazer uma frente-única para Izzie com as sobras de uma saia de veludo preto.
Mamãe puxou uma pena de avestruz da mala.
- Por que você não usa isso para enfeitar o top de Izzie?
- Boa idéia - falei. - Eu poderia enfeitar a barra de baixo com ela.
Quando terminei, os dois tops ficaram tã legais que pensei até em ficar com eles pra mim. Mas não, queria dar alguma coisa para elas para mostrar que eu poderia ser uma boa amiga.
- Lucy, telefone! - Steve chamou lá de baixo.
Estava tão entretida com a minha costura que nem cheguei a ouvir a campainha do telefone tocar.
- Lucy - falou Izzie assim que levantek o fone -, peçi desculpas, acabo de ligar para casa e minha mãe disse que você deixo uma mensagem.
- Isso mesmo. E mandei também um e-mail. Queria saber se você e Paola gostaria de vir hoje á noite para uma sessão de garotas.
- Agora? - ela falou. - Não é um pouco tarde?
Olhei para o meu relógio. Não podia acreditar. Eram nove e meia. Eu tinha passdo o dia todo costurando.
- Onde você estava? - perguntei. - Na verdade, onde você está, Izzie?
Podia escutar música e vozes no fundo. Não parecia que ele estivesse em casa.
- Só um minuto - ela falou. - Estou indo ao banheiro.
Estou no celular.
- Onde você está?
- Lucy, por favor, não fique zangada quando eu contar.
Fiquei logo apreensiva.
- Veja. Paola foi ao bairro Hampstead esta manhã ...
Paola, de novo. Eu devia saber que ela estava com Paola.
- Sim, e dai?
- Bem, ela trombou com Michael Brennam e um de seus colegas. E Michael pergunto se ela queria fazer alguma coisa.
- Certo...
- Bem, ela não quis dar um rolê com os dois. Ela realmente gosta do Michael e queria um tempo sozinha com ele, por isso me chamou pelo celular e implorou, implorou que eu fosse encontrá-los. Por favor, entenda, Lucy, não pretendíamos excluí-la, mas também não podíamos convidá-la.
Quer dizer, iamos parecer umas bobas chegando todas lá.
- eu sei - falei com raiva. - Dois é b, três é demais.
- Não, não é isso, não exatamente - ela respondeu. - Na verdade, queria que você também tivesse vindo. Fiquei atrapalhada com o amigo de Michael. Nós voltamos para a casa dele e ele é um perfeito otáro. Vou para casa em um minuto se puder arrancar Paola dos beijos do Michael. Antes tivesse ficado o dia com você, senceramente, de verdade Lucy. Você não está furiosa, está? Tive de encontrar Poaola por amizade. E gastei toda a semana passada com você tentando encontrar o Cavaleiro Misterioso. Não quis deixar Paola numa pior...
- Sim, se você quer uma amiga, você deve ser amiga respondi, olhando os presentes que ia dar para elas e os pós e maquiagens todos arrumados, prontos para a noite das garotas.
- Sim - disse Izzie. - Oh, espere um minuto, Paola acabou de entrar. Ela disse pra gente ir pra casa dela amanhã depois da aula. E, ah, ela disse que Michael é o pior beijador que ela já encontrou. Acho que isso significa que podemos ir embora agora.
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Galeras, Paqueras & Sutiãs Infláveis
Novela JuvenilEsse livro não é meu, eu só estou postando porque gostaria de compartilhar com vocês... O nome da autora esta na capa. Mas um momento decisivo é exatamente o que Lucy NÃO quer. Tudo está mudando ao redor dela, e de repente exigem que ela tome toda e...