11.03.2016 (Um ano depois)
Sakura Haruno (Nova Iorque)
Está tudo bem.
Era tudo o que eu gostaria de dizer para você, primeiramente porque é uma vontade minha; segundamente porque é uma necessidade sua. Se quiser parar por aqui, eu entendo de coração.
Não escuto uma palavra sua há 11 meses e não consigo descrever o quão frustrante tem sido conviver com isso. Por vezes, fico me perguntando se isso seria uma punição justa para minha estupidez em lhe deixar sem nenhuma pista concreta de meu paradeiro por um longo tempo. Mas eu voltei a morar em meu apartamento em setembro após uma estadia um tanto terapêutica na casa de Ino; sem ela, eu teria me entorpecido mais ainda em meu revés.
Nesse meio tempo, digitei o seu número no meu celular e não tive coragem de apertar em discar, almejei inúmeras vezes o seu colo e a sua dedicação em me escutar. Percebi o quão triste eu estava quando me dei conta do quanto você podia estar indiferente quanto a mim. Não sei o que se passa em sua cabeça, não sei com qual intensidade você sente pelas coisas que acontecem comigo, não sei o que é ser o que eu sou para você, porém tenho certeza que posição que tenho em sua vida lhe impede de sentir rancor ou ódio de mim.
Você sabe perfeitamente onde estou neste instante. Não lhe peço que venha atrás de mim e espero que saiba que eu não quero atrapalhar o seu momento de decepção indo até aí. Só peço que me perdoe por nunca ter compreendido o tamanho da sua importância até agora.
Eu amo você, mãe.
Sakura Haruno.
Eu não sabia com qual frequência minha mãe abria seu e-mail, mas eu tinha certeza que ela leria uma hora ou outra. Por alguns segundos, encarei a tela do notebook esperando ansiosamente uma resposta imediata e animada, repleta de caracteres desorganizados e de saudade. Que desilusão.
Relaxei minha coluna no encosto do sofá. Olhei para o teto, entediada. Eu havia tirado uma licença de três meses do trabalho e eu não aguentava mais minha voz ecoando em meu apartamento. Então a campainha tocou. De tempos em tempos, a solidão completa era necessária, mas, de vez em quando, eu podia contar com a presença de Ino.
Eu nem precisei abrir a maçaneta, a loira entrou rapidamente e foi logo se sentando no tapete da sala.
–Encontrei com o Naruto lá em baixo– ela informou– ele não subiu porque estava com pressa e me pediu pra trazer pra você, já que eu estava subindo– ela me deu um pedaço de papel cartão enrolado por uma fita de cetim dourada. Dei um leve sorriso, já sabia exatamente do que se tratava. Desfiz o laço e observei cada detalhe do convite de casamento de Naruto e Hinata
Toquei o papel com a ponta dos dedos, minha felicidade pelos dois era indescritível, quase não cabia no peito, mas não pude evitar ter um pouco de ciúme da felicidade que eu poderia ter sentido. Me repreendi por aquilo.
–Eu estou preocupada com você– disse Ino, cruzando as pernas e ligando a TV.
Eu a observei, esperando algum complemento para aquela frase. No entanto, eu conhecia Ino há séculos e quando ela direcionou o seu olhar para a televisão cuja tela estava no menu da Netflix, eu entendi.
–Vai ficar tudo bem– avisei– esses meses me mostraram que a pior coisa que eu posso fazer diante de uma situação difícil é fugir. Tudo o que aconteceu entre nós foi pura imaturidade, além disso Naruto e Hinata não tem nada a ver com isso.
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O Melhor Amigo da Noiva (Em revisão)
FanfictionEm um dia simples da rotina milimetricamente calculada de Sasuke Uchiha, ele descobre que Sakura, sua melhor amiga, irá casar! Um bom emprego, um apartamento em uma cidade metropolitana, uma beleza ímpar e liberdade já não sossegam mais alma do Uchi...