BRUNA.
Estava sozinha no celeiro quando acordei. Fui até o canto do local e lavei o rosto com a água em um dos quatro baldes doados por Felipe. Ao sair encontrei o pessoal sentado perto dos carros fazendo sua refeição matinal.
Bruna: Bom dia. – falei me aproximando.
Luciane: Bom dia, querida.
Bruna: Vocês viram o João? – perguntei após não encontrá-lo entre eles.
Luciane: Ele foi fazer a ronda na floresta com Yago.
Assenti e me acomodei ao lado de Maria. Ela ainda está bastante abalada pela perda de Jorge. Eu entendo, pois é assim que me sinto desde a perda de meu pai.
JOÃO.
Decidimos que nos proporcionaria mais segurança fazer rondas semanais na floresta vizinha ao sítio. É um espaço muito grande para negligenciar.
João: A notícia de que a Costa já era e a morte do Jorge atingiram o pessoal em cheio. – Yago olhou para mim. – Uma porrada atrás da outra.
Yago: É, mas temos que seguir em frente agora. – disse enquanto analisava o ambiente ao nosso redor. – Vendo pelo outro lado, Jorge não era tão útil assim ao grupo.
João: Do que você tá falando? – parei de andar e o encarei. Yago percebeu e também brecou a caminhada virando-se para mim. – Não pode estar falando sério.
Yago: Eu estou. – sorriu. – O que ele fazia? Só ficava dirigindo aquela van pra cima e pra baixo. As coisas mudaram, João.
João: Você sempre com esse seu jeito. Só... – antes que eu pudesse terminar ele me interrompeu.
Yago: Jeito? Que jeito? – trincou o maxilar. – Pode falar.
João: Eu não vou fazer isso, cara. – neguei voltando a caminhar e ultrapassando-o. – Melhor a gente não levar essa conversa adiante.
Yago: É melhor mesmo. – concordou caminhando na direção contrária a minha.
FELIPE.
O dia ontem foi agitado com a saída deles e a morte de Jorge, mas não posso usar isso para relaxar. Mandei Cesar e Eduardo acompanhá-los por um motivo.
Felipe: O que acharam do Yago?
Cesar: Me pareceu ser uma pessoa com quem podemos conviver. – disse sentando-se à mesa.
Eduardo: No acampamento, quando eu estava amarrado ele apontou uma arma pra mim e não sei o que aconteceria se João não tivesse chegado.
Nataly: Céus.
Felipe: Vamos ficar de olho nele. – falei. – Prometi a João que os deixaria ficar se fossem buscar os suprimentos e depois da morte daquele homem não posso quebrar o acordo e mandar todos embora.
ISAAC.
Meu pai e eu estamos arrumando os suprimentos no porta malas da van devido ao espaço grande no veículo. Notei sua preocupação.
Isaac: Tudo bem? – guardei a última lata e o fitei.
Lucio: Deveríamos fazer rondas nas estradas no entorno também. – expôs sua preocupação. – São rotas que podem acabar trazendo qualquer coisa para cá.
Isaac: É uma boa ideia. – concordei. – Quando João e Yago voltarem a gente fala com eles.
Lucio: Já voltaram. – apontou.
Virei-me para trás e vi os dois se aproximando. João se aproximou de nós e observou Yago ir até a viatura e guardar a escopeta.
Isaac: Estou pensando em fazer uma ronda de carro pelos arredores. – falei e ele olhou para mim. – Vamos?
João: Claro. – olhou na direção do irmão novamente. – Só vou tomar um pouco de água.
JOÃO.
Peguei uma das pequenas garrafas de água no cooler e abri entornando um pouco na boca e notei a aproximação de minha mãe.
Luciane: Vai sair com o Isaac?
João: Vamos verificar a estrada. – falei e bebi o resto da água.
Luciane: Chame o Yago. Três pessoas são melhor que duas, certo?
João: Não. É melhor ficarmos longe um do outro. – disse deixando-a surpresa. – Nós dois temos pensamentos diferentes.
Ela assentiu sem entender bem o que eu quis dizer e entrei no carro. Isaac já me esperava no carona com sua besta sobre o colo.
Isaac: Tudo bem?
João: Sim. – afirmei dando partida.
(...)
Isaac: Ouvi o que você falou para a tia sobre o Yago. – comentou. – Tudo bem entre vocês?
João: Ele disse que o Jorge não foi uma grande perda. – revelei. – Que temos que pensar apenas em sobreviver agora.
Isaac ficou em silêncio por alguns segundos e quando digerindo a informação e quando ia responder uma pareceu ter chamado sua atenção.
Isaac: Olha aquilo! – apontou para a frente.
Voltei o foco a estrada e visualizei o veículo capotado a frente. Pisei no acelerador suavemente e a velocidade começou a diminuir lentamente.
João: Vamos lá ver. – nosso carro parou por completo.
Desci do carro junto com Isaac. Saquei a Magnum e ele empunhou sua besta. Nos aproximamos do carro acidentado com cautela.
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Olá!
O que vocês acharam do Yago no capítulo de hoje? Eu achei ele insuportável! E esse carro capotado na estrada? Será que tem alguém nele? Respostas nos próximos capítulos!
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Zumbis: O Começo do Fim (Rascunho)
HorrorUm acidente de carro muda para sempre a vida de um jovem, que ao acordar do coma, encontra o mundo dominado por zumbis. A nova realidade prova que o mundo pode se superar em crueldade, mesmo após o fim, e os sobreviventes terão que romper todos os...