Capitulo 26:BRIGA!

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Eu e minha mãe podemos ser amigas, tipo muito amigas, mas nunca nos imaginei duas conversando sobre garotos na frente de um cara que eu mal conheço.

-mais arroz? - o "amigo" dela me perguntou

E ainda mais falando de garotos na frente de um homem que tecnicamente é um garoto. Um homem que eu não to gostando nada dele.

-não obrigado.

-como foi a viajem amor? - minha mãe me perguntou entrando na cozinha com uma travessa de carne que estava com um cheiro delicioso.

-foi boa.

-o Mattheus cuidou de você ne? - pensei e um pouco e balancei a cabeça positivamente. - vocês fazem um belo casal.

-mãe!

-a maioria dos jovens não gosta de falar de namorados com os pais Eva. - o amigo dela disse antes de botar uma colher com comida dentro da boca. . Ate agora o que eu descobri é que ele é um psicólogo.

-não! Que dizer o Mattheus não é o meu namorado! - falei.

-mas a uma possibilidade. - minha mãe disse mais afirmando do que perguntando. - já volto.

Ela se levantou e foi à cozinha novamente.

-diga-me quantos anos você tem? -

-serio que você que me consultar? Acho que isso não da uma boa impressão para o primeiro jantar com a filha da mulher que você esta afim. - eu disse me apoiando na mesa com os cotovelos.

-mas digamos que da para conhecê-la um pouco mais não acha?

-não ache que você vai me conquistar com presentinhos. - eu disse fazendo cara de nojo.

Quando os pais de Mattheus me deixaram em casa aquela noite minha mãe já foi dizendo que o querido Heitor comprou alguns presentes pra mim.

-alguns jovens levam a manipulação para se conseguir alguma coisa.

-muito bem dito. Os JOVENS. Pessoas como você que além de jovens é...

-é? -ele disse levantando uma sobrancelha.

-é um enganador. - ele riu com isso.

- quem tem que fazer a escolha é a sua mãe. Não você querida.

-eu aposto que a ideia do jantar e dos presentes não foram dela. - eu falei olhando pro prato com um tom sarcástico.

-você não me conhece.

Ele falou a verdade. Eu não o conheço, mas desde que eu coloquei os olhos nele quando eu entrei nessa casa eu não gostei dele.

-e nem quero conhecer. - falei o olhando.

-você vai me conhecer querendo ou não.

-filha o que você prefere maracujá ou acerola?

-acerola, por favor, mãe.

Ela pôs um pouco de suco no meu copo e depois se sentou. Comemos em "silencio". Só dava para ouvir a conversa "excitante" desse homem com a minha mãe.

-o que você acha Lorena?

-ahn que? - perguntei olhando para minha mãe.

-não disse Eva. Esses jovens andam muito desligados do mundo.

-querida... Eu perguntei o que você achava de uma consulta com o Heitor. - olhei para o homem. Ele estava com um sorriso de lado e os olhos cerrados olhando para mim.

-não. Não obrigado, mas eu não sou esses jovens que vocês adultos acham que são "doentes". - disse entre aspas.

-querer se matar é uma doença. - Heitor falou como se fosse fato.

-não. Não é. Você sabe o que é se sentir um nada? Que as pessoas não ligam para você? Com certeza não porque se não você não estaria falando besteira dos adolescentes.

-querida isso é uma doença e eu posso curar vocês.

-eu não sou sua querida! - falei gritando e me levantando da mesa deixando a cadeira cair.

-Lorena não grite com ele! - minha mãe gritou.

Olhei preá ela de boca aberta. Minha mãe nunca gritou comigo.

-escuta aqui seu imprestável. Você não sabe no que passa na cabeça dos jovens. Só entenda uma coisa: querer se matar não é doença. E não é nem maneira de chamar atenção. É só o simples fato de querer tentar passar a dor para outro canto. Poder tira-lo do coração essa dor insuportável!- ele começou a rir.

-você não sabe o que tá dizendo. Você diz isso por que você é uma louca como eles.

-CALA A SUA BOCA! - gritei dando um tapa nele.

-LORENA! -minha mãe disse levantando. - que vergonha me desculpe não sei o que deu nela!

-vergonha? Vergonha eu tenho de você! Como você ousou falar das minhas coisas para um completo idiota!

-não fale nesse tom comigo!

-Eva é normal pessoas dessa idade se comportarem como uma... Não. Não tem palavra certa, mas isso é normal. Principalmente que é louca.

Dei outra tapa nele.

-LORENA VA PRO SEU QUARTO! - minha mãe gritou.

A olhei de novo e olhei para o Heitor.

-o que ele fez com você? - perguntei olhando para ela. A mesma me olhou e acho que ela caiu na real no que ela estava fazendo e abaixou os ombros e tentou chegar perto de mim.

-não. Não me toque. Não quero nenhum de vocês perto de mim. -disse indo pro meu quarto.

Corri ate entrei tranquei a porta e me apoiei na mesma me deixando escorregar ate o chão. As lagrimas começaram a cair e deixem-nas pairando sobre meu rosto.

Não acredito que ela me tratou assim. Em todos esses anos minha mãe nunca, mas nunca gritou comigo. O máximo foi brigar, mas gritar? Ela me tratou bem todos esses anos talvez porque ela tinha que ser mãe e pai pra mim, mas isso não significa que ela precisasse me tratar assim.

Heitor. Foi ele. Aquele desgraçado. Não acredito que ela contou pra ele o que eu fazia.

Entrei no banheiro e me olhei no espelho. Que droga. Limpei as lagrimas e tomei um banho. Coloquei meu pijama e deitei-me na cama. Algumas lagrimas ainda caiam, mas eu não ia lutar para para-las. As lagrimas são palavras que o coração não quer que sejam ditas. Peguei no sono ainda chorando um pouco. Amanha não quero ver eles.

***

apenas uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora