6. lied

378 48 79
                                        

Luke.


Eu desligo o telefone rapidamente. Minha respiração está rápida e April gentilmente puxa minha calça, provavelmente um pouco assustada. Eu me agacho no seu nível, notando os olhares horrorizado direcionados à nós pelos outros clientes. Eles só viram um cara de vinte e poucos anos gritando no telefone acompanhado da sua filha... eles estavam provavelmente assustados.

"Papai? Quando vamos voltar para a casa e quando a Fada vai voltar?"

"Em breve, princesa, em breve." murmuro, beijando sua cabeça e voltando para a mesa para esperar pelas panquecas.

~*~

então, aqui estamos nós. Sentados no carro, em frente a casa. Calum estava logo atrás daquelas paredes e eu estava apavorado. Ele descaradamente mentiu, quem sabe quantas vezes? Ele me fez acreditar que meu marido não me ama, me fez me divorciar dele.

Eu o beijei. Porra.

E ele me beijou, logo após fazer o seu melhor amigo tentar se matar.

Será que ele se importa? O que ele está tentando fazer? Eu não me sentia seguro, especialmente com April aqui. Eu não sei do que ele é capaz. Então, eu estava evitando-o.

April e eu estávamos sentados no carro, olhando para a casa. Eu precisava sair. Eu precisava ficar longe, longe dele, de tudo. Mas eu tenho que enfrentá-lo. Quer dizer, onde mais eu poderia ir? E com que dinheiro?

Eu desligo a ignição e tomo uma respiração profunda. Tiro April de seu assento de carro e a levo até a casa. Nós ficamos na porta da frente por algum tempo.

Ela não faz perguntas, acho que ela sabe que algo está errado e que ela não deve dizer nada. Ela era tão inteligente que às vezes me assustava.

Eu coloco a mão na maçaneta da porta com cautela, girando-a lentamente. A porta range quando eu a empurro aberta e eu prendo a respiração.

Coloco April no chão e ela pega minha mão enquanto caminhamos pela casa. Ela não diz nada, eu não escuto nenhum som, exceto os de nossos sapatos que se deslocam pelo piso antigo de madeira e minha respiração acelerada. Eu levo April até o quarto de hóspedes, que é onde ela está dormindo.

"Aqui princesa, brinque com os seus brinquedos que eu vou falar com o Calum, okay?" eu digo a ela suavemente, caminhando em seu quarto e esperando que ela respondesse. Ela caminha até suas bonecas e se senta no chão.

"Okay, papai." ela começa a brincar, não fazendo perguntas novamente. Graças a Deus por isso.

Eu suavemente fecho a porta e vou para o quarto principal, onde eu sabia que Calum estaria. A porta estava fechada, eu pressiono minha orelha contra a madeira. Eu posso ouvi-lo chorando baixinho do outro lado e o zumbido suave de alguma música. Eu abro lentamente, as luzes estão apagadas, olho ao redor e Calum está de costas para mim, os ombros tremendo. Gemidos suaves deixavam seus lábios, eu quase me senti mal por ele.

Quase.

"Calum?" chamo suavemente. Seu corpo enrijece e ele rapidamente se vira para mim, suas bochechas coradas e inchadas, os olhos vermelhos.

"Luke?" ele pergunta, incrédulo. Ele corre para mim, me abraçando. Eu não o abraço de volta. Ele só fica lá, me segurando enquanto eu só quero empurrá-lo. Ele chora no meu ombro. "Eu s-sinto muito, Lukey. Eu não queria, eu só odeio ver você triste. Eu p-pensei que se eu demostrasse algo por Michael isso te deixaria ainda mais preocupado. Eu odeio quando você chora... eu só queria fazer você se sentir melhor. Sinto muito, eu não sei poque eu te beijei. Sinto muito."

VOICES ➸ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora