att de domingo atrasada mas o que vale é a intenção, certo?
Michael.
"Sr. Clifford, você está pronto para ver o Dr. Marten?" a enfermeira Kelly pergunta.
Eu estava indo finalmente ver o terapeuta que ajudou Ashton a superar isso. Eu não tenho ideia do que esperar. Eu não sei como me sentir indo para isso. Devo ter esperança de que ele é diferente? Que ele vai me ajudar? Eu quero ficar melhor, mas eu não posso ficar sem elas, eu não posso ficar sem elas na minha cabeça. É quase como se eu precisasse delas aqui, como se eu não soubesse tomar decisões por mim mesmo. Eu não sei como me sentir sobre isso, me sinto do jeito que elas me dizem para sentir.
Michael, você está pensando muito. Pare com isso.
Eu sigo a enfermeira em silêncio, fui aconselhado a não tomar meu remédio hoje. Ele quer ver como eu ajo com as vozes na minha cabeça.
Limpo meus pensamentos enquanto entro no modo piloto automático, seguindo a enfermeira pela clinica. Chegamos a uma porta de madeira escura no final do corredor. Ela espera por mim para abrir a porta.
Jesus Michael, abra a maldita porta.
Minha mão se estende, meus dedos curvando-se em torno da maçaneta da porta fria. Eu respiro, girando-a, enquanto abro a porta.
O interior do escritório parece diferente dos outros. Não haviam posters encorajadores rebocando as paredes, sem mesa de madeira robusta, nenhuma janela. As paredes eram de um tom azul marinho escuro, mas você mal podia vê-las, contra cada parede estava uma estante de livros. Elas estavam cheias de livros, todos diferentes, alguns parecendo mais velhos que os outros. Haviam livros empilhados nos cantos, livros no topo das estantes de livros. Livros espalhados sobre a mesa de café, pilhas altas nas cadeiras estofadas. Estavam apenas em todos os lugares.
Eu estava errado, havia uma janela, mas essa foi bloqueada por mais livros, quase invisível. Eu não teria sequer notado, se não fosse por uma pequena porção de luz se espremendo para fora, entre as camadas de livros.
Parecia confuso, desorganizado e completamente aleatório.
"Ah, você deve ser Michael." um homem estendeu a mão, um homem que eu ainda não tinha notado. Ele tinha uma barba espessa, desalinhada com fios cinzas, o cabelo era semelhante. Um óculos preto repousava sobre seu nariz grande, que era ligeiramente torto.
Eu olho para ele, pensativo, todo o caminho até seus sapatos marrons. Ele usava um blazer verde com cotoveleiras num tom de marrom com laranja e um pequeno botão da marinha que se assemelhava a cor das paredes. Calça marrom escura, com um cinto mais escuro. Eu hesitantemente pego sua mão, era calejada, dura.
"Eu sou o Dr. Marten, mas por favor, me chame de Harold, ou Harry. Do jeito que você preferir." ele fala com uma voz alegre. "Por favor, sente-se." ele faz um gesto ao redor da sala.
Onde diabos você espera que a gente se sente, imbecil?
"Onde?" eu pergunto sem rodeios, tentando não rir.
"Em qualquer lugar que você quiser, apenas não toque em nenhum dos meus livros, eles estão precisamente nos lugares que eu quero." ele quase sussurra. Eu só fico lá por um momento. Eu, então, olho ao redor da sala, vendo um banquinho, desocupado de livros. Eu passou por cima de alguns papéis e livros espalhados e tomo o lugar.
"Como você está hoje, Michael?"
Entediado.
"Bem."
"Dormiu bem? Quaisquer sonhos que você gostaria de discutir?"
Eu poderia lhe contar uma abundância de pesadelos. Por quê não contamos sobre Calum ou Luke? Oh, espere, isso é verdade.
"Não." digo rapidamente. Ele apenas sorri levemente e se levanta, vasculhando as prateleiras de livros espalhados.
"Aqui." ele me dá um livro, sem capa. Era branco, exceto pelas palavras 'na minha cabeça', era fino, deve ter poucas páginas.
"Esta mulher, na história, é muito parecida com você, assim como eu." ele diz, enfiando as mãos nos bolsos, "Eu quero que você leia ele. Me diga como ele se conecta com você, em um nível mais profundo. Então, poderemos começar."
"O que?"
Ele levanta uma sobrancelha para mim. "Eu não estou certo do que você está me perguntando com um simples 'o que'. O que 'o que' significa?"
"Você está me fazendo ler um livro?"
"Isso está correto. Lamento Michael, eu não sei o motivo da sua confusão." ele diz, apertando os olhos.
"Como diabos é que isso vai me ajudar?!" eu digo, levantando a minha voz.
Esse cara é um idiota.
"O livro não foi indicado para te ajudar. Ele é para me ajudar, para que eu possa ajudá-lo." ele explica, como se fosse óbvio. "Leia o livro, me diga o que você acha que se conecta com você. Não vai demorar muito tempo. Leia-o, em seguida, volte aqui. Só então serei capaz de ajudá-lo."
~*~
Você não tem que lê-lo. Você não deveria. Esse cara é louco. Não leia, nós não precisamos dele.
Pela primeira vez, eu não as escuto.
Eu li o livro fino, página por página, enquanto as vozes gritavam para eu parar.
Eu não tinha certeza do que fazer uma vez que tinha acabado. Parecia que ele sabia exatamente com eu estava sentindo. Quem escreveu esse livro teve os mesmos problemas que os meus. Bem, sobre as vozes. As ouvia, num primeiro momento sendo apenas sussurros, em seguida, transformando-se em gritos. Disseram-lhe para se machucar, elas fizeram-o machucar os outros, seus filhos, sua esposa. Elas levaram embora sua família, seus amigos, até que ele estava completamente sozinho.
Ele se isolou, não deixou mais ninguém se aproximas, com medo de ferir alguém. Mas o problema era que ele não queria que elas fossem embora. Em vez disso, ele aprendeu a viver com elas. Ele aprendeu a controlá-las, tornando-as vozes felizes, vozes que o encorajavam. Elas ficavam em silencio quando ele queria, e berravam quando ele precisava delas. Ele diz que não pode sequer imaginar o mundo sem elas agora, e ele não quer.
Fora esse sentimento, sentimento de que eu não estava sozinho, haviam outras pessoas lá fora, como eu. Isso é o que eu quero, eu preciso conseguir isso. Então, ignorando as vozes, eu pulei da cama e rapidamente fiz meu caminho para o escritório do Dr. Marten. Expliquei aos enfermeiros que eu estava indo para a terapia, eles não se manifestaram, era a primeira vez que eu saia do meu quarto por vontade própria desde que estou aqui.
Eu não bato, só abro a porta pesada. Dr. Marten nem sequer olha para cima, seu olhar ainda estava sobre o livro na frente dele.
"Você terminou o livro?" ele pergunta, diversão dançando em suas palavras.
"Sim, isso foi- isso apenas, quem escreveu?" eu tropeço nas minhas palavras. "Espera." eu tenho uma lembrança súbita do que ele tinha me dita horas atrás. "O que você quis dizer com você pode se relacionar com esse livro?"
"Eu escuto elas também." ele simplesmente diz.
"O-o que? Você escuta?"
Ele sorri: "É preciso um para conhecer o outro, Michael, e eu fico feliz de que tenha gostado do meu livro. Acho que eu posso ajudá-lo."

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VOICES ➸ muke
FanfictionAs vozes na cabeça de Michael obrigaram-o a fazer isso. Michael ama Luke. Mas Luke não tem mais tanta certeza. TERCEIRO livro da serie MUTE. all rights reserved @michaels_cheezburger ©