20. deafening

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Luke.


Michael nem sequer parece feliz em me ver. Ele parecia desconfortável e quase com dor. Eu estava mais do que confuso, eu estava que ele pulasse para me abraçar ou me beijar ou algo assim. Será que ele não quer me ver? Ashton me disse parar vir vê-lo, ele me disse que precisava que eu viesse vê-lo.

"Michael?" eu questiono, um pequeno sorriso brincando nos meus lábios. Meus olhos doem do choro constante, e minha voz estava rouca de tanto choro. Minha mente ferida da corrida constante de meus pensamentos: ele estava bem? Ele estava ficando melhor ou pior? Por quê ele não me ligou? Devo ligá-lo? O que devo dizer a April? Será que ele realmente quis dizer o que disse?

"Por quê você está aqui?" Michael pergunta em voz baixa, eu mal escuto.

"O-o que você quer dizer?" eu questiono, ele não iria olhar para mim, ele estava olhando para trás de mim, na mesa em frente à nós, para suas mãos. Qualquer lugar, menos eu.

"Quis dizer, por quê você veio me ver?" ele diz, um pouco mais alto.

"Porque eu senti sua falta, Michael, eu não vejo você há um mês. Você não tem me visto ou falado comigo há um mês... por quê você está agindo assim?" eu respiro, à beira de lágrimas. "Você age como se nem me quisesse aqui."

"E-eu não gosto disso, é muito calmo. Eu não posso ouvi-las, elas se foram..." ele sussurra para si mesmo, puxando seu cabelo desbotado. Era quase todo loiro novamente, e estava mais comprido, mas também mais quebradiço. Ele tinha bolsas escuras sob os olhos e as unhas foram mastigadas até o limite. Ele parecia horrível.

"Michael. Michael, olhe para mim." eu digo com firmeza, sufocando as lágrimas.

"Você precisa sair Luke, por favor, me deixe em paz." ele diz fracamente. "Por favor, não volte." ele choraminga. Meu coração afunda em suas palavras.

"Michael, olhe para mim." eu digo, levantando a minha voz. "Só olhe para mim porra."

"Eu não posso." sua voz quebra, ele começa a chorar, apertando os olhos fechados e enrolando os dedos em seus cabelos, "Se eu olhar para você, eu não vou querer que você saia." ele chora.

"Por que você está fazendo isso, Michael? Eles não estão ajudando? Você quer que eu te leve para casa?" eu alcanço o outro lado da mesa para tocá-lo, mas ele recua.

"Eu não posso, Luke. Eu não posso sair. Nunca."

"O qu-"

"Eu sou um louco fodido, Luke." diz ele, finalmente encontrando meus olhos. Seus habituais brilhantes olhos de esmeralda são de uma cor verde maçante, quase cinza. Do que ele está falando? Ele não é louco, ele está apenas tendo alguns... problemas. Uma pessoa louca nunca poderia admitir que era louca. Eu sei que Michael não é louco.

"Michael, você não é-"

"Não tente negar, Luke. Eu ouço vozes, vozes que me fazem fazer coisas. Coisas que eu não posso controlar. Coisas que eu nem posso lembrar!Não me lembro de bater em você! Porque eu não fiz isso, não era eu, eram essas malditas vozes na minha cabeça. Eu nunca vou deixar esse lugar, nada pode me ajudar. Tem a porra de um monstro dentro de mim, e eu não posso contê-lo. Ele vai destruir tudo em seu caminho e eu não posso fazer qualquer coisa sobre isso, exceto excluir a mim mesmo. Eu te machuquei Luke, e eu não vou te machucar novamente. E se eu machucar April? Você não tem ideia do que essas coisas são capaz de fazer. Eu quase me matei, por causa dessas vozes do caralho. EU não posso pará-las. Mas eu posso impedi-las de ferir você. Então, você precisa esquecer de mim, e-eu te amo Luke, mas eu não posso ficar com você." ele soluça.

"Michael. Eu não vou embora. Não estar com você dói mais do que qualquer coisa. Eu nunca vou deixar você. Eu te amo demais para fazer isso, se eu fizer, eu acho que não iria sobreviver. Eu não posso ficar sem você Michael." eu começo a chorar também.

"Eu não quero que você me deixe Luke, p-por favor, não me deixe." ele chora. "E-eu não posso ouvi-las agora, eu não posso ouvi-las. É tão quieto que está me deixando louco... eu não sei o que fazer. Eu não sei oq ue estou dizendo. Elas costumam me dizer o que fazer. Elas me falam o que dizer, mas elas apenas... se foram." ele chora.

"Por quê? Por quê você não pode ouvi-las?" eu questiono. Esta deve ser uma coisa boa. Ele não está ouvindo coisas mais, isso deveria ser o que ele quer, "Isso não é uma coisa boa?" pergunto.

"Eu não sei. Deve ser, mas não parece certo, parece vazio."

Essas vozes se tornaram parte de Michael, agora, ele não pode simplesmente deixá-las ir, ele está tão acostumado em tê-las ao redor, presentes em sua cabeça. Ele não sabe como lidar com a solidão.

Ele continua a chorar em silêncio, enquanto eu assisto seu rosto ir de completa confusão para percepção súbita. "E-eu tomei meu remédio hoje...", ele diz, principalmente falando sozinho.

"Michael?" eu pergunto com cautela. Ele estava dizendo isso como se ele normalmente não o fizesse. Como se ele nunca tomasse seus remédio. "Você toma a sua medicação como deve ser?"

"Tanto quanto eles sabem." ele murmura: "Eu encodo sob a minha língua, é o que elas me dizem para fazer. Os remédios fazem as vozes irem embora! É por isso que eu não posso ouvi-las! E-eu preciso ir, agora, eu preciso ir até o banheiro." ele de apressa.

"Michael, woah, hey" eu fico firme, tentando acalmá-lo, "Mikey, vamos lá, sente-se." eu digo. Eu não queria que ele deixasse seu verdadeiro eu. Ele estava aqui agora, nenhuma voz, apenas Michael. Quem sabe qual vai ser a próxima vez que eu vou ser capaz de vê-lo assim? Vê-lo de modo geral? Ele não pode sair. Ainda não.

"Não, não. Eu preciso ir ao banheiro. E você precisa ir embora." ele aponta para mim.

"O-o que?" eu pergunto em voz baixa. Estamos, finalmente, sozinhos, finalmente um com o outro, e ele só quer fugir para que ele possa trazer de volta o que o destruiu?

"Gatinho, m-me desculpe, eu preciso por para fora essas malditas coisas, agora. E-e eu preciso que você vá embora. Quando elas voltarem, elas vão te machucar. Eu vou te machucar, eu não quero isso." ele diz calmamente. "Por favor, vá embora gatinho, eu te amo, eu te amo tanto que eu não posso deixar você se machucar. Por favor."

"Eu não iria me machucar se você apenas ficasse aqui. Michael, por favor não vá e jogue os comprimidos. Eles te ajudam, eles livram você dessas coisas terríveis. Para que possamos estar juntos sem você me machucar, vê? Eu não estou ferido, mas vou estar se você for." eu imploro.

"Não. Você já está ferido. Eu posso ver isso nos seus olhos." ele sussurra. "Eu estou indo, eu te machuquei. Não há vozes nem nada, só eu. Eu fiz isso, eu te feri agora." ele diz com tristeza. "Quanto mais cedo eu te deixar, mais cedo você pode me esquecer. Luke, você não tem ideia do que essas coisas são capazes de fazer. Elas tentaram me matar, e eu sei que elas não hesitaram em fazer o mesmo com você." ele sussurra tão baixinho que eu mal posso ouvir suas palavras.

"Michael. Se você tomasse seus medicamentos para se livrar dessas coisas então eu não iria me machucar!" eu cerro os dentes.

"E-eu não posso ficar sem elas... o silêncio, e-ele é ensurdecedor."

VOICES ➸ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora