Capítulo IX - Purezza (parte I)

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Três horas da manhã. A estação de trem estava vazia. Nenhum passageiro aguardava nos bancos de plástico.
Com a chegada do primeiro trem-bala do dia, uma enxurrada de imigrantes também chegou. Em minutos todos passavam pela central de imigração para vistorias, passavam pelo detector de metais, e pegam um táxi para seus destinos em Elisia.

Essa seria a rotina durante os três dias de Havanna. Os imigrantes chegavam com um sorriso cansado no rosto, alguns até cantando em coro.

Imigrantes como Avalon Johnson.

A moça saira com um grupo de amigos de Shomi (Missouri, antes da 5ª Guerra Mundial) e encarara 3 horas de viagem do aeroporto em Jourey (antiga Kansas City) até a cidade mais pura do mundo segundo o Ieowanismo.

O cabelo loiro estava amassado devido ao cochilo nas poltronas confortáveis do trem-bala. O azul dos olhos estava mais destacados com as olheiras fracas.
Cantava com os amigos em altos brados para espantar o sono.

Após atravessarem os portões, o grupo de amigos partiu em um táxi para o centro da cidade, passando pelos campos cobertos de orvalho.
Os amigos de Avalon sem amontoaram no veículo, então a moça não teve escolha à não ser sentar no colo da amiga Misty.

- E aqui estamos, não é, Mi? - Perguntou a loira para a amiga.

- É. - respondeu ela, cansada. - só preciso de um banho e uma soneca para ficar pronta para o ritual.

O táxi alçou um vôo baixo sobre o concreto e só parou em frente á um hotel de luxo. Um homem com uniforme do hotel às ajudou a sair do carro e carregar suas malas.
Após o check-in, o grupo subiu no elevador e se dispersaram pelo corredor, indo em duplas para seus quartos. Misty ficara com Avalon.

- Johnson, eu fico com a cama perto da janela - gritou Misty, se jogando na cama com vista para os prédios reluzentes.

- Pode ser, Porter. Vou tomar banho pois ainda estou cheirando como àquela manteiga de amendoim do avião que a senhorita derrubou em mim. - Disse Avalon, batendo a porta do banheiro.

- Ava, será que nessa cidade eu arranjo algum fiel? - brincou Misty, tirando as roupas da mala.

- Só se conseguir dorminar essa sua juba - a loira gritava de dentro do banheiro, as voz abafada pelo barulho da ducha.

- Ah, conta outra. Quem vai resistir á uma ruivinha natural como eu? -

- Se ele conseguir te achar embaixo desse cabelo todo - O cabelo de Misty realmente parecia uma moita de fogo. - Que Ieowana ajude o pobre coitado.

Ambas riram. Em instantes as trombetas de iniciação do ritual de purificação soaria pelas ruas.

- Solto ou num coque? - perguntou Ioana, se olhando no espelho do armário de Fabe. A garota usava um um vestido evase branco. Os ombros brancos á mostra pouco diferenciavam da cor do vestido.

- No coque. Fica mais séria. - respondeu o amigo, saindo do banheiro com o cabelo arrumado num moicano curto.

- Pra quê você espastelou o cabelo de gel? - Io olhou horrorizada Fabian pelo espelho. Se virou para ele e passou as mãos em seu cabelo, tentando tirar um pouco do gel.

- Quero manter o penteado, só isso - disse o rapaz, antes de ter os olhos tapados e ouvir um barulho de spray.

- Agora ele vai segurar até o fim da Purificação. - disse Io, jogando uma lata pra trás e batendo aplaudindo com a ponta dos dedos.- Tá querendo ficar bonito pra alguém, né, garanhão?

- Ele está á trabalho hoje - Fabe parecia meio sonhador.

- Tava falando da coelha, mas já que estamos falando de Primo, sabe que eu até suspeitava disso? Dele gostar de rapazes. Mesmo ele sendo casado com a filha dos Holyfield.

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