Capítulo XII - Fiori (parte II)

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Primo se aproximou de Fabian, saudando á todos os presentes. Intrigantemente o rapaz usava a mesma flor que ele. Acaso? Sim, mera coincidência. O calor na espinha que sempre sentia ao vê-lo aumentou um pouco. Pensou em algo para falar com o garoto, falar o que sentia, falar sobre a confusão em sua cabeça, qualquer coisa que fosse, mas a mente estava em branco.

Fabe, notando a dificuldade do professor em se expressar, tomou a frente.

- Você está bem elegante, senhor Jain - um sorriso bobo se formou em seus lábios que sumiu ao ver a flor na lapela do homem.

No dia das flores, os casais firmavam seus laços, seja casamento ou namoro. Para firmar a aliança, usavam flores iguais nas vestes.

E lá estavam eles, trajados socialmente e com a mesma flor branca nos bolsos das camisas.
Uma junção arquitetada pelo próprio destino.

Ioana estava abraçada com o rosto no peitoral do affair, mas olhava o outro casal com um sorriso. O gato levantou da sombra onde estava deitado e se enroscou nas pernas de Primo. O purificador de agachou e afanou as orelhas do bichano, recebendo um ronronar como agradecimento.

- Acho que tenho a benção do seu gato - brincou o musculoso, olhando Fabian. Lembrando-se imediatamente que estava em horário de trabalho, empertigou-se novamente e puxou o grilattoon do bolso - Tenho que voltar a ronda - disse ele numa voz branda, quase sussurada.

- Primo... - chamou o rapaz, sem exatamente ter um motivo para fazê-lo.

- Sejam bem vindos à mais um dia de Havana, queridos fiéis! - a voz da Mama irrompeu por todo o lugar, chamando a atenção de todos, pois além de bela em seu vestido feito de pétalas de tulipa branca, parecia estranhamente feliz - Essa campina nunca esteve tão cheirosa e agradeço á vocês por fazerem essa comemoração tão bonita.

Primo deu um leve sorriso. Nunca ouvira essa mulher sendo amável.

No dia anterior, Cornélia havia o procurado e pedido que ele fizesse um discurso que agradasse a plebe (segundo suas próprias palavras). O Resultado era uma Mama semelhante á uma framboesa da Tanswania*: doce, mas todos sabem que é venenosa.

- Hoje é o dia mais esperado do Havana, além de especial para muitas pessoas. Sem mais delongas, peço que os casais dêem as mãos. - Continuou a Mama, com sua afetação forçada.

Ioana e Joún ficaram frente á frente e uniram suas mãos, Fabe e Primo ficaram um ao lado do outro com apenas os dedos mínimo.

- Façam os votos Elisianos. - começou Cornélia.

- Eu juro em nome de Ieowana que vou te fazer feliz. Honrarei seu nome e mesmo após a morte te esperarei no reino celeste... - disseram Io e Vérd em uníssono.

- Juro pelas flores de outono que meu amor não será em vão e que me empenhar eu para que esteja bem em todas as estações do ano... - Primo e Fabian juravam, quase sem mover os lábios e se olhando de esguelha esporadicamente. Jain se mantinha ocultando Fabe da vista avó do rapaz.

- Podem se beijar, novos cônjuges. - disse Cornélia com seu sorriso falso, e deixando o palco quase que correndo. Andou pela campina com impetuosidade, ignorando completamente todos que falavam com ela. Parou ao lado de Amora e sussurrou:

- Olhos abertos em pecadores. Libere os drones na campina. - dito isso, se retirou sem maiores explicações.

Perto da árvore, Ioana se beijava com seu amado e Fabe já estava sozinho novamente.

"Imigrantes que sofreram epifania tem identidade divulgada " - Io lia a manchete do Elísia diário - Acho que a carinha feia das suas amigas está no jornal, Fabito.

Já despidos das roupas de festa, os amigos e o gato agora repousavam na sala enquanto Patrícia preparava algo para um lanche.

- Frenchhaus, minha cabeça está em outro lugar agora - respondeu Fabe com um sorriso bobo que desde que chegara não conseguirá tirar do rosto. Com um gritinho contido de animação a menina pulou do lado amigo e o abraçou.

- Estou muito feliz por você, F. - sussurrou com medo de Patricia ouvir. - Falou com ele depois que chegamos?

- Não. Precisa falar? -

- Ah, sei lá. Amanhã, na escola, pede o número do talker dele - disse a moça, entretida com o Note - Aqui, "No dia das flores, a imigração aumenta em 7%, duas vezes mais que no primeiro dia de Havana". Será que a causa é a epifania?

Após pensar por um tempo, Fabe dá seu veredito:

- Acho que tudo é muito conveniente. Cornélia realmente sabe reerguer a cidade - opinou Fabian, sério.

* Framboesa da Tanswania: baga venenosa, muito comum no leste da Afriqia (atual África)

Como consegui a façanha de atrasar meu próprio passo, aqui está a continuação e o começo do fim do meio dessa joça ❤ (não se enganem, eu amo meu livro kkkk)

E não se esqueçam...

"Que a paz de Ieowan esteja sempre convosco "

"Que a paz de Ieowan∆ esteja sempre convosco "

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