Demorou mas saiu, não é meiximo?
Me perdoem primeiro pela demora, segundo pela parte do romance (que se você chegou até aqui, já notou que eu sou um fiasco. Imagina um demônio desses namorando?).†
O gato sentou em frente ao armário. Os olhos fixos nas portas duplas de madeira.
Novamente, Fabian havia trancado as portas com cadeado de digital e por mais que o animal arranhasse, as portas não abririam.
O Havanna passara e desde então gato ficava grande parte do dia sentado no quarto do rapaz. Patrícia vinha á cada hora para levá-lo à cozinha ou para lhe fazer companhia enquanto tricotava, porém o bichano tornava a subir quase imediatamente.
Fabe vasculhou o armário diversas vezes á procura de algum animal morto ou brinquedo escondido, mas não encontrou nada.— Drogaram meu gato! É a única explicação — Patrícia se queixou mais uma vez enquanto tomava café da manhã com o neto. Passou geléia de mirtilo em sua torrada furiosamente enquanto cogitava mil hipóteses para o comportamento estranho do felino. — Desde o último dia de Havanna que ele não sai do seu quarto. Você guardou erva de gato no seu armário?
— Por que diabos eu teria erva de gato no armário, Patrícia? — gargalhou Fabian, mostrando seus dentes falhados.
O humor do garoto melhorara muito desde o feriado: ria por qualquer coisa boba, acordava antes de Patrícia e fazia o café da manhã, cantarolava. Definitivamente, Primo estava fazendo bem para o ele.
— Bom, eu preciso ir. Não quero me atrasar — disse o garoto, pegando sua mochila que repousava no chão. Levantou, deu um beijo grudento na bochecha da avó e correu para a sala.
—Moleque nojento! — gritou a velhinha — Mas Fabian, sua aula só começa em uma hora… — e ouviu o estalido da porta se fechando — Tem alguma coisa acontecendo, não acha, gato?
Porém o bichano subira novamente para o quarto de Fabian. Revirando os olhos, A anciã subiu as escadas e praguejou á cada degrau que pisava.
†
O metrô parecia que nunca chegaria ao Jardim do conhecimento. Á cada estação o veículo parecia diminuir mais a velocidade.
Assim que as portas metálicas se abriram para o bairro educacional, Fabe saltou para fora e andou á passos largos em direção à Jolie, passando pelas escolas suntuosas sem olhar para os lados.
Ao se aproximar da instituição que frequentava, imediatamente encontrou Primo parado nas escadas de entrada. O homem musculoso havia aparado a barba e ao pôr os olhos no rapaz, a boca se torceu em um sorriso contido.
Fabian apertou o passo e só respirou quando parou ao lado do professor.
— Te desejo um bom dia. Nós ainda temos quarenta e sete minutos — comentou Primo, consultando o relógio no pulso — Chegou rápido hoje. Desjejuou? Se quiser podemos ir na praça de alimentação e…
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Elisia
Science Fiction⚠ATENÇÃO!⚠ *A história á seguir contém cenas de HOMOAFETIVIDADE, violência e sangue. Pessoas hipersensíveis ou de opinião adversa aos tópicos citados, favor não iniciar a leitura.* Muitos anos no futuro, após algumas guerras e nova divisão de países...