III

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A imagem da mídia é Hadassa, a"gatinha" do Zayn :3


Quatro dias se passaram desde então com as visitas diárias de Harry, feitas estrategicamente no horário dos medicamentos de Zayn, que tomava os remédios sem hesitar. Os amigos depois se deitavam no sofá da sala do pintor para conversar sobre nada em especial, até que Styles tivesse de ir embora, para voltar novamente no dia seguinte.

Era manhã de terça-feira. Zayn atipicamente, devido a um pesadelo, já se encontrava de pé às seis e vinte da manhã. Vestia um robe azul turquesa de seda de mangas curtas e que lhe batia até pouco abaixo do meio das coxas magras, conforme a temperatura daquela manhã lhe permitia e manteve os pés descalços, como sempre fazia quando estava em casa. Amarrava a peça em sua cintura de forma distraída quando ouviu uma espécie de soluço vindo da sala.

"Hadassa!" – Concluiu e tratou de cruzar o corredor, logo chegando à sala e tendo a visão da gata deitada no sofá. O pelo acinzentado da maine coon estava completamente sujo do que Malik constatou ser tinta óleo devido ao cheiro e a felina tinha dificuldade para respirar, parecendo estar engasgada, visto que tossia.

- Por Alá! – Exclamou levando uma mão à boca em puro espanto.

Zayn paralisou, era a primeira vez que via a gata sofrer. Em sua curta vida de quase um ano, Hadassa nunca ficara doente nem mesmo uma vez, tamanho o cuidado e carinho com o qual o artista a tratava. Não aguentava ver o pobre bichinho agonizando, ao mesmo tempo em que não conseguia se mexer, tamanho o susto.

Provavelmente se descuidou noite passada depois da desagradável conversa por telefone que tivera com Alex. De tão atordoado acabara por deixar a porta de seu atelier aberta. Um erro e tanto, visto que a gata agora passava mal a ponto de agonizar por conta da tinta. E tudo por culpa sua.

A primeira reação que teve quando recuperou seus movimentos foi correr até a gata e ergue-la nos braços. Pensou em ligar para o velho Danny, veterinário de Hadassa, mas o que o mesmo poderia fazer, uma vez que Zayn não estava mais em Liverpool? Depois lhe veio Harry em mente, mas o que demônios um fotógrafo poderia fazer?

Maldito desespero que não lhe permitia pensar direito! Sacudia a gata em seus braços como se ninasse uma criança quando um lampejo de razão lhe atingiu na cabeça. Não era a ideia mais genial, mas a melhor até agora.

Louis era um médico, certo? Provavelmente saberia o que fazer! Malik então, com cuidado, voltou a deitar a gata agonizante no sofá e, sem se importar em agora estar também sujo de tinta, correu para seu quarto a fim de pegar o celular. Quando o conseguiu, apertou o número de Tomlinson no display, mas o aparelho do amigo provavelmente se encontrava desligado, uma vez que a ligação não chegava a completar.

Zayn não desistiu, mas após treze tentativas frustradas, jogou o aparelho telefônico contra a parede de seu quarto e soltou um grito raivoso, sem se importar com o que seu vizinho pensaria.

Foi aí que Malik se lembrou de Payne, o médico. Transtornado como estava, tudo o que fez foi correr até a sala, pegar a felina nos braços novamente e sair de seu apartamento sem se preocupar ao menos em fechar a porta ou com a hora, tamanho o seu desespero em acudir a gata. Antes que percebesse já estava parado em frente à porta de Liam, fazendo esforço para segurar a gata em um só braço enquanto o outro se erguia para apertar a campainha de forma insistente.

De dentro do apartamento, o médico dormia tranquilo em sua grande cama. Descansava de mais um plantão agitado quando despertou com o barulho da campainha. Inicialmente o som era ainda distante devido ao fato de se encontrar sonolento. Pensava estar sonhando e apenas se remexeu em sua cama, porém, conforme passado o tempo o barulho só fazia aumentar, o fazendo constatar que não se tratava de sonho e consequentemente o despertando por completo.

Exótico. (Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora