IV

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Zayn acordava tarde naquele dia. Na verdade estava sendo acordado por Hadassa, que miava lhe amaciando a pele da barriga com suas patas gigantes de maine coon. O artista ainda tentou se virar para o lado, fazendo de tudo para voltar a dormir, mas a gata era determinada, e logo já estava posicionada em frente ao rosto de seu dono e o lambendo com sua língua áspera.

- Hadassa, só mais cinco minutinhos.

Malik tinha os olhos fechados e voz preguiçosa de puro sono. Não queria levantar da cama agora, na verdade, não queria levantar tão cedo naquela manhã fria. Em resposta a gata apenas ronronou enquanto continuava a banhar com sua saliva o rosto de seu dono, que bufou e desistiu de continuar a dormir, sentando-se na cama.

- Eu vou começar a te deixar pra fora do quarto!

O artista até tentou parecer ameaçador, com seu tom de voz e olhar estreito, mas logo voltou atrás ao ver a gata, ainda com aquele cone incômodo em seu pescoço peludo, se deitar em seu colo ronronando e pedindo por carinho. Foi o suficiente para que Zayn se rendesse e suavizasse a expressão, acabando por rir pelo nariz e fazer o que a felina queria.

- Vem aqui, abusada!

A gata manhosa agora se esfregava nas mãos do artista enquanto ronronava satisfeita em ter a atenção voltada para si.

- Está com fome, hum? – Perguntou, como se o animal pudesse lhe entender, e talvez até pudesse, visto que miou em resposta, tirando um riso baixo de seu dono. – Vamos lá então. – Disse.

Zayn levantou e colocou a gata na cama para vestir um robe bege de tecido grosso e felpudo. Quando terminou, pegou a bichana manhosa na cama e a levou consigo até a cozinha para que ambos pudessem se alimentar. O restante da manhã se passou preguiçoso, com Malik deitado no sofá enquanto lia uma edição surrada de "A insustentável leveza do ser" usando seus óculos de armação grossa e tinha Hadassa lhe esquentando os pés descalços.

Quando já eram perto das 13:00, seu celular vibrou na mesa de centro, enquanto o nome "Louis Gostoso" brilhava em sua tela. Zayn franziu a testa se perguntando quando diabos Harry fizera aquilo e se viu rindo baixo antes de trocar o livro em suas mãos pelo aparelho telefônico. O pintor temeu em atender num primeiro momento, imaginando se Harry teria aberto a boca, mas não viu outra alternativa que não fosse atender, uma vez que Tomlinson não desistiria nem que precisasse ligar por quinhentas vezes.

- Alô. – Saudou.

- Zayn? Estava dormindo? Está com voz de sono. – A voz soou apreensiva do outro lado.

- Não. O que você quer?

- É assim que fala? Olhe os modos!

Zayn revirou os olhos e bagunçou os cabelos.

- O que deseja, senhor? Melhor agora?

- HAHA, eu adoro o seu bom humor quando acorda. É contagiante! – Ironizou.

- Só ligou para avaliar o meu humor? E eu já estava acordado.

- Sei. E não, mal criado. Liguei pra avisar que voltei finalmente e que eu e Harry estamos indo almoçar aí.

- Siiiiiim! – A voz empolgada de Styles foi ouvida de longe no telefone.

- Tudo bem. Estou esperando.

- Ah, e não prepare nada, estamos levando. – Louis fez uma última recomendação. – Até mais, Zayne!

- Até! – O artista se despediu, desligando logo após.

Zayn se levantou do sofá e escaneou o próprio apartamento com os olhos a fim de organizá-lo para receber os amigos, mas o percebeu bem arrumado, então, não tendo muito o que fazer, optou por ir arrumar a si mesmo.

Exótico. (Ziam Mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora