Elisabeth
- Elisa querida, acorde! - Quase tive um infarto quando Teresa, a minha empregada, gritou abrindo todas as cortinas do meu quarto, me cegando totalmente.
Ela era pior do que qualquer alarme.- Eu já estava acordada Teresa, não precisava disso. - Eu disse irritada. Confesso nunca ter tido um bom humor matinal.
- O seu pai chegou, quer que você tome café da manhã com ele. - Ela disse, e minha cara carrancuda deu lugar a um sorriso enorme. Me levantei da cama, e cuidei de tomar um banho antes de descer.
Meu pai morava comigo, mas era como se não morasse, ele sempre estava viajando, e quando não estava, vivia pelas ruas fazendo negócios ou enfiado no escritório, minha única companhia eram as pessoas que trabalhavam na minha casa. Perdi minha mãe aos sete, ou oito anos, ela morreu com um câncer no estômago, tenho poucas lembranças dela, mas são o suficiente para sentir saudades e desejar tê-la comigo novamente.
Visto uma saia na cor preta, e um casaco rosa, estava fazendo frio no Rio. Passei uma maquiagem e calcei um tênis branco, peguei minhas coisas, e desci.
- Bom dia pai! -Beijei sua bochecha, e me juntei a ele. - Você demorou dessa vez.
- Eu estava resolvendo alguns negócios querida, inclusive tem a ver com você... Mas me conte, como passou esses dias? - Ele deixou o jornal de lado e bebericou o café.
- Ótima! Que negócios são esses que tem a ver comigo?
- São duas notícias, uma boa e uma que pela minha convivência de anos com você, sei que não irá gostar. Qual você quer ouvir primeiro ?
- A boa!
- Eu mexi uns pauzinhos, e você vai para Stanford ano que vem. -Abri um sorriso maior do que meu rosto, mas ele continuou a falar. - E a outra, bom... não importa oque diga, eu não irei mudar minha decisão, é para o seu bem...
- O que pode ser tão ruim depois de você me dizer que eu vou para Stanford? Independente...
- A partir de hoje você vai andar com um segurança, guarda costas... Chame do que quiser.
- O que?!
- Eu arrumei...
- Eu entendi que você arrumou um babá para mim. Mas por que?
- Elisabeth, negócios milionários deram errado para outras pessoas. Não sei com que tipo de gente estou lidando, e não sei do que são capazes. Você é a única coisa que me importa mais do que negócios e dinheiro, ninguém pensaria duas vezes antes de te machucar para me atingir.
- Sou mesmo mais importante do que os seus negócios? Por que te vejo uma vez no mês? É assim que demonstra o quanto se importa? - Revirei os olhos.
- Estou tentando garantir o melhor para você Elisa, e só quero te proteger. -Ele disse parecendo ter se entristecido com minhas palavras.
- Pode me proteger papai, mas sem alguém do tamanho de um armário me vigiando. -Implorei.
- Eu já disse, não importa o que você fale, minha decisão está tomada. -Ele levantou.
- Tá, mas como sabe que esse é o melhor jeito de me proteger? Como sabe se esse cara que você contratou não é um inimigo seu?
- Não coloque paranóias na minha cabeça, sabe que sou obcecado pela segurança das pessoas que eu amo, no caso, só você filha.
- Pai... - Enchi meus olhos de lágrimas, essa era minha última carta.
- Você não tem mais dez anos, e eu não caiu mais nesse truque. -Ele se abaixou para beijar minha cabeça.
- Tenha um bom dia, vou está no meu escritório o dia todo.
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ONE THING (Em Revisão)
Lãng mạnJovens de realidade completamente diferente, se apaixonam e começam a viver intensamente a cada minuto esse amor. Um romance cheio de idas e vindas, altos e baixos, afinal, o que seria de um romance sem seus altos e baixos? Mas há um segredo que com...