CAP 6

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Maicon

Levei Elisabeth até uma praia digamos que deserta, as pessoas não vinham muito aqui porque não tinha bar nem quiosque por perto, as pessoas apenas passavam.

Parei o carro e fiquei esperando alguma reação de Elisa, mas nada, ela só estava sentada, com os braços ao redor agarrando as pernas, e apenas soluçava. Depois de muitos minutos em silêncio, não aguentei mais.

- Elisabeth, já te dei tempo o suficiente, agora pode me dizer o que aconteceu? - Ela continuou da mesma forma. - Vou ter que ligar para o seu pai e...

- Não! - Ela virou abruptamente para mim.

- Então por favor me diz oque há, não estou mais suportando te ver assim, você não sabe quantas perguntas estão rondando na minha cabeça, e você fica nesse silêncio. - Ela respirou fundo.

- Eu peguei meu namorado, o Hugo, me traindo, e não foi só um beijo, ele estava comendo uma garota no vestiário feminino e... - Ela de repente parou.

- Pode continuar. - Eu já sabia o que estava por vir.

- Bom, é... Fico com vergonha de te falar isso. - Ela não chorava mais, apenas tinha medo, ou preocupação no rosto.

- Não precisa ter vergonha.

- Sabe a viagem do final de semana? - Assenti - Eu não fui com as meninas... É... Eu fui com... com o Hugo, fomos nós dois sozinhos, e lá, bom, eu me entreguei pra ele. - Eu já imaginava isso, mas ouvir as últimas palavras saindo da boca dela, fez meu peito doer, não sei o real motivo, mas doeu, me movi na cadeira desconfortavelmente.

- Elisa como você pôde ser tão... Tão estúpida, tão burra pra fazer isso? Meu Deus Elisa aquele cara era um, um idiota, você sempre soube disso caralho, porra! Juro que esperava mais de uma pessoa como você! - Acabei levantando minha voz fazendo Elisa se assustar e dar um salto no banco, com os olhos arregalados ela abriu a porta do carro e saiu em direção a praia, decidi não ir atrás dela, ela precisava de um tempo e eu também.

Imaginar Elisa se entregando para aquele cara, me provocou náuseas.
A raiva começou a fluir dentro de mim, não sei exatamente porque, mas a cada minuto que pensava nisso, a raiva me consumia.

Sair do carro e fui na mesma direção que Elisa tinha ido, e lá estava ela sentada na areia da praia, abraçando suas pernas novamente e chorando, tão pequena, tão indefesa, tão frágil, parecia que a qualquer minuto iria quebrar, como eu fui capaz de gritar com ela?

Suspirei e me sentei ao lado dela, puxando-a para o meu aperto, beijei o topo de sua cabeça e comecei a passar a mão em seus cabelos claros.

- Me desculpa, tá? Eu não queria gritar contigo, não queria dizer que você foi estúpida, nem nada disso, você sabe que é realmente muito boa né? Porra, você não tem nada de estúpida, você é extremamente boa, e não estou dizendo boa só por fora, você me entende? - Eu disse pra ela, ela imediatamente levantou a cabeça pra me olhar, seus olhos estavam vermelhos e inchados. Limpei as lágrimas dela com meu polegar e segurei seu rosto com as duas mãos, como se fosse a bola de cristal mais preciosa de todas. - Ele não te merecia Elisabeth, ele te traiu depois de ter você nos braços dele, caralho, que otário, ele é quem foi estúpido. - Ela abriu um sorriso triste.

- Obrigada Maicon. - Ela disse e de repente senti seus lábios úmidos por causa da lágrima colar no meu, foi tão rápido que não tive tempo nem de fechar os olhos, quando ela se afastou estava com as bochechas coradas, sorrir pra ela e me levantei segurando sua mão e a puxando pra se levantar.

- Vamos, preciso te levar pra casa, tenho que fazer uma coisa. - Eu disse e a gente voltou para o carro, seguindo para casa. - Como conseguiu sair da escola? - Perguntei quando parei na frente da casa dela.

- Digamos que dou bom dia ao porteiro todos os dias. - Ela sorriu, e eu balancei a cabeça sorrindo.

- Olha, vou ter que ir resolver uma coisa, eu vou voltar rápido não se preocupe. - Eu disse enquanto ela saia do carro, e acenava se despedindo. Fui praticamente voando até a escola da Elisa, eu precisava dar uma lição naquele miserável.

Cheguei lá as pessoas estavam largando, fui até o porteiro e perguntei se o Hugo tinha saído já, o mesmo disse que não, então fiquei esperando, quando quase todos tinham saído, ele apareceu, fui até ele e o puxei pelo braço até o estacionamento, quando cheguei lá o soltei com toda força, fazendo ele cair no chão, comecei a dar chutes nele, e a pisar nele. Me joguei em cima dele e comecei a dar socos atrás de socos no rosto dele, quando parei um pouco notei que seu nariz já sangrava.

- Seu moleque babaca do caralho! - Gritei saindo de cima dele, ele levantou, com um sorriso na cara. - Isso é por você ter feito o que fez com a Elisa! - Foi aí que ele riu mesmo.

- Então, isso é porque ela deu pra mim e não pra você? - Imediatamente segurei o pescoço dele e o joguei na parede, bati nele com toda minha força, ele já estava mole, quando uma garota ruiva chegou gritando e me pedindo pra parar, dizendo que eu ia matar ele. Ele já estava quase inconsciente, então parei.

- Se você se aproximar da Elisa, ou falar disso pra ela, aí eu volto e te mato imbécil. - Falei para o Hugo que estava no chão. - E você garota, se abrir o bico sobre isso, vou fazer questão de fechar a sua boca - Ela estava me olhando aterrorizada, e com os olhos arregalados - Leva esse demônio pra o hospital antes que ele morra. - Falei e sair cantando pneu.

No caminho de volta pra casa, passei no mercado e comprei um monte de coisas gostosas pra Elisa, coisas que eu sabia que ela gostava.

Elisa

Quando Maicon me deixou em casa, eu já me sentia melhor, como se ele tivesse levado toda minha dor embora, claro que eu estava ciente de tudo o que tinha acontecido, mas Maicon disse coisas pra mim que me fez ficar bem, e reconhecer que eu era boa demais para um babaca como o Hugo.

Tomei um banho e vesti um short curto, com uma regata velha e fiquei esperando por Maicon, ele disse que voltaria.

Quando ele chegou, veio cheio de sacolas, fui ajudar ele.

- O que é tudo isso? - Perguntei.

- Passei no mercado e comprei umas coisas que você gosta. - Ele disse, e quando colocamos as sacolas no balcão da cozinha, abracei ele.

- Você é a melhor pessoa do mundo! - Beijei a bochecha dele, minha boca estava já salivando, pra comer todas aquelas coisas gostosas. - Isso é sangue na sua mão? - Notei os dedos dele um pouco sujo, acho que de sangue. Ele olhou pras mãos e assentiu, lavando as mãos na pia.

- Sim, o mercado tava uma bagunça, a parte das carnes estava uma bagunça pra ser mais claro, eu devo ter encostado a mão no freezer que estava sujo. - Ele disse se explicando, assenti, e então encerramos o assunto.

ONE THING (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora