CAP 5 (REVISADO)

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Elisa

Acordei na segunda feira um verdadeiro caco, estava super cansada, mas eu estava nas últimas semanas de revisão para prova e não podia faltar.

Após me arrumar, desci as escadas e encontrei Maicon na sala.

—Bom dia! —Ele falou e eu sorrir.

—Bom Dia! O papai não chegou, né?

—Ele está tomando café na cozinha. - Maicon disse e eu imediatamente corri para a cozinha.

O abracei de surpresa.

—Bom dia, querida!! Como foi a viagem?

—Normal. —Dei de ombros e sentei para comer.

—Normal?

—Normal ué.

—Como assim normal? —Ele arqueou a sobrancelha.

—Ué, normal, tipo normal, que nem as outras viagens com a Carol, o de sempre, papai.

—Ah... Você se divertiu?

—Sim.

—Que bom.

—Tenho que ir para a escola pai, tchau. —Beijei a bochecha dele e sair apressadamente tentando evitar mais perguntas.

O caminho até a escola foi como sempre, trocamos algumas palavras apenas, sem tocar no assunto da noite anterior.

—Então só foi você e a Carol? — Maicon disse do nada.

—E a Bruna. —Falei puxando minha mochila que estava no banco traseiro.

—Sério?

—Óbvio, quem mais você acha que foi?

—Sei lá, vai que... Deixa pra lá. —Ele disse e eu revirei os olhos ao mesmo tempo que abri a porta do carro. — Não quis irritar você! —Ele disse antes que eu fechasse a porta.

—Não irritou.

—Então boa aula para você, estarei no estacionamento esperando.

—OK! —Eu disse e sair. Eu nem percebi que estava atrasada, mas não tinha nenhum aluno no corredor, então fui andando rápido para a minha sala, e por sorte, o professor deixou que eu entrasse.

***

O sinal para o intervalo tocou, e como sempre, fui com Bruna e Carol para o refeitório comer, e enquanto a gente comia, eu contei tudo o que tinha rolado com Hugo, e o quanto eu estava arrependida de ter feito aquilo, mas que aquela teria sido a primeira e última vez com ele por enquanto. Aproveitei também para contar sobre o que tinha acontecido com Maicon, e como eu já esperava, elas disseram:

—Você está gostando dele! —Batiam palminhas e eu insistia em dizer que não.

—Eu não estou gostando dele meninas, não acham que eu estaria sendo rápida demais? E eu amo o Hugo. É mais fácil o Maicon está apaixonado por mim, até porque foi ele quem me beijou. —Eu disse em tom de brincadeira.

—Você pode negar agora, mas depois você vai ver o quanto eu e a Bruna estamos certa. —Carol disse e eu revirei os olhos, na mesma hora o sinal tocou, e nós teríamos aula de Ed. Física as duas últimas no ginásio da escola.

—Vocês podem ir andando, vou pegar meus materiais que ficaram na sala e guardar no meu armário, nos vemos no ginásio daqui a pouco. —Eu disse e me levantei, passei no banheiro antes de passar na sala, fiz um coque, pois eu iria suar e não queria estragar o cabelo, fui na sala, peguei minhas coisas e fui até o armário, guardei tudo e fui para o vestiário das meninas colocar minha roupa de ginástica.

Quando abrir a porta do vestiário feminino, ouvi um barulho estranho, seguido por... Gemidos? Não acredito que alguém teria a coragem de transar dentro do vestiário, vai totalmente contra as regras da escola.

Não contive a risada silenciosa e comecei a vestir minhas roupas com todo cuidado para não fazer barulho. Os gemidos cessaram e me apressei em sair, mas quando me virei para fechar a porta, me amaldiçoei mentalmente por ter acordado aquele dia.

Meu estômago embrulhou e senti vontade de vomitar.

Hugo estava saindo de trás dos armários com uma garota da minha sala, ela era... Era a Amanda!
Quando Hugo me viu, rapidamente veio até mim. Só percebi que estava chorando quando uma lágrima caiu no meu peito.

Enxuguei rapidamente meu rosto mas as lágrimas insistiam em cair copiosamente.

Idiota!  Idiota! Idiota!

Eu estava imóvel, a garota estava com uma cara de puta mordendo os lábios e ainda ofegando, na hora em que meu olhar pairou sobre Hugo, ele estava desesperado olhando para mim, então lembrei como mexer as pernas e comecei a andar para fora da escola, mas quando cheguei no corredor, senti o aperto no braço seguido por um puxão de Hugo que me fez colidir em seu peito, então ele me abraçou, apenas senti nojo daquele idiota e me soltei de seu abraço.

—Não é o que está pensando. —Ele disse e então, sorri com escárnio.

—Para Hugo, não gasta seu tempo com desculpas ridículas como essa. Não quero que me explique nada, já está claro para mim, não seja mais imbecil em dizer que não é o que eu estou pensando, porque eu sei oque eu vi. —Ele estava calado, apenas me olhando. —Eu só quero saber o porquê, depois desse final de semana, depois de tudo. Poderia ter me poupado um ano! —Eu disse em choque percebendo o tamanho do problema.

—Me desculpa. —Ele abaixou a cabeça.

—Não, eu não desculpo. Eu vou sair por aquele portão agora, e se você ousar ir atrás de mim, eu falo tudo para o meu pai, e ele vai te arruinar de uma forma... Você sabe que ele não vai hesitar.. —Eu sei que isso era uma merda, uma coisa infantil, mas era tudo oque eu tinha, e meu pai tinha realmente muitos meios e poder para arruinar qualquer um, ainda mais sendo por mim. Mas obviamente, eu não contaria para ele.

Me virei para ir, mas me lembrei de dizer algo que ele odiaria ouvir, então olhei para ele novamente.

—Você foi um merda naquela cama, seu pinto é tão pequeno que eu quase não enxerguei! Poderia ter ficado em casa e me daria mais prazer do que aquela longa e torturante noite.

Sair normalmente da escola, disse ao porteiro que tinha médico, e como eu realmente tinha consultas dia de segunda, ele deixou eu ir.

Quando saí da escola, soltei as lágrimas que estava prendendo na frente de Hugo e comecei a andar rapidamente para o estacionamento, o dia estava muito quente, o que não combinava com meu humor.

Quando avistei o carro de longe andei mais rápido, e me sentei no banco do passageiro, Maicon estava com a porta do motorista aberta e ouvia um heavy metal, ele se assustou quando entrei com meu desespero, desligou a música e me olhou assustado.

MAICON POV

—Elisa, o que aconteceu com você? —Eu perguntei, preocupação era nítida em meus olhos. Mas não pude deixar de reparar no corpo dela, com um mini short preto, e uma regata branca justa que deixava seus seios pulando pra fora. Olhei novamente para o rosto dela tentando me manter focado, e a onda de preocupação voltou quando vi aqueles olhos vermelhos inundados.

Ela estava com o rosto vermelho e lágrimas caiam copiosamente por sua bochecha rosada, ela não me olhava, seus olhos estavam fixos em outro lugar a nossa frente, segurei seu queixo e puxei em minha direção forçando-a a me olhar, quando seus olhos encontraram os meus, ela suspirou e fechou os olhos, seus longos cílios molhados, se juntaram, e outras lágrimas caíram, dessa vez batendo em meu braço, limpei seu rosto imediatamente. —Me responde, por favor!

—Me tira daqui, agora, por favor. Só não me leva de volta para casa. —Ela implorou, e assim eu fiz, a levei para um lugar que eu costumava ir quando as coisas ficavam punk para mim, não tinha a mínima ideia do que tinha acontecido com ela, mas tinha a certeza que ela precisava desse lugar.

ONE THING (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora