CAP 20

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Maicon

Depois da revelação do pai da Elisa, fiquei em choque, não pude nem ir atrás dela pra ver se ela estava bem.

Quando ela saiu da sala e o pai dela foi atrás aproveitei pra sair também antes do pai dela voltar.

Não conseguia acreditar que aquele filho da mãe era o meu pai, e que ele tinha me largado e mandado dinheiro. Ele estava achando que dizendo tudo aquilo que por anos me sustentou eu iria o abraçar e chama-lo de papai? Eu teria preferido mil vezes passar fome e ter um pai ao meu lado.
Não perdoaria ele, nunca!

Quando voltei de noite para o apartamento na esperança de encontrar Elisa, para minha surpresa só encontrei Bruna e Carol sentadas com os olhos vermelhos.

- Sentimos muito... - Carol disse baixinho quando me viu.

- Onde Elisa está?

- Maicon... - Carol hesitou.

- Onde está a Elisa?! - Falei mais alto.

- Baixa tua bola Maicon, tá achando que tá falando com quem?! - Bruna disse irritada. - A Elisa foi embora, OK?

- O que? - Era pra sair alto mas saiu mais baixo do que eu esperava, quase um sussurro.

- Ela preferiu adiantar a viagem que faria daqui a poucos dias, você sabe... Com tudo o que aconteceu ela achou melhor não esperar mais. - Carol explicou.

- Sério isso? Ela achou melhor fugir do que ter uma conversa comigo? - Fiquei indignado com a Elisa, ela fugiu de mim. Eu sei que seria impossível as coisas entre a gente se acertar pois éramos meios irmãos, mas pelo menos nos tornariamos amigos. Mas como sempre ela fugiu!
- Isso é bem a cara dela mesmo, fugir quando tem um problema!

- Ela não fugiu seu imbecil, e isso não é apenas um problema, você sabe! Não fale assim dela, não é como se ela não estivesse sofrendo por ter que ir, ela não tem culpa de nada, nem você. Ela não te culpou por isso, então não seja infantil querendo culpar ela por está sofrendo. - Bruna disse alto e eu fiquei calado. - Ela fez o favor de te escrever! - Bruna disse e jogou um pedaço de papel em cima de mim, saindo em seguida. Carol foi logo atrás dela.

Fiquei algumas horas encarando o papel sem ter coragem de abrir. Mas quando deixei a corvardia de lado e abrir o papel quis fechar de novo, mas não fiz isso, continuei.

Cada palavra que ela escreveu pareciam tão sinceras, chorei mais a cada parágrafo.

Fui um idiota em dizer que ela estava fugindo de mim mais uma vez, ela só estava tentando seguir com a vida dela, e queria que eu seguisse a minha.

Depois de terminar de ler a carta de Elisa me joguei no sofá e chorei feito criança.

Não sei se eu estava sofrendo por ela ter ido embora, ou por descobrir que jamais ficaríamos juntos novamente.

Batidas na porta ecoaram pela casa, bateram muitas vezes mas eu não movi um músculo. A porta se abriu e Pedro adentrou com Carol, quando me viu espalhado no sofá se aproximou, Carol estava com seus olhos grandes levemente arregalados.

- Cara o que você fez? Tomou alguma coisa? - Neguei lentamente. - Menos mal! Vem, vamos sair, você precisa beber.

- O que eu menos preciso é beber Pedro, o que eu menos quero é sair de casa agora. - Resmunguei.

- Mas você vai sim. Levanta! - Ele me puxou. Me levou para a cozinha e ligou a torneira da pia bem na minha cara. Fiquei extremamente irritado.

- Pedro não estou afim de sair hoje, ok? Me deixa aqui sozinho porra.

ONE THING (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora