Prólogo

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Deborah Lennox

McKinney, Texas

A primeira coisa que fiz após abraçar meus pais e o pentelho do James foi ir até o estábulo. Eu precisava ver Pocahontas, a égua Appaloosa que ganhei quando tinha oito anos de idade e ela tinha apenas três anos de vida, e nos tornamos melhores amigas instantaneamente. Era nela que eu iria montada até o altar quando me casasse, seria ela quem me levaria até o homem da minha vida.

— Ei garota... senti tanto a sua falta. — Disse ao chegar até sua baia. Ela estava com o pelo marrom lustroso, exatamente do jeito que eu havia deixado. — Cuidaram muito bem de você não é linda; mas será que te levaram para passear? Hum? — Acariciei sua crina e entreguei-lhe uma maçã que tinha furtado da horta de minha mãe. Pocahontas mastigou a fruta com gosto e beijei sua testa. — Amanhã iremos dar um passeio, nós duas... — Prometi, e ela balançou a cabeça como que assentindo.

— Você a mima demais... assim ela vai ficar mal acostumada. — Uma voz firme e forte, que causou arrepios em cada pelo existente em meu corpo, despertou-me do carinho fraterno por Pocahontas e me lembrou de outra pessoa que eu senti saudades.

— Alejandro! — Virei-me na sua direção e minha boca ficou seca. Era a perfeição em pessoa diante de mim, e parecia um templo de tão grande. Ele tinha uns 30 centímetros a mais que eu, e seu corpo era forte e musculoso... e sua pele tinha um bronzeado que só quem tinha o privilégio de ser metade mexicano tinha. Ele usava uma calça jeans surrada e botas de montaria. Preso ao seu cinto estava um chicote marrom de couro, e ele não vestia camisa. Seu cabelo negro e curto estava úmido, e certamente ele estava exercitando-se com algum puro sangue e foi se refrescar na tina que havia ali perto.

— Oi baixinha, como foi sua viagem a Londres? Se eu não estivesse todo suado eu...

Corri até ele e o abracei firme. Ele gargalhou, e sua gargalhada máscula acabou com o meu cérebro. Seu cheiro de loção pós-barba, couro e algo mais fez com que minhas pernas ficassem bambas.

— ...abraçaria você. — Completou ele, e dei um passo para trás, triste por não poder manter o contato.

— Você sabe que não me importo com essas coisas. — Falei, estranhando o som que minha própria voz produziu.

— Eu sei... — Disse ele esfregando uma toalha no rosto. — Mas pensei que talvez você fosse voltar com alguma frescura londrina.

Coloquei as mãos na cintura e semicerrei os olhos ao encará-lo de volta.

— Alejandro Diaz, você acha que sou tão influenciável assim, para retornar de Londres com uma personalidade diferente?

— Seria bom se você voltasse um pouco mais dócil. — Provocou ele, e eu bufei. Como é possível sentir tantos sentimentos conflitantes por um só homem?

— Quem cuidou da Pocahontas? — Perguntei mudando de assunto.

— Eu mesmo tomei conta dela e a levei para passear. — Falou com tranquilidade, sentando-se no banco feito de tronco.

— Oh é mesmo? Obrigado. — Disse surpresa e ao mesmo tempo comovida. Haviam muitos garotos ali na fazenda que eram pagos para escovar cavalos e os levarem para passear todos os dias; e saber que ele mesmo tinha cuidado da Pocahontas, que era tão valiosa para mim, fez meu peito inflar.

— Você parece surpresa. — Disse ele suspirando, e o movimento de seu peito subindo e descendo lentamente mexeu com meu raciocínio.

— Sim... eu sim... claro... sim... — Deus, dava para ser mais boba? Mas era difícil raciocinar quando Alejandro estava seminu na minha frente.

Indomada - Série Lennox - Livro 6 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora