Capítulo 8

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Deborah Lennox

Despertei com o rangido da porta do estábulo sendo arrastada no chão, abri os olhos e a primeira coisa que visualizei foi a porteira de madeira da baia, o chão coberto de feno e os raios solares que atravessavam as frestas de madeira. Já havia amanhecido e os homens estavam entrando para começar mais um dia de trabalho. Tentei me mexer, mas então notei que havia braços fortes ao redor da minha cintura, ergui meu rosto e encontrei os olhos negros e intensos de Alejandro. Ele passou a noite inteira comigo, dormindo naquele chão duro e desconfortável e agora me encaravam profundamente, como se dissesse através desse olhar, coisas que ele não pronunciava com seus lábios.

Fiquei cativa de seu olhar por alguns instantes, sentindo-me despida por ele, era como se ele visse tudo de mim, como se enxergasse minha alma; isso deveria me assustar, mas teve o efeito contrário, uma emoção ainda mais forte do que o que eu sentia por ele fincou-se em meu peito. Com sua mão esquerda ele acariciou meu rosto com ternura, perscrutando cada centímetro do meu rosto, até acariciar meus lábios com seus dedos cálidos.

— Bom dia minha baixinha. — Sussurrou ele.

— Alejandro... — Murmurei, um pedido não pronunciado de que ele me beijasse logo, mas com a aproximação dos homens. Hard assustou-se e empinou as patas dianteiras novamente e então levantei-me num pulo e me aproximei do animal assustado.

— Hey garoto, está tudo bem...— Ele deu dois passos para trás, relinchando, os olhos de Hard me encaravam com desconfiança. E me aproximei dele lentamente, consegui tocar sua crina e ele bufou acalmando-se. — Isso garoto, nada de mal irá lhe acontecer a partir de hoje. Você está a salvo. — Abraçada ao garanhão, encarei Alejandro de volta que levantou-se e estalou suas costas, espreguiçando-se. Tal ato fez com que sua camiseta branca subisse por sua cintura e tive o vislumbre de ver a trilha de pelos que seguia para dentro da sua calça jeans e seu magnifico e enorme membro.

— Ei Alejandro que belo garanhão é esse ai? É compra nova do patrão.

— Ei Carl, pode se dizer que sim. — Cumprimentou-o Alejandro.

— Bom dia dona Deborah. — Disse o peão tocando no chapéu.

— Bom dia. — Respondi ainda agarrada ao Hard. Passando a mão por sua face, acalmando-o pouco a pouco. — Mas Carl, não trabalhe com ele, ok? Ele não é dócil, e desejo eu mesma cuidar dele.

— Sim senhora, com sua licença, vou começar a limpeza das baias. — Ele acenou para mim e depois para Alejandro e seguiu para as primeiras baias.

— Então quanto à ontem à noite... — Começou Alejandro. — Prometa-me Deborah que nunca mais vai fazer aquilo de novo! — Pisquei duas vezes e o encarei.

— Não posso te prometer isso. Se Geoffrey Jenkins comprar outro cavalo, até mesmo um cachorro ou um gato eu irie salvar o bicho. Então não me peça para não fazer isso... — Ele bufou frustrado.

— Você sabe o que poderia ter te acontecido ontem se eu não tivesse ido até lá com você? Você poderia ter se ferido... ou coisa bem pior. — Disse ele nervoso. Hard começou a se agitar e me afastei dele.

— Vamos sair daqui, você está assustando Hard e ele não precisa disso. — Abri a porteira e sai e ele me seguiu a passadas rápidas. Cheguei até o tanque de alumínio do lado de fora e comecei a lavar meu rosto, quando senti que ele estava parado atrás de mim, certamente com os braços fortes cruzados sobre aquele peitoral magnifico, e me encarando furioso como um Viking.

— Então Deborah, você vai fazer o que estou pedindo? Ou terei que ordenar que você não vai fazer mais essas maluquices.

— Ordenar? — Dei uma risada sarcástica. — Alejandro você não tem o poder de me mandar fazer coisa alguma, e você viu como foi ontem, deu tudo certo e Hard está a salvo.

Indomada - Série Lennox - Livro 6 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora