Capítulo 5- Jogo dos segredos

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Comecei a correr, e quando cheguei ao seu encontro vi-o deitado no chão cheio de marcas na cara, tinha sangue a escorrer-lhe pelo nariz, e Lacey, a sua cadela, estava em pânico, latindo e andando em volta do seu corpo.
Peguei na sua cabeça e envolvi-a nos meus braços, comecei a abanar-lhe ligeiramente a cabeça e a bater-lhe levemente nas bochechas.
-William! WILLIAM! Acorda!- dizia quase em lágrimas.- Por favor eu preciso que acordes!!!
Senti uma lágrima escorrer-me pela cara abaixo, e quando caiu mesmo por cima de uma ferida que tinha na cara, ele começou a abrir, lentamente e quase como por magia, os seus olhos.
-Will...-puxei-o com o máximo de força contra mim e abracei-o, vou admitir que nem pensei no que estava a fazer, apenas me deixei levar pelo momento.
-Mack, estás a magoar...- disse ele e eu larguei-o.
-Des...desculpa-disse corada.-Mas o que é que te aconteceu? O que é que aconteceu para eu te encontrar aqui no chão sem sentido? Porque gritavas tanto? O que é que te fizerem? Diz-me por favor!
-Tem calma, eu vou explicar-te tudo, mas primeiro liga para a minha mãe.
Peguei no seu telemóvel e liguei para a mãe dele. Quando ela atendeu identifiquei-me, expliquei-lhe o que tinha acontecido, dei-lhe indicações de onde estávamos e ela, preocupada, disse que vinha a caminho.
Passados 10 minutos chegou. Eu continuava no mesmo lugar com a cabeça de William no meu colo e com um lenço embrulhado dentro do seu nariz, para tentar estancar o sangue.
-William! Filho! O que é que te fizeram? Meu Deus!- disse a srª Hale, pegando nos braços do filho para o tentar levantar, eu segurava-o por trás- Temos de ir ao hospital!
-Não Mãe! Vamos para casa! Os ferimentos não são muito graves e eu já me sinto melhor.-contrariou-a ele decidido.
-Pronto, vamos para casa. Eu trato disso.-respondeu ela.-Mas vais ter de me expicar muito bem o que aconteceu, ouviste William Hale?
-Bem, eu não quero estragar o ambiente, mas eu vou ter mesmo de ir embora, os meus pais já devem estar a ficar preocupados e não tarda devem andar à minha procura.- disse eu.
-Não vás Mack!- respondeu William, surpreendendo-me- Mãe, ela pode vir connosco não pode?
-Sim, mas liga para os teus pais a avisar.
-Muito Obrigada!-agradeci.
Entrei no carro da mãe de William e já lá dentro fiz a chamada. A minha mãe atendeu, eu contei-lhe o sucedido e disse que o meu pai me iria buscar quando eu ligasse.
A casa dos Hale não era muito longe do parque, mas era no sentido oposto da minha.
Eu e a srª Hale levámos William pelo braço, pois ainda não caminhava muito bem. Ela pôs a chave na porta, rodou-a e entrámos. Dirigimo-nos para a sala de estar e William sentou-se no sofá e eu sentei-me ao seu lado, a srª Hale tinha ido buscar o estojo de primeiros socorros para tratar das feridas do filho. Não estava ninguém em casa além de nós os três, o que me permitiu explorar com o olhar a divisão, reparei nas fotografias, William tinha um irmão mais velho e uma irmã mais nova. Olhei para ele, os seus olhos esverdeados estavam fechados, comecei a reparar com mais detalhe, o que me chamava mais a atenção era o seu cabelo castanho claro que andava sempre despenteado.
Entretanto a sua mãe chegou, ele despertou e ela começou a tratá-lo.
-Bem, William agora vais ter de nos contar o que aconteceu.-exigiu a srª Hale.
-Pronto, eu conto. Mas vocês não vão contar a ninguém, ok?
-Sim, mas diz.- disse eu e a mãe dele acenou afirmativamente com a cabeça.
-Então, o próximo jogo de basket vai ser contra a equipa da J.F. Kennedy High School, eles são os nossos piores adversários na luta pelo campeonato regional, mas também a equipa que joga mais sujo. Eles não sabem o que é jogar em equipa e de forma justa. Mas, vamos direitos ao ponto. Todos os anos, quando jogam contra a nossa equipa, os jogadores da J.F. Kennedy contratam uns adolescentes bruta-montes para dar uma espécie de "liçãozinha" ao capitão da equipa da nossa escola. E este ano eu tive a sorte de ser o escolhido.
-Mas, eles não podem fazer isso, isso é contra as regras... Vocês já deviam ter feito queixa!-reclamei eu.
-Nós já fizemos, mas ninguém nos ouve. Não querem saber.... Isto já anda a acontecer há três anos e já houve coisas bem piores... Por exemplo, há dois anos eles fizeram com que os nossos dois melhores jogadores se lesionasse e acabámos por perder o campeonato para eles... Ninguém chega a descobrir... Eles arranjam sempre formas de não se descobrir, não sei como mas arranjam. Aquilo não é basket é uma guerra. E eles andam a lutar com armas que não podem ser usadas... Por isso eu preciso que vocês não contem isso a ninguém! Ouviram?
-Eu não posso prometer mas... Vou tentar...- disse eu reticente.
-Mackenzie promete por favor!
-Está bem...
-Muito bem, obrigado pela compreensão.- disse ele e sorriu.
A srª Hale acabou de tratar das feridas e retirou-se, deixando-me novamente sozinha com ele na sala. Continuámos a falar do basket e do sucedido, realmete haviam pessoas que eram tão maldosas para seu próprio proveito. Nunca pensei que fizessem isso num campeonato regional...
Quando olhei para o relógio eram quase duas horas da tarde, já se estava a fazer tarde. Liguei para o meu pai, ele disse que em cinco minutos estava lá.
Passados os cinco minutos ouvi uma buzina lá fora, era o meu pai.
-Bem, William, as melhoras! Fica bem para no dia do jogo marcares muitos cestos!-disse-lhe sorrindo.
-Obrigada Mack! Eu... queria agradecer-te por tudo o que fizeste por mim hoje... Acredita que se conseguir jogar, todos os cestos que marcar vão ser para ti!- ele aproximou-se de mim e abraçou-me, eu apenas me lembro que comecei a corar e que não consegui dizer nada, ficámos apenas ali, abraçados. 
Quando me separei dele despedi-me da srª Hale, ela também me agradeceu e disse que poderia voltar quando quisesse. Agradeci e entrei no carro. Havia sido uma manhã cheia de emoções.
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Queridos leitores, OBRIGADA POR ACOMPANHAREM A HISTÓRIA!!! A sério, OBRIGADAAAA!!! Sei que para alguns 140 leitores não é muito mas para mim é imenso! MUITO OBRIGADA, são vocês que me motivam a continuar a escrever!
OBRIGADAAAA
iTwelve

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