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911 qual sua emergência?
A voz que mais parecia mecânica ecoava através do celular, não se podia ouvir nenhum barulho além do que vinha do outro lado da linha. A voz voltou a repetir a pergunta, dessa vez em tom um mais incisivo, não sabia se deveria se preocupar ou se achava que era apenas mais um trote feito por adolescentes irresponsáveis.
911 qual sua emergência?
A voz perguntou novamente, porém decidida que seria a última vez. Os dedos firmes e ensanguentados tocaram o celular desligando a ligação.
- Não, por favor, não... - pediu o homem ao chão. Sua feição gritava horror, ele tentava se arrastar, mas sabia que seria inútil tal ato. Suas pernas estavam imóveis pelo os últimos ataques, seus olhos estavam quase fechando por causa das agressões naquela região, ele mal conseguia ver o rosto de seu agressor - Por favor... - implorou sem medo de chorar, era a única coisa que ele podia fazer naquele momento, implorar por sua vida -
A luz que entrava pela janela tocava o corpo em pé fazendo sua sombra ao chão, o homem fechou os olhos quando viu a pessoa se abaixar, ficando bem próxima a ele.- Eu geralmente não gosto de sujar minhas mãos a não ser que seja necessário - comentou tocando o rosto do homem. As mãos eram delicadas de mais para poder e fazer tanta maldade, o sangue nas mãos já parecia ter secado e apesar do cheiro quase insuportável, a garota não se importava -
- Por favor - suplicou. - Eu prometo qu -
- Em momentos de desesperos as pessoas tendem a prometer muitas coisas, mas nunca me convencem - a garota se aproximou ainda mais. Seu nariz quase tocava no do rapaz, ele sabia que seria o fim da linha, ele só queria um pouco mais de tempo para pedir perdão por seus pecados - Eu deveria lhe dar o direito para suas últimas palavras, mas não sou esse tipo de pessoa - comentou com um sorriso cínico, o homem ao seu limite cuspiu no rosto da garota. Ela por alguns segundos não fez nada, apenas observou o medo gritante nos olhos do homem. Ela levou uma mão ao rosto e enxugou o resíduo repugnante que saiu da boca daquele rapaz, suspirou e sorriu -
- Você não vai se livrar disso... - comentou sentindo um pouco mais de coragem, já que de qualquer forma seria seu fim, ele iria se impor - Eles vão achar meu corpo, eles vão investigar tudo, minha morte não vai ficar impune - a garota gargalhou e levantou. Pegou uma toalha que estava sobre a poltrona e passou em seu rosto sentindo o suor começar a aparecer em sua testa, ela odiava aquele clima da cidade naquela época. O homem sentia muito mais medo da frieza na qual tudo aconteceu, em como uma aparentemente doce garota poderia fazer coisas indescritíveis do que do próprio ato -
- Você ainda não entendeu? - perguntou jogando a toalha em uma poça de sangue instalada no piso daquela sala - Eu não sou um desses que você e sua equipe caçam na rua, eu não sou um ladrãozinho de esquina, eu não sou uma amadora - a garota falava com tanta certeza e frieza que fez o homem querer ele mesmo tirar sua vida para privar do que aquela garota iria fazer. A garota pegou a faca do chão, a mesma que achara na cozinha do homem, a mesma que ele havia preparado o jantar do dia anterior. - Ninguém trai minha confiança e sai ileso assim... - a garota voltou a se abaixar, a faca na mão direita percorria as pernas imóveis do homem, parou entre as pernas e o homem fechou os olhos, a garota gargalhou - Você não vai precisar mais disso - respondeu ainda sorrindo. Ela voltou a subir a faca e a ponta ficou exatamente sobre a jugular do rapaz -
- Por... Por... -
- Não se preocupe, nos encontraremos no inferno e eu terminarei de tortura você lá, mas por enquanto sua vida só vai até aqui - e ao dizer isso a garota sem pudor algum colocou força sobre a faca e penetrou o objeto cortante e pontiagudo na jugular do homem. O sangue espirrou sobre seu rosto e ela sorriu como se estivesse acabado de cumprir um objetivo. O celular da garota começou a tocar e ela fechou os olhos ao lembrar-se de algo - Eu queria ficar um pouco mais, porém tenho outros compromissos - comentou para o homem que ainda se movia em desespero, em menos de três minutos ele já não estaria mais respirando. Ela suspirou, levantou, e foi até o banheiro -
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Burn With You
FanfictionEla sabia quando parar, sabia a hora exata de dizer adeus, sabia que não iria acabar bem, sabia quando seguir em frente, mas "saber" não significava querer, e por mais que ela soubesse que não teria cura para a condição na qual se encontrava ela não...