...
- Ele não pode ver você - sussurrou a detetive sabendo que se seu pai encontrasse Lexa iria ser um caos -
- Não se preocupe, ele não vai ter tempo de fazer nada - Lexa abriu a gaveta de sua escrivaninha e tirou uma arma, Clarke sentiu seu coração disparar ao ouvir um barulho vindo da sala -
- Lexa... - sussurrou. Lexa viu o desespero nos olhos da loira, viu que aquilo era uma súplica para Lexa não fazer nada - Por favor, não... - pediu. Lexa ouviu passos e girou os olhos, guardou a arma no cós de sua calça e correu para o banheiro. Clarke fechou os olhos esperando o que viria a seguir -
- Clarke?! - a voz confirmou que era Jake e Clarke começou a se fazer mil perguntas, uma delas era como ele havia encontrado seu paradeiro - CLARKE?! - a voz foi ficando cada vez mais alta e a loira pôde ver a sombra do homem se formar na entrada do quarto, logo Jake apareceu com sua arma apontada na altura de seu olhar, ao ver sua filha ele correu para a cama - Meu amor, o que aconteceu? - poucas vezes Clarke viu seu pai nervoso como estava naquele momento, o homem tocou no rosto da filha e seus olhos desceram para os ferimentos nos braços - Clarke... fala comigo - pediu nervoso -
- Como você me achou? - ela estava enlouquecendo para saber a resposta, Jake franziu a testa sentindo que estava sendo interrogado -
- Você desapareceu, não deu notícias, não atendeu seu celular, eu fiquei preocupado filha. - respondeu não entendendo o porquê daquele questionamento com uma intenção maior - Nem mesmo sua parceira sabia onde você estava - explicou lembrando que a desculpa que Raven havia lhe dado era mentira - Então eu rastreei seu carro e o endereço que apareceu foi o mesmo no qual havia sido aberto um chamado para ambulância e bombeiros, não pensei duas vezes e corri para cá, quando cheguei percebi que o que sobrou do carro era seu, algumas pessoas me relataram que uma jovem loira havia sido levada para o prédio, foi quando eu subi imediatamente para o apartamento - explicou mostrando que não havia nada de errado em ele está ali -
- E como você descobriu o apartamento? - voltou a interrogar, Jake sorriu pois Clarke era semelhante a ele, mesmo fora de seu posto, continuava a bancar a detetive -
- Eu obriguei o porteiro a me falar para qual apartamento haviam levado você, ele pareceu resistente no começo, mas acabou me falando - Clarke olhava para seu pai estudando os últimos movimentos dele, seu coração pareceu se acalmar um pouco mais ao perceber que ele estava falando a verdade - Agora que tal você começar me falando o que aconteceu, quem mora aqui e o que diabos você veio fazer nesse lugar? - Clarke resolveu não demorar para dar uma resposta, quanto mais rápido aquela conversa acabasse, mais rápido aquela tensão por metro quadrado iria acabar -
- Eu recebi uma ligação anônima dizendo que Finn esteve aqui na noite em que foi assassinado - Clarke percebeu que seu pai iria voltar a falar, mas ela continuou - Eu sei que o caso já foi resolvido, mas eu precisava saber o que ele veio fazer. Meu carro já estava com algum problema há algum tempo, mas eu não dei muita importância, quando eu acabei minha investigação por aqui eu voltei para o carro e quando eu estava muito perto do veículo ele simplesmente explodiu e eu acabei sendo atingida com o impacto - Jake voltou a ter uma expressão preocupada, mas Clarke continuou a falar - Eu não me machuquei grave, nem ao menos fiquei inconsciente, mas precisava de cuidados, a ambulância estava demorando demais e por sorte uma médica morava nesse prédio e me trouxe até o apartamento e cuidou dos meus ferimentos - Lexa ouvia tudo ao banheiro, ela sabia mentir como ninguém, mas Clarke parecia ser tão boa quanto ela em relação a isso - Eu liguei para Raven e pedi para ela me cobrir para você, não queria que você se preocupasse à toa -
- Querida, você me deixou muito mais preocupado não dando notícias! - respondeu pegando uma mão de sua filha e a beijando - Onde está essa médica? Eu preciso agradecê-la por salvar você... -
- Ela voltou ao hospital, precisava trabalhar... - respondeu dando de ombros, percebeu um olhar desconfiado de seu pai e não gostou nada disso -
- Por que ela não levou você ao hospital? Por que preferiu deixar você aqui? - perguntou levantando da cama e o coração de Clarke voltou a acelerar -
- Porque eu pedi para ela não fazer isso, eu sei que você deu ordem para todos os hospitais do estado que se algum dia o nome Clarke Griffin der entrada no hospital ligasse imediatamente para a unidade NYPD, e como eu falei antes, eu não queria você se preocupando, mas claramente foi tudo em vão - Clarke falava em um tom calmo, como se não tivesse nada para esconder, Jake respirou aliviado e voltou a sentar -
- Você não pode fazer isso Clarke, você é tudo o que eu tenho. Se você se machucar abrindo uma lata eu vou me preocupar, porque é isso que pais fazem, eles se preocupam com suas filhas - Jake não estava mais nervoso como estava ao chegar no local, ele parecia apenas preocupado e Clarke entendia o homem -
- Eu sei pai, mas eu não sou mais uma garotinha indefesa, e você sabe disso, você me ensinou a ser forte, a ser cuidadosa - Lexa apenas ouvia tudo e até conseguiu imaginar tudo o que Jake havia colocado na cabeça de Clarke depois que ela fora embora - Eu sei cuidar de mim mesma, eu entendo que você se preocupe, mas eu sou uma Griffin lembra? Ninguém pode me derrubar - Jake sorriu e beijou a testa de sua filha, por um rápido momento lembrou das diversas vezes que repetia para sua filha "Ninguém derruba um Griffin" -
- Eu sei querida, me desculpe... -
- Eu poderia estar com alguém aqui e em um momento constrangedor, você não pode simplesmente entrar assim, promete não fazer isso novamente? - pediu e Jake gargalhou -
- Eu posso tentar, mas teremos que criar um código para eu saber quando você realmente estiver em perigo - Clarke sorriu e concordou, por um momento até esqueceu que Lexa estava a poucos metros dali - Eu quero o nome dessa médica, eu preciso agradecê-la pelo o que fez por você - insistiu e a mente de Clarke pareceu parar de funcionar por alguns segundos -
- Podemos resolver isso depois? Eu ainda estou me sentindo um pouco cansada e queria descansar um pouco mais - ela só queria ganhar tempo para encontrar um modo de sair daquela pergunta -
- Tudo bem, mas eu vou levar você daqui, é perigoso você ficar sozinha, principalmente com aquela porta danificada. Você acha que ela irá se incomodar se você ir? - perguntou. Clarke negou e pediu ajuda ao seu pai para levantar -
- Eu deixo um recado para ela, assim ela não se preocupa quando não me ver aqui - Jake concordou e resolveu pôr sua filha nos braços - Pai, eu posso andar -
- Eu sei, mas não é necessário - retrucou já com a detetive em seus braços, ele estava para andar quando ouviu um barulho que parecia vir do banheiro, Clarke engoliu a seco e viu a desconfiança nos olhos do seu pai - É a gata que ela tem, eu pedi para ela deixar o animal trancado no banheiro já que eu sou alérgica - Clarke agradeceu a sua brilhante mente que voltou a funcionar novamente. Jake pareceu comprar a mentira de Clarke e começou a caminhar -
- Mas então, essa médica é atraente? - Clarke franziu a testa e Jake sorriu - Não para mim, para você, ela salvou sua vida e isso ganha pontos comigo, talvez você possa convidá-la para um jantar de agradecimento e eu -
- Não pai, por favor, nem termine essa frase. Ela pode ter salvo minha vida, mas não é uma pessoa agradável - Jake gargalhou e começou a andar em direção ao elevador -
- Você já namorou outras pessoas desagradáveis e isso parece ser uma das características que você procura - Clarke girou os olhos e Jake sorriu - Não me assusta assim novamente okay? - pediu. Clarke concordou e encostou sua cabeça no ombro do pai, pensando em como voltaria a falar com Lexa novamente, algo lhe dizia que Lexa não continuaria morando naquele apartamento -
...
Lexa deixou sua arma repousar no lavatório do banheiro e levou uma mão ao rosto, ela estava preparada para atirar em Jake caso ele abrisse aquela porta. Ela olhou para o espelho e sua mão fechada atingiu o material de vidro, fazendo rachaduras aparecer, Lexa repetiu o movimento e dessa vez cacos caíram e sua mão mostrou o famoso líquido denso vermelho saindo de sua pele, ela já estava acostumada com aquilo. Naquele momento ela se sentia frustrada, ela havia abaixando a guarda e isso foi tudo que Anya pediu para ela nunca fazer, Anya havia lhe ensinado a sempre está a passos à frente de qualquer um, e ela havia falhado. Ela deveria ter previsto que alguém poderia rastrear o carro de Clarke, que alguém iria vir a procura da garota, mas ela havia ficado tão focada em como Clarke estava se sentindo que acabou esquecendo de quem ela era.
Olhou para o espelho quebrado e viu apenas o reflexo da metade de seu rosto em diagonal, mentalmente ela prometeu não só a si mesma, mas para Anya que não se deixaria ficar vulnerável daquele modo novamente, ela quase foi descoberta e isso não iria acontecer outra vez.
**
Lexa olhou para o relógio em seu pulso, marcava 03h13, olhou para seu apartamento e tudo estava como antes, não havia movido um músculo para tirar nada do lugar, sua mão não sangrava mais por conta do ataque ao espelho. Sentada ao sofá Lexa abriu um outro notebook, era diferente, um modelo antigo e que parecia pesar muito mais do que os atuais, ela olhou para a tela que estava dividida em oito partes iguais, mostrando locais diferentes, Lexa estava tendo o mesmo acesso a câmeras que o jovem porteiro do prédio tinha, Lexa digitou alguns códigos e minutos depois uma por uma, as imagens da câmera foram ficando embaçadas e de repente as câmeras pareciam canais de televisão não sintonizados, tudo o que aparecia era uma tela cinza que dava a impressão de estar tremendo. Lexa sorriu orgulhosa de si e levantou. Saiu do seu apartamento, usava seus saltos de sola vermelha e o sobretudo negro, ela estava vestida para matar. Entrou no elevador e apertou o botão que lhe levaria ao seu lugar em mente, olhou para a câmera do local e sorriu sabendo que aquele objeto já não serviria para mais nada, a porta se abriu e ela colocou suas mãos dentro do bolso do sobretudo, naquela madrugada silenciosa tudo o que poderia se ouvir era o salto de Lexa fazendo irritantes sons de *claque claque claque* .
Em poucos passos Lexa chegou ao pequeno balcão onde se encontrava quem ela procurava.
- Senh... senhorita... - respondeu o homem gaguejando, não sabia ao certo se era pela a beleza da mulher a sua frente ou se pelo o medo que ela lhe trazia -
- Eu sei que está tarde, mas você é o único acordado no prédio... - Lexa se aproximou do balcão e deixou suas mãos repousarem na pedra de mármore - Você poderia, por gentileza, me ajudar a trazer algumas malas para baixo? São várias e eu não quero dar mais de uma viagem do meu apartamento para cá - Lexa falava olhando diretamente para os olhos do jovem homem -
- A... a senhorita está indo embora? - perguntou -
- Mamãe está doente, então eu vou ter que voltar para minha cidade e ajudá-la com tudo -explicou demonstrando em sua expressão facial que ela estava preocupada -
- Eu sinto muito - o homem levantou e apertou o botão trancando a porta da entrada - Eu ajudo a senhorita - Lexa sorriu e acompanhou o homem até o elevador que ainda estava aberto a espera deles - Eu causei problemas para a senhorita ao deixar aquele policial entrar? - Lexa olhou para o seu lado encarando o homem, o elevador fechou e ela negou a pergunta do homem -
- Ele é um conhecido de longa data, estava preocupado com a filha - explicou não se importando, o homem respirou aliviado e os dois saíram quando chegaram ao andar. A porta de Lexa estava aberta e ela entrou junto ao homem. O jovem estava de costas para a garota. Lexa levou uma mão ao seu bolso do sobretudo e tirou um lenço úmido - Onde estão as - antes que o homem pudesse terminar o que iria dizer, Lexa levou seu lenço ao nariz do rapaz, ele cambaleou com o cheiro forte e com a mesma mão que quebrou o espelho Lexa acertou o rosto do homem, fazendo com que ele caísse desacordado no chão, ao inalar o cheiro forte ele havia perdido levemente a noção do que estava acontecendo, o soco de Lexa só havia concluído o trabalho. A garota sorriu e fechou sua porta, arrastando o sofá para impedir que a porta se abrisse. -
**
Minutos depois o homem conseguiu voltar de seu desmaio momentâneo, porém não achou que acordar seria melhor do que ficar inconsciente, ele estava deitado em uma mesa metálica, ele podia sentir o frio do material tocando suas costas que aparentemente estavam nuas, suas mãos presas àquela espécie de mesa, suas pernas também se encontravam da mesma forma, apenas sua cabeça poderia se mexer e ao virar para o seu lado esquerdo ele pôde ver Lexa sentada em uma cadeira olhando fixamente para ele, ela já não usava o sobretudo, apenas uma blusa branca simples e a calça jeans, o salto que ela ainda usava a deixava maior do que ele lembrava, ele tentou se mover, quando percebeu que Lexa se aproximava.
- Finalmente Bela Adormecida - respondeu descansando suas mãos na mesa metálica enquanto olhava fixamente para os olhos desesperados -
- O que está acontecendo? Por favor... eu não fiz nada senhorita... eu - Lexa levou um dedo aos lábios do homem impedindo que ele continuasse a falar -
- Cage não é mesmo? - perguntou lembrando do nome do rapaz. Ele apenas balançou a cabeça e Lexa tirou seu dedo dos lábios do rapaz - Você lembra a primeira coisa que eu falei para você quando aluguei o apartamento nesse prédio? - Lexa abaixou seu olhar para o peito do rapaz e viu que aquela parte em específico levantava em uma velocidade maior do que o normal, o coração do rapaz estava tão acelerado que ela conseguia ver pela a elevação em se peito esquerdo - O que eu disse para você Cage? - perguntou e foi até outra mesa que ficava ao lado de Cage, o rapaz se esforçou para ver o que era, mas tudo o que conseguiu ver foi algumas ferramentas e ele pôde jurar que a próxima respiração sua seria a última - Vamos Cage, eu quero ouvir - o homem estava com a boca seca e achou que por mais que tentasse não iria conseguir falar, mas se esforçou -
- Voc... você disse que se - os olhos de Cage quase saltaram de seu rosto ao ver o que Lexa havia pegado - Se eu deixasse alguém subir para seu apartamento sem sua permissão você me mataria - disse lembrando exatamente do momento em que ele passou a temer aquela inquilina -
- Bom, eu sempre cumpro minhas promessas Cage, diferente de você - Lexa tinha em suas mãos uma tesoura que lembrava bem uma de jardineiro. A garota se aproximou e sorriu para o homem desesperado. Cage começou a se debater, tentando a todo custo se soltar daquelas algemas. Ao ver que não daria certo, o rapaz começou a gritar cada vez mais alto e Lexa apenas suspirou entediada - Okay Cage, vou poupar sua garganta com esses gritos em vão - Cage parou achando que sairia dessa - Dá uma boa olhada ao redor, as paredes, está vendo que é diferente das outras normais? É porque são a prova de sons, então você pode gritar o quanto quiser, pode chorar, pode fazer o que quiser, mas ninguém vai ouvir você... - Lexa viu as lágrimas caírem de lado dos olhos do rapaz, pingando na mesa metálica - Ninguém vai saber o que está acontecendo aqui, seus gritos só vão me deixar ainda mais irritada e você não vai querer prolongar sua dor -
- Por favor... não faz isso... - Lexa girou os olhos e esperou toda a súplica do rapaz - Eu não tinha como impedir o policial de entrar, eu não podia fazer nada, por favor senhorita, por tudo que é mais sagrado, não me - Lexa cravou a ponta da tesoura de jardineiro no peito direito do rapaz que arqueou suas costas com a dor, Lexa pôde perceber a ponta atravessando o rapaz e tocando o metal da mesa, o sangue começou a sair da boca do rapaz enquanto ele olhava para o cabo em seu peito -
- Você fala de mais - comentou impaciente. O rapaz tentava falar, mas o sangue que saia de sua boca não o deixava. Lexa levou suas duas mãos ao cabo da tesoura e a abriu fazendo as lâminas da tesoura se abrir dentro do rapaz. Cage já não se mexeu, a última coisa que viu foi o rosto de Lexa enquanto parecia animada ao fazer aquele ato. O sangue escorria onde a tesoura estava e Lexa pôde ver a pele do homem aberta pelo o movimento que ela havia feito - Você deveria ter me agradecido antes de morrer, você não sofreu tanto quanto eu tinha planejado - Lexa puxou a tesoura e a pôs sobre a outra mesa de ferramentas, havia planejado uma longa madrugada para o homem, mas ela não estava afim de ouvir os gritos irritantes de Cage. Lexa levou seus dedos ao ponto de pulso próximo a garganta do rapaz e confirmou que ele realmente havia morrido. Destrancou as algemas e começou seu trabalho para dar um fim àquele corpo. Ela geralmente matava pessoas que em algum momento de sua vida havia feito algo ruim, ela não sabia se Cage se encaixava nisso, mas ele havia traído sua confiança e após ter falhado ao deixar Jake chegar ao seu apartamento, ela achou que aquela morte a redimiria -
...
Clarke acordou em seu apartamento e lembrou de tudo o que havia acontecido, antes de qualquer coisa se perguntou o que havia acontecido com Lexa. A detetive levou sua mão a perna e sorriu não sentindo a dor do dia anterior, olhou para o lado e viu que seu pai havia passado na farmácia como ela havia pedido naquela madrugada, na sua escrivaninha tinha algumas caixas de comprimidos e o que iria precisar para trocar o curativo de seu machucado, seus braços não doíam, apenas sentia uma leve irritação quando tocava nos arranhões. A loira levantou da cama e resolveu tomar banho e ir para o trabalho, ela não iria ficar em casa por causa daqueles leves ferimentos.
...
- Com licença - Raven abriu a porta e colocou apenas sua cabeça para dentro da sala - Queria me ver Capitão Griffin? - Jake fez um movimento com a mão pedindo para Raven entrar, a detetive obedeceu e fechou a porta atrás de si - Algo de errado? - perguntou curiosa, raramente ela era chamada na sala do seu superior, e diante dele ela se sentia uma garotinha prestes a levar uma bronca -
- Preciso falar com você, por favor, sente-se - pediu apontando para a cadeira a sua frente. Sem questionar Raven tomou seu lugar e seus dedos se entrelaçaram, fechando sua mão sobre suas pernas - Você e minha filha se conhecem há muito tempo... - Raven parecia desconfortável e Jake percebeu - Você se importa com ela, certo? -
- Claro Capitão Griffin, Clarke não é só minha parceira de trabalho, ela é minha melhor amiga - disse de imediato. Jake encostou suas costas na cadeira e tomou alguns segundos apenas para observar a garota - Há alguma razão para essa sua pergunta? - Jake sorriu e descolou suas costas da cadeira, se aproximou ainda mais de sua mesa deixando suas mãos sobre o local -
- Você não está achando ela diferente ultimamente? - Raven franziu a testa em questionamento e Jake continuou - Ela está estranha, distante, dispersa nos novos casos e ela não é assim -
- Eu notei, mas culpei a morte de Finn. Desde do assassinato ela anda dispersa, eu não falei nada porque eu conheço Clarke e sei que ela iria negar, mas ela deve sentir falta dele... - Jake negou com a cabeça e Raven já não estava entendendo mais nada daquela conversa -
- Finn não significava nada para mim filha. Okay, ela se importava um pouco, mas não ao ponto de deixar isso interferir sua rotina. - Jake levantou de sua cadeira e foi até Raven, encostou-se à mesa e olhou diretamente para a detetive - Clarke está escondendo alguma coisa, pode ser algo bobo, não sei, mas que está escondendo está e eu preciso de você para descobrir isso -
- Me perdoe Capitão, mas eu não vou espionar m -
- Ontem eu rastreei o carro dela, ele estava há alguns quilômetros daqui, o carro havia explodido e Clarke se feriu, se não fosse por uma médica que a salvou não sei o que aconteceria - Raven não pareceu assustada ou surpresa com aquela declaração, e Jake notou, nada passava despercebido pelo o homem - Clarke é sua parceira, preciso que você fique de olho nela, essas saídas sozinhas não pode voltar a acontecer, quero que você seja meus olhos, a siga quando ela insistir em sair sozinha - Raven pareceu relutante ao pedido e Jake tomou outra postura - Por favor Raven, eu não estou pedindo como seu superior, estou pedindo como um pai preocupado com sua filha - Raven olhou para o homem, viu que ele realmente estava preocupado, mas ela não queria fazer aquilo -
- Se Clarke descobrir, ela não só vai ficar com raiva de mim, mas de você também - explicou ainda indecisa. Jake deu de ombros -
- Eu prefiro que ela fique com raiva de mim, mas segura, do que em perigo e continuando me amando - Raven levantou e seus olhos agora estavam na altura do homem. Jake ofereceu sua mão e Raven a segurou, como se selassem um acordo - Eu vejo um futuro brilhante para você aqui Detetive Reyes, quem sabe você seja aquela que tomará meu lugar - Raven sorriu com a possibilidade de aquilo acontecer. Jake soltou a mão da garota e Raven saiu da sala do homem. Se Clarke estivesse escondendo algo, ele tinha certeza de que Raven iria descobrir -
...
- Então? O que conseguiu? - perguntou Lexa ao homem que verificava os restos do explosivo que Lexa conseguiu coletar -
- Eu sou ótimo no que faço, mas não é tão simples assim Lexie - disse o rapaz que segurava duas pinças para tirar delicadamente a película um pouco queimada que estava sobre uma parte do explosivo -
- Você tem certeza de que ninguém vai entrar aqui não é? - perguntou Lexa e o rapaz não respondeu - Então como está indo esse seu passatempo de ser jornalista Johnny? - Murphy tirou a película, trouxe uma lupa e sorriu ao conseguir enxergar o nome que havia -
- Muito bem, obrigado - disse colocando a película com o nome gravado na mão da amiga - Eu já vi esse nome antes, na verdade não é um nome, é um código de rastreamento - Murphy largou as pinças e ajeitou o óculos que insistia em descer para seu nariz - Só há um local que possui explosivos assim, a polícia - Lexa olhou para o amigo e esperou ele desenvolver o assunto - São usados geralmente para ataques estratégicos, eles plantam os explosivos no carro ou veículo do suspeito e rastreiam, são usados mais para rastreamento, agora quando necessário ele possui um dispositivo que explode com a autorização de quem instalou - Lexa levantou do sofá com a película ainda em sua mão -
- Então isso veio de alguém da polícia? -
- Eu disse que apenas a polícia possui algo assim, pode ter sido alguém com acesso ao departamento, ou alguém pode ter comprado de alguém da polícia - Murphy levantou e tirou a película da mão da garota, foi até a cozinha e acendeu o fósforo deixando a fina camada de plástico queimar - Precaução - respondeu dando de ombros -
- Como eu vou descobrir quem fez isso? - perguntou mais para si do que para o amigo, e voltou a sentar no sofá -
- Quer um conselho? - Lexa negou - Mas vou dar mesmo assim - Murphy sentou no sofá ao lado da amiga e passou uma mão sobre o ombro da garota - Com certeza a pessoa vai atacar novamente, espera isso acontecer e então você vai poder concluir se foi realmente alguém da polícia ou alguém que tem contatos na polícia - Lexa olhou para o amigo, mas não falou nada -
- Como você sabe tanto sobre isso? - perguntou se referindo ao ambiente policial -
- Eu estou como jornalista investigativo Lexie, estou na cola daqueles caras quase vinte quatro horas por dia. Eu acabo aprendendo um pouco sobre o ambiente - respondeu orgulhoso de si -
- E o que falam sobre mim? - perguntou ansiosa para ouvir. Murphy gargalhou ao olhar para a amiga -
- É uma mistura de vários sentimentos. Alguns temem você, outros sentem ódio e até já ouvi alguns juramentos que eles fizeram para matar o assassino que vem assustando a cidade - Lexa gargalhou com a inocência de quem achou que poderia pegá-la -
- É, eu li uma matéria sua sobre mim, até eu fiquei com medo pela a forma cruel como você me descreveu - Murphy deu de ombros - Está na hora de você me dar um nome Johnny, me chamar de "assassina" não é tão interessante assim... - Lexa levantou e Murphy a seguiu com o olhar -
- Eu estava pensando em Alexandria Woods - Lexa arqueou uma sobrancelha e Murphy não pôde deixar de gargalhar -
- Faça isso e a próxima matéria policial será "Jornalista morre brutalmente" - Murphy tirou o sorriso do rosto e Lexa pôs um sorriso de canto de boca - Obrigada Johnny - agradeceu e seguiu até a porta, Murphy levantou e acompanhou a amiga - Continue assim, ninguém desconfia que um jornalista trabalha ao lado de uma criminosa - Lexa já estava para sair do apartamento, mas Murphy a abraçou -
- Cuidado okay? Eu não apoio você pedir ajuda a essa detetive, eu não confiaria nela tanto assim - Murphy soltou-se da amiga e voltou a olhar para ela -
- Se Clarke trair minha confiança eu a matarei Johnny, assim como eu fiz com todos os outros que me traíram - Lexa tinha certeza de suas palavras, Murphy deu um longo suspiro e Lexa não gostou daquela ação -
- Só mantém na cabeça o que Anya nos ensinou okay? - pediu e Lexa não esboçou nenhuma expressão - Você lembra certo? -
- Amor é fraqueza - respondeu lembrando das diversas vezes que Anya havia falado para ela -
- Amor é fraqueza - repetiu Murphy. Os dois trocaram olhares sem falar nada, até que Murphy resolveu mudar de assunto - Então? Alguma matéria para mim? - perguntou. Lexa então lembrou que tinha algo para Murphy -
- Avenida trinta e sete com oitava, em um beco detrás do restaurante chinês tem uma mala ao lado da lixeira - Murphy sorriu - Você sabe o fazer não é? - Murphy girou os olhos, Lexa sempre repetia o dever do rapaz -
- Ligar anonimamente para a polícia e avisar que encontrei algo suspeito, os policiais descobrem o homicídio e vinte minutos depois eu apareço na cena do crime como jornalista, e faço meu trabalho de divulgar o assassinato e culpar a polícia pelo o péssimo trabalho, e o mais importante citar Jake Griffin e tentar denegrir sua imagem - respondeu como um bom aluno. Lexa sorriu e deu uma leve tapa no peito do rapaz, como se estivesse orgulhosa dele -
- Exatamente, Jake Griffin é um idiota que adora ser reconhecido pelo o belo trabalho que faz na cidade. Toda vez que você o culpa por não proteger a cidade eu posso até imaginar a cara que ele faz quando ler suas palavras - Lexa gargalhou e Murphy sorriu, ele gostava de irritar aquele homem -
- Quem foi a vítima da vez? - perguntou curioso -
- Só alguém que falava muito - Lexa sabia que Jake iria desconfiar de alguém do prédio, mas ela já tinha tudo resolvido. - Até mais Johnny - Murphy sorriu e observou a garota sair de seu apartamento e seguir para o elevador -
...
- Ei, como você está? - perguntou Raven ao ver sua parceira se aproximar da mesa - Seu pai me contou que houve um acidente - Clarke sentou em sua cadeira e tirou sua jaqueta, seu curativo estava trocado e a perna melhorando -
- Estou bem, foi só um pequeno acidente - respondeu não querendo dar muitos detalhes e Raven respeitou isso. Clarke pegou dois envelopes com documentos e olhou para a parceira - O que é isso? - perguntou -
- Um desses foi a legista que entregou ontem, aliás, ela me pareceu bem brava com você. O segundo envelope estava aqui quando eu cheguei - explicou não reconhecendo aquele outro envelope. Clarke abriu e logo percebeu que eram os arquivos de Anya, viu que havia um celular dentro do envelope e logo o tirou e pôs no bolso de sua jaqueta que estava descansando nas costas da cadeira, imaginou que Lexa havia dado um jeito de colocá-los ali. A detetive voltou a guardar os documentos imediatamente e Raven estranhou tal ato -
- Preciso falar com Becca, já volto - Clarke pegou os dois envelopes e Raven girou sua cadeira para acompanhar com o olhar a sua parceira. Viu Clarke entrar na sala de Becca e a mente da garota começou a trabalhar em teorias -
**
- Eu estou trabalhando - disse Becca ao ouvir a porta ser aberta, ela estava focada em algo que via no microscópico. Levantou seus olhos e viu Clarke, estava pronta para ignorar e ser rude com a garota, mas viu o machucado na testa da detetive e aquilo lhe preocupou - Ai meu Deus Clarke! - Becca tirou suas luvas e óculos e foi até a detetive - O que aconteceu? -
- Nada de mais, um pequeno acidente - respondeu andando para o lado oposto de Becca, se livrando do toque da mulher - Preciso de um favor seu - Becca mostrou um sorriso sarcástico e voltou-se para Clarke -
- Claro, você só me procura quando está necessitada de algo - respondeu em tom nada amigável, Clarke precisava da ajuda de Becca, ela confiava na legista - Mas isso não vai funcionar mais Clarke, eu cansei disso - Clarke segurou o braço da legista e Becca olhou para os olhos azuis -
- Por favor, Becca. É importante, eu sei que fui rude no nosso último encontro, mas eu não estava muito bem. Você é a única que pode me ajudar... - Becca passou a se odiar naquele momento e Clarke percebeu que havia ganhado mais uma vez - Uma amiga foi morta há algumas semanas, o caso foi encerrado, porém não teve a devida atenção. - Clarke entregou os documentos para Anya e a legista passou seus olhos rapidamente sobre aquele laudo -
- Isso aqui é perda de tempo - disse Becca entregando os documentos - Se você desconfia desse caso, eles podem muito bem terem mentido sobre o laudo da vítima. A única forma de eu poder realmente ajudar é se eu tiver acesso ao corpo - explicou e Clarke pareceu surpresa com a resposta -
- Impossível, o corpo já está enterrado - explicou. Ela não sabia disso, mas supôs que depois de duas semanas o corpo de Anya já estaria debaixo da terra -
- Se me trouxerem o corpo eu posso ajudar, ele ainda não se decompôs totalmente, eu ainda posso conseguir algo importante - Clarke negou, estava fora de cogitação fazer aquilo, seria demais para ela - Tudo bem - Becca voltou a pegar os documentos da mão de Clarke - Eu posso dar uma olhada nisso e dar meu ponto de vista baseado no que está aqui, mas se você não confia na fonte desses documentos então não será de muita ajuda - Clarke concordou e sorriu amigavelmente para Becca -
- Obrigada Becca... - Becca não falou nada, e foi para sua mesa - Mais uma coisa, isso é confidencial, estou confiando em você para não envolver ninguém nisso, por favor... - Becca novamente concordou e sentou-se para analisar os documentos - E Becca? - Becca levantou seu olhar e viu um olhar culpado no rosto da detetive - Me desculpe por aquela noite, eu não deveria ter agido daquela forma -
- Como se eu conseguisse ficar chateada com você por muito tempo - Clarke sorriu ao ouvir as palavras e resolveu sair da sala. Becca esperou a mulher sair de sua sala e tirou todos os documentos do envelope. Um pequeno papel retangular caiu e Becca franziu a testa, a legista pegou aquele papel e leu sabendo que aquela letra não pertencia a Clarke - "Você foi embora sem se despedir? Que rude da sua parte Clarke. Nos encontraremos novamente" - Becca amassou aquele papel com fúria e jogou em seu cesto, se perguntando quem raios havia mandado aquele recado para Clarke -
...
- Ei Griffin - Raven não deixou Clarke sentar, jogou a jaqueta da loira para ela e Clarke entendeu o recado - Homicídio e pelo o que me falaram no rádio, um bem cruel - Clarke começou a andar ao lado de Raven pedindo aos céus que Lexa não estivesse envolvida naquele crime -
Raven foi até o seu carro estacionado e entrou, Clarke sempre dirigia, mas como estava sem seu carro ela teria que aguentar a terrível motorista que era sua parceira. Raven deu partida no carro e antes que Clarke pudesse colocar o cinto de segurança, Raven arrancou com o carro fazendo o corpo de Clarke ir para trás com a aceleração, rapidamente a loira pôs o cinto e sua mão direita segurou na porta do carro. Raven ligou a sirene abrindo caminho entre os carros.
...
- Ei, o que aconteceu? - perguntou Murphy a um dos curiosos, seu gravador estava no bolso de sua blusa enquanto ele se misturava entre as pessoas -
- Alguém esquartejou outra pessoa e algumas partes foram encontradas na mala ao lado daquela lixeira - respondeu o garoto que aparentava estar em seus 17 anos. Murphy não esperava encontrar o corpo assim. A perícia já estava fazendo seu trabalho, haviam aberto a mala e encontraram alguns membros da pessoa. Murphy levou uma mão a boca impedindo algo de sair, ele nunca se acostumava em ver os corpos mesmo estando a tanto tempo com Anya e Lexa -
- Ei garoto, quer ganhar cem pratas? - perguntou e o garoto imediatamente concordou - Se você conseguir tirar uma foto daquela maleta com as partes do corpo você ganha cem dólares - o garoto olhou para a cena do crime, havia dois peritos e dois policiais - Qual é garoto, não vai acontecer nada, eles só vão tirar você dali, é o máximo que pode acontecer. - o garoto concordou e Murphy lhe deu dois celulares - Você tira a foto com um, e quando eles pegarem você e confiscar seu aparelho você entrega o outro celular, entendeu? -
- Os cem? - perguntou desconfiado, Murphy colocou a mão em seu bolso e mostrou a nota, porém não deu, apenas mostrou - Tudo bem - o garoto pegou os dois celulares e esperou os policiais se distraírem, quando isso aconteceu ele passou pela a fita amarela e correu para junto dos peritos, tiros várias fotos e guardou o celular no bolso, um dos policiais gritou por ele e o tirou do local, ordenou pelo o aparelho do rapaz e ele fez o que o jornalista mandou, entregou o outro aparelho e Murphy sorriu -
- O dinheiro mais fácil da sua vida - disse Murphy entregando o dinheiro e pegando seu celular. O garoto sorriu segurando seu dinheiro e saiu do local -
- Ei, o que temos aqui? - ao ouvir a voz Murphy voltou sua atenção para a cena do crime. As detetives haviam acabado de chegar. Murphy resolveu falar com algumas pessoas e saiu da cena do crime -
- Você vai querer ver isso detetive - disse um dos policiais. Raven e Clarke se entreolharam e seguiram para mais perto, Clarke imediatamente virou seu rosto ao ver partes do corpo naquela maleta. Raven continuou a olhar mais de perto, abaixou-se e estudou aqueles membros - Recebemos uma ligação anônima dizendo que viu uma mulher deixar uma mala aqui nesse endereço, a pessoa relatou que estava com medo de ser alguma bomba ou algo assim. Quando chegamos aqui e abrimos a mala nos deparamos com isso - explicou um dos policiais. Raven levantou e olhou para Clarke que parecia está passando mal -
- Detetive Griffin, você está bem? - perguntou Raven. Clarke confirmou com a cabeça voltando a olhar para a vítima - Já temos a identificação da vítima? - perguntou olhando para os peritos -
- Estamos com apenas algumas partes do corpo, teremos que levar para analisarmos o DNA e chegar a identidade - explicou. Raven assentiu e voltou para sua parceira -
- O que está havendo com nossa cidade? Eu posso está completamente errada, mas esses últimos homicídios para mim são de um mesmo criminoso - comentou Raven não querendo que os outros ouvissem sua teoria -
- Não vamos tirar conclusões precipitadas detetive Reyes, precisamos de provas que esses crimes são de uma mesma pessoa - impôs-se Clarke. Ela não queria acreditar que Lexa havia feito aquela monstruosidade com outra pessoa -
- Eu vou descobrir, pode apostar - disse decidida. Clarke não falou nada e saiu daquela limitação da cena do crime, passou pela a fita amarela para tomar um pouco de ar fora daquela cena, inspirando lentamente até que ouviu uma voz familiar -
- O que você acha que está acontecendo com nossa cidade? Você não acha que está ocorrendo uma falta de atenção com os cidadãos? Você se sente segura com a proteção que o Capitão do departamento de polícia de New York está dando? - Clarke podia jurar que conhecia aquela voz, mas não lembrava de onde. Ela se aproximou um pouco mais e viu um jovem de cabelos medianos e que usava óculos segurando um gravador em direção a um civil -
- Nossa cidade já foi mais segura, mas nos últimos dias eu tenho medo de sair da minha casa, está acontecendo uma série de crueldades e a polícia simplesmente parece não conseguir evitar. Acho que já está mais do que na hora de trocar o comando do departamento que deveria nos proteger - Murphy sorriu com a resposta da pessoa e pausou a gravação, agradeceu a resposta do cidadão e guardou seu gravador. Clarke não gostou nada de ouvir aquele depoimento, quando Murphy virou-se deu de cara com Clarke Griffin -
- Com licença - pediu Murphy tentando não demonstrar a surpresa por ter dado de cara com Clarke. A detetive apenas deu passagem para Murphy passar e gravou aquela voz do rapaz em sua mente, se perguntando de onde ouvira aquela voz antes -
- Griffin! - chamou Raven. Clarke foi até a parceira que estava ao lado de uma senhora de aparência cansada e que usava roupas bem simples - Você precisa ouvir isso. Sra. Martinez, você pode repetir? - pediu Raven. Clarke imaginou que a mulher a sua frente seria uma moradora de rua -
- Eu geralmente durmo naquele beco, era madrugada e eu já estava dormindo quando acordei com um barulho próximo ao lixo do restaurante. Eu fingi que estava dormindo, porque eu sei o que acontece com quem ver demais... - Clarke olhou para Raven que parecia animada, voltou para a mulher e deu sua total atenção - Então eu continuei de olhos fechados, quando eu senti que a pessoa passou por mim eu virei minha cabeça, estava muito escuro e eu não estava tão sóbria assim, mas eu vi quando a pessoa entrou no táxi que ficou parado aqui, eu vi o sapato dela, era um que tinha uma sola vermelha - Clarke voltou a olhar para Raven e viu a mesma animação no rosto da detetive -
- Obrigada Sra. Martinez - agradeceu Raven a senhora e ela saiu - Está vendo Clarke? Sola vermelha? A mesma sola vermelha que o garoto do apartamento ao lado do Finn disse que viu. -
- Raven, você está surtando. Por que não pode aceitar que a Sra. Johansson matou Finn? - Raven não argumentou pois Clarke não deixou - Essa mulher não sabe o que fala, estava provavelmente drogada ou bêbada. Não podemos levá-la a sério, e mesmo que ela realmente tenha visto esse solado vermelho não é prova alguma, sabe quantas mulheres possuem um par de Louboutin? Mais da metade de New York - os saltos de Louboutin eram conhecidos pelos seus famosos solados vermelhos - Então para de tentar ligar esses casos com o de Finn, vamos perder muito tempo se você continuar assim - Clarke terminou de falar e deixou Raven sozinha, furiosa por aquele sermão. Clarke estava com raiva, frustrada por saber da possibilidade de Lexa ter feito aquilo. Durante aquele pouco tempo que Lexa cuidou dela, Clarke achou que a garota ainda poderia ser a que ela um dia conheceu, que ainda tivesse algo bom no coração, mas ao presenciar o corpo das recentes vítimas de Lexa a deixava sem esperança -
...
Clarke e Raven já haviam voltado para o departamento, nenhuma palavra foi dita no caminho para o trabalho, e nem uma palavra foi pronunciada ao chegarem. Clarke estava analisando um dos documentos que havia pedido a Becca enquanto Raven olhava para seu notebook, porém pensava no crime de mais cedo, ela estava começando a ficar frustrada por não ser capaz de criar conexões entre os casos.
As duas de imediato se olharam quando ouviram um barulho vindo da sala de Jake e a voz dele ordenar algo aos policias, minutos depois dois oficiais saíram da sala do homem e Clarke parou um deles.
- O que houve? - perguntou -
- Olhem o blog de John Murphy do jornal local - respondeu e saiu. Clarke olhou para Raven e a mesma digitou às palavras chave para encontrar o blog. Raven logo viu a matéria e começou a ler em voz alta para Clarke também ouvir -
- "O Capitão cai para uma Comandante assumir" - leu o título da matéria - "Não é novidade que nos últimos dias a nossa cidade não é a mesma. Os cidadãos já não saem de casa como antes com medo do que poderá acontecer a cada passo que dão, as ruas estão vazias de segurança e cheias de criminosos prontos para aterrorizar o cidadão inocente. Ao falar com uma das moradoras do bairro, ela relata está apavorada com os homicídios que estão frequentemente acontecendo, ela clama por segurança, não quer ser a próxima vítima do criminoso que ainda está a solta. A cidade de New York deveria ser protegida de Capitão Jake Griffin e não por ele, a falha na segurança se deve à falta de boas estratégias e organização do Capitão no departamento. A população pede por uma mudança na gestão do departamento, mas enquanto isso não acontece, teremos que se acostumar com um novo morador ou moradora, ou como eu gosto de chamar, a Comandante da Morte" - Raven terminou de ler e Clarke entendeu por que seu pai estava perdendo a razão em sua sala - Comandante da Morte, parece que esse jornalista também acredita que seja uma mulher - Clarke continuava a olhar para o nome que o jornalista havia dado para Lexa. Sentiu como se um vento frio passasse por dentro de seu abdômen ao ler aquelas palavras.-
- Comandante da Morte - leu Clarke sentindo o frio no estômago aumentar. Nunca pensou que Lexa um dia seria chamada assim, mas ela também nunca pensou que um dia iria ser cúmplice de alguém assim. Raven olhou para a parceira estudando a loira, Clarke ainda parecia presa àquelas palavras -
...
N/F:Então, eu estava falando com uma das leitoras e ela sugeriu que eu fizesse um grupo no whats, então quem tiver interesse em participar me manda uma mensagem privada com o número.
Bjors.
P.s: Alguém desconfiou do Murphy? e o que acharam? rsrs
Bjors 2.
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Burn With You
Fiksi PenggemarEla sabia quando parar, sabia a hora exata de dizer adeus, sabia que não iria acabar bem, sabia quando seguir em frente, mas "saber" não significava querer, e por mais que ela soubesse que não teria cura para a condição na qual se encontrava ela não...