...
- Não sei do que está falando - respondeu passando por Raven e sendo segurada pela a mesma - Raven... - pediu olhando para a parceira de trabalho e amiga. Raven continuou segurando o braço de Clarke enquanto olhava nos olhos da garota -
- Clarke, fala comigo - pediu e Clarke sentiu a pressão em seu braço suavizar - Eu não sou sua inimiga aqui... - Raven soltou o braço da amiga e esperou por alguma resposta, seus olhos rapidamente foram para os papéis na mão da detetive e Raven se perguntou o que seria aquilo. Clarke percebeu o olhar de Raven nos relatórios e segurou um pouco mais firme em sua mão - Seu pai me pediu para ficar de olho em você, ele acha que algo estranho está acontecendo e sinceramente eu também, eu segui você ontem, vi você entrar em um carro com uma mulher, eu segui o carro de vocês, mas de repente apareceu um carro sei lá de onde e começou a atirar em mim - Clarke não sabia o que Raven ganharia ao lhe dizer tudo aquilo, então resolveu não falar nada, esperou a amiga terminar - Eu resolvi não contar para o seu pai porque eu acredito que seja lá o que você estiver escondendo irá querer que eu fique ao seu lado e não do seu pai, porém eu não posso fazer isso se você me trata como uma estranha... - Clarke deu as costas para Raven e foi até sua sala, jogou os papéis grampeados sobre o sofá e sentou no mesmo local. Suas mãos foram a cabeça como se estivesse tentando forçar sua mente a lhe dar uma ideia para o que fazer, Raven se aproximou e sentou ao lado de Clarke, levou suas mãos às mãos de Clarke e as descolou da cabeça da loira - Clarke... Eu só quero ajudar você, não confia mais em mim? - Clarke voltou a olhar para a amiga sem saber como agir, sentia que qualquer coisa que falasse iria expor Lexa –
...
- Queria me ver? - perguntou Murphy entrando na sala do editor chefe do jornal. O homem levantou da cadeira e Murphy desconfiou que algo de ruim iria acontecer -
- Murphy, Murphy... - comentou o homem se aproximando, tocou no ombro de Murphy e o direcionou até a cadeira, fazendo o garoto sentar -
- Você sabe que não gosto de conversinhas Pike, vá direto ao assunto - Pike sorriu com a audácia do jovem em falar com ele daquela maneira -
- Você está fora do jornal - respondeu. Murphy levantou da cadeira e ficou na altura do homem, Pike inspirou o ar do ambiente. Não era uma ordem dele, mas sim de alguém maior - Você sabe que eu adoro você. Você conseguiu as melhores matérias investigativas, foi um dos melhores que já passou por aqui, mas eu recebo ordens também -
- Isso é por causa daquele imbecil do Jake Griffin, não é?! - Pike apenas concordou e Murphy sentiu seu sangue borbulhar em suas veias, ele gostava do jornal, gostava de escrever, além de ser útil para Lexa -
- Aparentemente ele tem esse poder sobre o dono do jornal, não era novidade que ele odiava suas matérias, mas depois da última ele pareceu não aguentar mais, você está ferindo o orgulho e imagem dele com suas palavras. Só bastou uma conversa com o dono do jornal e pronto... - Pike tocou no ombro do garoto, mas Murphy tirou a mão do homem de imediato - Por mim você não sairia daqui, mas -
- Ele acha que me deixar fora do jornal vai se livrar de mim? - Murphy gargalhou e Pike ficou calado - Anota ai Pike, Jake Griffin vai cair e quando isso acontecer serei eu a escrever sobre isso - Murphy não esperou nenhuma despedida e saiu da sala, Pike apenas observou sua sala vazia quando o ex funcionário saiu -
Murphy não se deu o trabalho de pegar seus pequenos objetos sobre a mesa que trabalhava, apenas pegou o casaco que ficava nas costas de sua cadeira e saiu.
O estacionamento aberto não mostrava movimento, ele andou em direção ao seu carro quando sentiu seu braço sendo puxado, o jovem olhou para trás e quando estava para mandar a pessoa para um lugar bem longe, ele levou um soco que fez seu óculos cair no chão.
- Ótimo - respondeu sorrindo apesar da dor que sentiu com aquele soco - Meu dia só fica melhor - Murphy abaixou para apanhar seus óculos e um chute acertou seu estômago fazendo-o cair no chão -
- Isso é só um aviso - o homem se abaixou e olhou bem para Murphy, sem medo algum de ser visto - Da próxima vez que pensar em falar mal do Capitão lembre-se de que pode acontecer algo bem pior - Murphy gargalhou e o homem deu outro chute, dessa vez nas costas de Murphy. O agressor olhou para o jovem e saiu andando como se nada tivesse acontecido -
- Wells Jaha... - comentou Murphy para si - Isso vai ter volta... - respondeu levantando com dificuldade, levou uma mão ao rosto sabendo que em algum momento a região onde foi atingido no rosto deixaria alguma marca -
...
- Okay... - Raven levantou do sofá - Acho que já fez sua escolha - olhou para a amiga e girou os olhos ao perceber que Clarke parecia certa de manter em segredo. Saiu da sala e Clarke fechou os olhos -
- Lexa está na cidade - respondeu ainda sem saber se deveria ter dito. Raven voltou para sala, seu rosto mostrava perfeitamente o quão surpresa ela estava, Clarke levantou sua cabeça para olhar a amiga em pé a sua frente - Agora me fala Raven, como você pode me ajudar com isso? - Raven sentou ao lado de Clarke e a abraçou, nunca que ela imaginaria que esse era o segredo da amiga.-
- Clarke... eu... - a morena quebrou o abraço e voltou a olhar para a amiga, Clarke tentou mostrar que estava mais abalada do que parecia e Raven comprou aquela expressão - Me explica isso direito - pediu, ela queria entender e Clarke não sabia até onde teria que contar para deixar Raven satisfeita e Lexa livre de qualquer suspeita -
- Não tem nada para explicar Raven, ela apareceu novamente na minha vida e bagunçou tudo - ela não estava mentindo sobre aquilo, Lexa realmente estava bagunçando com tudo que ela construiu, bagunçando até mesmo suas convicções - Eu sei que eu tenho andado estranha nesses últimos dias, mas -
- O que ela quer? - perguntou impedindo que Clarke continuasse a falar - Depois do que ela fez com você, ela simplesmente aparece assim do nada? Ela está querendo alguma coisa - Clarke então se arrependeu de ter falado sobre Lexa, agora ela tinha que prestar atenção a cada palavra que saía de sua boca - Espera - Raven levou uma mão ao pescoço de Clarke e o virou delicadamente, percebendo claramente as marcas que Lexa havia deixado - Você e ela? Clarke! - Clarke tirou as mãos de Raven de seu pescoço e olhou com fúria para a amiga –
- Isso é problema meu Raven, ninguém diz o que eu devo fazer na minha vida - Raven percebeu que ainda era um assunto delicado e resolveu pegar leve nos comentários - Lexa voltou para cidade e eu ainda não sei como me sinto em relação a isso, não falei para ninguém porque não queria ter que ver isso, ver uma expressão de julgamento como se eu fosse a pior pessoa do mundo -
- Me desculpa Clarke, mas como papel de sua melhor amiga me sinto no direito de abrir seus olhos. Lexa abandonou você sem nem ao menos dizer o porquê, desapareceu no momento que você mais precisava, deixou você devastada, aí do nada ela aparece e é só estalar os dedos que ela tem você de volta? Me desculpe por não apoiar você com isso - Clarke travou seu maxilar, ela poderia falar coisas horríveis sobre Lexa, mas outra pessoa fazer isso era algo que ela não achava interessante -
- Você queria saber o porquê eu ando estranha e eu falei - Clarke levantou e olhou para Raven - Raven, meu pai não pode saber sobre isso, ele não pode imaginar que Lexa apareceu novamente - Raven levantou e ficou na altura de Clarke, estava mais calma por Clarke contar o que estava acontecendo, mas seus instintos de detetive ainda apitava -
- O civil que foi assassinado, ele era o porteiro do prédio onde você ficou quando sofreu o acidente. Você estava com Lexa nesse dia? - Clarke sabia o que era aquilo, e ela iria entrar naquele jogo de Raven -
- Não. - respondeu nunca deixando os olhos de Raven e sem parecer nervosa. Raven estava a estudando e Clarke sabia disso - Eu fui investigar algo sobre Finn, descobri que ele esteve na noite anterior do assassinato naquele prédio e minha curiosidade foi maior e tive que ir até lá. Foi quando eu sofri o acidente e uma médica me ajudou com tudo, tomou conta de mim -
- Médica? Qual o nome dela? -
- Costia Dormer - respondeu torcendo para que tivesse falado o nome que Lexa lhe informou -
- Eu segui você ontem, algo no qual não me orgulho, fui acertada quando estava seguindo você. Era Lexa que estava no carro com você? -
- Sim, era ela, mas se está pensando que isso foi culpa dela você está errada. Percebemos que um carro estava nos seguindo, então eu mandei ela acelerar, quem acertou você certamente não foi culpa dela - apesar de saber a verdade, Clarke resolveu mentir, ela havia exposto Lexa, mas não iria deixar Raven pensar que a garota era problema -
- Por que ela deixou você? - Clarke sorriu sarcasticamente e levou uma mão à cabeça, passando suas unhas rapidamente na testa -
- Essa pergunta só ela pode responder - Raven havia acabado suas perguntas, ela acreditava em Clarke - Se já acabou com o interrogatório, eu gostaria de descansar um pouco e cuidar de alguns casos - Raven afirmou com a cabeça e Clarke a acompanhou até a porta - Raven, por favor, não conte nada ao meu pai, eu confio em você para isso - Raven abraçou a amiga e Clarke soube que estava segura -
- Só toma cuidado okay? Não quero ver você daquela forma novamente... - Clarke concordo e Raven sorriu - Me desculpe por desconfiar de você - Clarke deu de ombros e Raven saiu do apartamento, deixando Clarke pensando em como contaria para Lexa -
...
- Capitão Griffin? - Jake levantou seu olhar para a porta e reconheceu seu oficial. O Capitão que agora estava trabalhando no caso de Cage Wallace, estava na sala de interrogatório conversando com uma das moradoras do prédio -
- Com licença - pediu o homem à mulher que estava interrogando. A mulher apenas concordou e ficou parada olhando para o nada, não estava confortável naquele ambiente. Jake levantou e foi até um de seus oficiais, fechou a porta da sala ao sair e ficou diante do rapaz - Então? - perguntou à Wells Jaha -
- Murphy foi realmente afastado do jornal, e de bônus eu ainda mostrei a ele o que ganharia se voltasse a manchar sua imagem - explicou como um fiel escudeiro. Jake sorriu e bateu sua mão no ombro do rapaz, como se estivesse orgulhoso -
- Ótimo trabalho oficial, sei que posso contar com você - Wells sorriu satisfeito por ter feito algo que alegrasse seu superior - Agora quero ver se aquele moleque vai tentar se meter comigo novamente - Jake voltou a dar leves batidas no ombro de Wells - Eu tenho que voltar para o interrogatório - Jake tocou na maçaneta, mas ainda tinha sua atenção no rapaz - Ótimo trabalho - Wells voltou a sorrir com o elogio e Jake entrou novamente na sala -
...
Clarke estava sentada no chão de sua sala, sua mesa central de vidro abrigava vários papéis espalhados. No lado esquerdo da detetive estava uma xícara grande com café e ao lado um cinzeiro, suas roupas ainda eram as mesmas, só havia tirado sua jaqueta, seus cabelos estavam presos em um coque frouxo, ela olhava para um papel específico, olhava como se ali estivesse a resposta para tudo, alcançou seu maço de cigarro e tirou um, pegou o isqueiro e o acendeu, não se importava se por um descuido ela pudesse causar um incêndio ali. Levou o cigarro a boca e pegou o papel que tanto olhava, releu pela quinta vez como Anya havia morrido, onde as balas haviam a atingido, se ela conseguisse os resultados de balística, ela poderia encontrar o que precisava.
Colocou o papel novamente sobre a mesa e apagou o cigarro mesmo ainda estando no começo. Levantou e deu um pequeno passo para pegar o telefone de seu apartamento, voltou a sentar na sua posição inicial e apertou os números de acordo com o que estava no papel do relatório.
A detetive esperou alguns segundos e uma voz eletrônica atendeu, informou alguns comandos e finalmente alguém que pudesse lhe ajudar atendeu.
- Polícia de Polis - falou um homem em um tom nada amigável - Alô? Olha só, eu não tenho o dia todo - Clarke já não gostou de quem quer que fosse aquela pessoa -
- Aqui é Detetive Griffin do Departamento de Polícia de New York - disse da mesma forma não amigável que o homem - Preciso falar com o Capitão do seu departamento - disse sem paciência -
- Ele não está no momento - retrucou o homem. Clarke sabia que era mentira, ela sabia como funcionava os outros departamentos, ligações para o Capitão do departamento só eram transferidas se fossem alguém superior ao homem -
- Claro que não estar - comentou girando os olhos - Eu preciso de uma informação e é de extrema importância, então a não ser que seu capitão queira receber uma visita do chefe se polícia do estado eu sugiro que você lhe dê um recado - Clarke odiava o fato de todos os outros departamentos de polícia do estado terem uma certa implicância com o departamento de NY, sempre dificultavam o seu trabalho -
- Vocês da NYPD se acham os maiorais não é? - resmungou o homem - O que você precisa? -
- Eu vou enviar um e-mail para ele com minha identificação e com o que eu preciso, espero uma resposta em no máximo duas horas. - informou. O homem do outro lado da linha não sabia quem Clarke era, mas já a odiava - Avise a ele que me responda o mais rápido possível, tenha um bom dia - Clarke desligou a chamada sabendo que havia deixado o homem furioso -
A detetive levantou e foi até seu quarto pegar o notebook, trouxe para sala e logo abriu seu e-mail e escreveu para departamento de polícia de Polis com atenção para o capitão do local. Ela não explicou muita coisa, apenas pediu o laudo de balística do caso de Anya, informou que queria comparar com um novo caso que apareceu na cidade, mandou a identificação de Anya e por último informou sua identificação para que eles pudessem realmente confiar que Clarke pertencia a lei. A detetive enviou o e-mail e torceu para obter logo uma resposta, pegou a xícara ainda com café e tomou um gole, logo fazendo uma careta ao sentir o líquido gelado em sua boca.
...
- EU NÃO QUERO SABER ATOM, EU NÃO PAGO VOCÊ PARA ME DAR OPINIÕES - Octavia andava de um lado para o outro no pequeno escritório em seu apartamento, estava tão focada na conversa e na situação que nem ao menos percebeu a entrada de Raven na sala - O CASO DA SRA. JOHANSSON ESTÁ EXCLUSIVAMENTE COMIGO, NÃO IMPORTA QUEM PEDIR PARA VERIFICAR, NÃO TEM PERMISSÃO! - Octavia gritava com um de seus assistentes e até mesmo Raven ficou com medo daquela versão da namorada, nunca havia visto a garota assim. Octavia estava indo ao desespero ao saber que um de seus sócios pediu para ver o caso da Sra. Johansson, aquele era um caso no qual ela não deixava ninguém mais saber sobre o andamento, apenas ela. Atom não havia deixado ninguém ver, mas Octavia estava furiosa apenas pelo o fato da possiblidade - ATOM... - Octavia fechou seus olhos e uma mão apoiou na mesa enquanto a outra segurava o telefone em sua orelha - Não importa quem seja, ninguém está autorizado a entrar na minha sala e muito menos saber dos meus clientes, se quando eu voltar ver um lápis fora do lugar eu vou culpar você, e acredite, você não vai querer isso - Octavia desligou e deixou seu celular sobre a mesa. Levou as duas mãos ao rosto, fechou os olhos e sentou em sua cadeira -
- Nossa, não queria ser o Atom - Octavia abriu os olhos e tirou as mãos do rosto, Raven sorriu e se aproximou. Sentou sobre as pernas da namorada e roubou um rápido selinho -
- Não vi você chegando... - confessou realmente não prestando atenção à quando sua namorada havia chegado. -
- Claro, estava ocupada demais entrando em erupção - Octavia gargalhou e Raven beijou a testa da namorada onde uma veia parecia querer saltar - Você se estressa muito com o trabalho amor, isso faz mal -
- Trabalhar com incompetentes tem essa desvantagem - respondeu e Raven girou os olhos - Você já tomou os remédios? Lembra do que o médico falou Rae, a cada oito horas dois comprimidos, vai impedir você de sentir dor, e aliás, você não vai sair novamente para resolver nenhum caso, pelo menos não até o médico disser que pode - Raven girou os olhos e Octavia levou suas mãos as pernas da namorada, ela percebeu que algo havia mudado em Raven desde que ela saiu, ela parecia muito mais preocupada - O que aconteceu? Você está com aquela expressão de que o mundo está prestes a acabar - Raven olhou para sua namorada, sua expressão era completamente indecifrável para Octavia naquele momento -
- Eu descobri o porquê Clarke anda estranha - Octavia sentiu um frio na barriga tomar conta de si, ela não falou nada, nem ao menos tentou abrir a boca para perguntar algo - Lexa está de volta - quando Raven falou aquelas últimas palavras Octavia sentiu como se o chão se abrisse sob seus pés, sua garganta de repente ficou seca e seu rosto parecia perder todo o leve bronzeado da pele - O? O? Você está bem? - perguntou preocupada enquanto tocava no rosto da namorada. Octavia só conseguia se perguntar como Raven ainda não estava gritando e lhe agredindo, então lhe ocorreu que talvez ela não soubesse de tudo -
- Lexa? Lexa a ex de Clarke? - perguntou quando sua voz voltou. Raven concordou com um balançar de cabeça enquanto ainda observava com preocupação a namorada - Mas por quê? Como? -
- Não sei, só sei que isso não é bom para Clarke. - Raven levantou deixando Octavia ainda sentada. A detetive apoiou-se na mesa enquanto olhava para a namorada - Essa garota apareceu e Clarke mudou completamente, sua percepção nos casos é vaga, seu interesse pelo o trabalho pareceu sumir, antes ela era a primeira a achar respostas e ligar pistas ao suspeito, agora ela simplesmente deixa para mim e a perícia resolver. - Octavia então percebeu que a única coisa que Raven sabia era que Lexa havia aparecido na cidade, apenas isso -
- Pelo o que eu percebi Lexa é como um caso que foi arquivado porque ninguém conseguiu resolver, e incomoda por não ter sido resolvido. Clarke precisa abrir novamente esse caso e encontrar uma solução para ele, só assim ela pode dar como encerrado - Raven entendeu o que Octavia queria dizer - Você não pode se envolver nisso Raven, apenas Clarke pode resolver esse caso. Ela tem que entender e decidir o que deve fazer com Lexa - Raven suspirou não gostando da ideia - O que? -
- Eu não sei no que essa garota se tornou, e se ela é mais perigosa do que um dia foi? E se -
- Clarke é detetive, ela decidiu ficar do lado da lei por algum motivo. Se Lexa for perigosa você acha mesmo que Clarke não faria a coisa certa? Entregaria a garota? - Octavia queria deixar Raven o mais longe daquela estória possível -
- Sinceramente? Não sei, o amor por alguém pode fazer coisas que você nem imagina. - Octavia levantou e segurou as mãos da namorada -
- Desde que eu conheço você, você está sempre andando com um escudo na frente de Clarke, sempre a protegendo de qualquer coisa que a fizesse mal - Raven sentia a necessidade de fazer isso, sua amiga já havia sofrido tanto - Clarke sabe o que fazer da vida, só me promete que não vai se envolver com isso... -
- Se não te conhecesse bem diria que você tem ciúmes de Clarke - Raven arqueou uma sobrancelha e Octavia sentiu-se corar - Não precisa ter ciúmes, não há ninguém nesse mundo capaz de me fazer largar de você - respondeu com um sorriso que só Octavia conhecia, a advogada se segurou naquelas palavras esperando que fossem verdades - Prometo que não vou me envolver, porém não posso parar de proteger minha amiga - Octavia concordou e Raven levou enlaçou seus braços em volta do pescoço da namorada e capturou os lábios da advogada -
...
- Ótimo! - disse Clarke pela primeira vez em muitos dias animada com algo. Em menos de uma hora conseguiu uma resposta do capitão do departamento de Polis com o relatório e resultado de balística. Clarke pegou seu telefone novamente e dessa vez discou o número do seu departamento, ouviu a voz de alguém desconhecido e falou: - Monty Green por favor - pediu com um pouco mais de gentileza. Clarke esperou alguns momentos na linha até que a voz conhecida preencheu o silêncio -
- Monty Green - respondeu o garoto -
- Monty, sou eu, Clarke - Monty que estava analisando alguns testes, parou o que estava fazendo para deixar sua total atenção na voz da colega de trabalho -
- Hey Clarke, está tudo bem? Não vi você por aqui hoje - comentou tentando lembrar da última vez que vira a loira -
- Estou trabalhando de casa, pelo menos até Raven voltar para o departamento - Clarke voltou sua atenção para o notebook com o e-mail ainda na tela - Preciso de um favor seu -
- Manda - respondeu, Clarke sorriu -
- Eu estou aqui com um laudo de balística. Você poderia pegar esses resultados e procurar no sistema onde eu posso encontrar o tipo de arma que feito disparo? - Monty gargalhou e Clarke apoiou seu telefone entre o ombro e orelha, usando suas mãos para encaminhar o e-mail com o resultados para Monty -
- Eu posso fazer até mais, além de onde encontrar o tipo de arma, eu posso fazer uma análise de quantos e quais civis e militares possuem o mesmo tipo de arma - Clarke não conseguia parar de sorrir, ela estava no caminho certo para finalmente finalizar o caso de Anya e chegar a um nome - Me manda os relatórios e depois falo com você -
- Você é o melhor Monty - respondeu apertando o enter para enviar o e-mail, e voltou a pegar o telefone em uma mão - Mas isso fica entre nós dois okay? Eu vou mandar uma mensagem com meu novo número, quando você conseguir encontrar o que pedi você me liga okay? -
- Tudo bem - respondeu. Monty já estava acostumado com os trabalhos extras que Clarke lhe pedia - Eu tenho que desligar agora, preciso finalizar alguns testes. - Clarke apenas concordou e o garoto desligou. A loira levantou do chão e resolveu tomar um bom banho relaxante para depois falar com Lexa e contar as novidades -
...
- Murphy? - Bellamy entrou no apartamento que dividia com o outro garoto, carregava duas sacolas em sua mão e fechou a porta com um leve empurrão de seu pé - Murphy? - Bellamy largou as sacolas no sofá e sacou sua arma - Murphy? - chamou novamente enquanto andava lentamente com a arma na altura de sua visão, passou pela a sala e entrou no quarto, suspirou e abaixou a arma ao ver o garoto na cama com um livro escondendo o rosto - Ei, tive alguns minutos de folga e trouxe um lanche para você, veio até com um bonequinho do Bob Esponja junto - Murphy não se mexeu e Bellamy se aproximou preocupado. Tirou o livro do garoto e viu que um lado do rosto de Murphy estava com uma leve mancha roxa - Mas o que -
- Não foi nada - explicou levantando da cama e indo procurar seu lanche com seu personagem favorito de brinde -
- Quem fez isso com você? - perguntou alcançando Murphy e segurando seu braço - Murphy... - Murphy sabia que Bellamy não iria descansar enquanto não tivesse um nome -
- Fui demitido do jornal - Bellamy franziu a testa em surpresa, mas não falou nada - Aparentemente seu Capitão não aguenta a pressão da imprensa sobre ele - Murphy voltou a andar e avistou a sacola sobre o sofá - Quando eu saí do jornal encontrei seu amigo, Wells Jaha - disse já com tudo planejado para dar o troco no oficial que machucou seu rosto -
- Wells fez isso? - Bellamy tinha uma expressão séria, o homem respirou fundo, furioso, fazendo a abertura de suas narinas parecer expandir um pouco - Jake mandou ele fazer isso? -
- Provavelmente - respondeu dando de ombros. Murphy sorriu ao ver a miniatura do Bob Esponja e o pegou tirando da sacola - Jake acha que vai me parar com isso, eu só estou começando... - Murphy agora iria fazer aquilo por ele, e não apenas porque Lexa queria ver o pai de Clarke destronado, Murphy iria fazer porque seu ódio por Jake havia aumentado -
- Murphy, se você continuar com isso ele vai atacar cada vez mais, cada vez mais forte. Ele pode m -
- Eu sei me cuidar Bellamy, eu - Murphy não terminou de falar. Bellamy passou pelo o garoto, estava furioso e Murphy não gostou daquela atitude. Viu o policial abrir a porta e sair pelo o corredor do andar - BELLAMY! - gritou no corredor, Bellamy girou os calcanhares para olhar o rapaz - O que você vai fazer? -
- Garantir que isso não ocorra novamente com você - explicou e voltou a andar, Murphy suspirou, mas não tentou parar o policial, entrou novamente no apartamento e resolveu comer seu lanche e pensar em outras formas de deixar Jake Griffin irritado -
...
- Eu tenho novidades - comentou Clarke entrando no apartamento de Lexa. Lexa não falou nada, a garota olhava para Clarke em uma mistura de chateação e arrependimento, a detetive não entendeu exatamente o porquê daquilo. Lexa inspirava o ar como se tivesse dificuldade para fazer isso - O que a -
- VOCÊ CONTOU PARA RAVEN?! - disparou cortando a frase de Clarke. Dessa vez não era a detetive que estava no seu limite e sim Lexa, a garota mantinha distância de Clarke, não queria que sua raiva se tornasse física contra Clarke - CONTOU PARA O SEU PAI TAMBÉM?! - Clarke deu alguns passos para frente e Lexa levou uma mão a testa que logo deslizou para seus cabelos, uma das pistas que mostravam o quão irritada ela estava - O QUÊ? VOCÊ TROUXE QUANTAS VIATURAS COM VOCÊ?! - Clarke tentou tocar em Lexa, mas a garota não deixou - VOCÊ ACHOU QUE EU NÃO IRIA DES - as palavras de Lexa se perderam na boca de Clarke, a detetive levou suas mãos ao rosto de Lexa e a beijou, Lexa tentou tirar as mãos de Clarke de seu rosto, mas seu desejo era maior. Levou sua mão a cintura de Clarke e colou seus corpos, as mãos de Clarke suavizaram o aperto no rosto da garota e o beijou ficou mais lento, Lexa podia sentir o gosto de café ao sentir a língua de Clarke. Clarke não sabia por que havia feito aquilo e então soltou-se de imediato da outra. Lexa estava tão confusa quanto a detetive, mas não reclamou, então como nas diversas vezes elas ficaram apenas se olhando, Clarke ainda segurando rosto da outra, elas ainda não haviam conversado sobre o sexo no dia anterior e Clarke tinha a leve impressão de que não falariam sobre aquele beijo também - Esquece... Eu não deveria ter procurado você - Lexa tirou as mãos de Clarke de seu rosto e saiu da frente da garota - Eu vou encontrar outra maneira de descobrir quem matou Anya, você faça o mesmo para descobrir que matou sua mãe -
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Burn With You
FanfictionEla sabia quando parar, sabia a hora exata de dizer adeus, sabia que não iria acabar bem, sabia quando seguir em frente, mas "saber" não significava querer, e por mais que ela soubesse que não teria cura para a condição na qual se encontrava ela não...